Maio - Simple Love

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Em maio o sol apareceu e permaneceu. São boas as lembranças que eu tenho desse mês. O nosso relacionamento estava aquecido, não houve brigas nem  problemas, só houve amor.

Na primeira semana do mês ele me levou para San Diego. Aproveitamos a praia e demos um passei no píer. O clima estava bom, ameno e simples; parecido com nós dois. Ele me roubou vários beijos e comprou um algodão doce para dividirmos. Havia os paparazzis, mas ignorávamos, todos já sabiam do relacionamento e eu estava feliz, eles que não iriam atrapalhar o meu momento.

"Eu quero viver muito mais disso com você. Fazer tantas viagens, marcar cada lugar com o nosso amor." Meu olho brilhou e sorriu. Eu amava esse cara, e eu não sabia se ele sabia disso; eu decidi contar.

"Eu amo você."

Ele me olhou, surpreso pelas palavras que eu havia proferido, como se ele não acreditasse que fosse real. E quando ele caiu na realidade, ele parecia como o gato de botas e seus enormes olhos. Ele me abraçou, beijou gentilmente minha testa e sussurrou "Eu te amo mais." Foi um momento único, depois de comermos o algodão doce fomos embora para o hotel.

Ele havia preparado uma surpresa.

Pétalas azuis estavam espalhadas por todo o quarto, eu nunca havia ligado para flores até aquele momento. Nós transamos a noite inteira; imersos naquela paz, e encima das pétalas que batizaram a nossa felicidade.

Depois daquela viagem ele passou a sempre me presentear com flores. Era algo gentil, eu gostava de ser lembrada com isso.

Já fazia uma semana desde que havíamos voltado da viagem, era o dia que ele iria conhecer os meus pais. A minha mãe já o amava por tudo o que eu lhe contava, mas meu pai... ele sempre seria relutante, e acho que isso não é exclusividade de Justin, se fosse hoje e com outro cara ele faria as mesmas coisas. Ele sempre me dizia "não se encante por palavras bonitas, mas por ações, são elas que comprovam se alguém é bom." E agora eu sei que ele nunca esteve tão certo, ações são essenciais. Não adianta dizer "Eu vou mudar", e deixar isso na teoria. Na vida precisamos agir, antes que seja tarde demais.

— Está preparado? — pergunto assim que adentro ao seu carro.

— Ficaria mais se você me desse um beijo. — ele pisca e eu lhe dou um selinho demorado.

— Agora sim! Vamos à batalha. — eu soltei um riso alto, ele sempre conseguiria fazer isso comigo.

Aquele dia estava calmo, para mim, pelo menos, porque Nova York continuava no mesmo agito de sempre. Era engraçado ver as pessoas andando apressadamente, segurando seu café ou até mesmo sua cerveja às duas horas da tarde. Eu sempre iria amar Nova York, essa cidade é a que pertence à todos que não pertencem à nenhum lugar, todos podem se encontrar ali.

Quando Justin estaciona o carro na casa dos meus pais eu lhe direciono um sorriso e salto para fora.

Ele me dá as mãos e vamos até a porta. Eu bato a campainha e espero alguns segundos até virem ao nosso encontro.

"Oi, estranha." Era Alaia, ela parecia animada.

"Oi, Alaia!" Ela nos dá espaço para entrar, então eu faço as apresentações e vou encontrar meus pais.

Justin já estava conversando tranquilamente com Alaia, eu lembro de ter ficado feliz, pois, ele sempre teve essa facilidade com as pessoas... até demais.

"Oh, então esse é o rapaz que roubou o coração da minha filha", meu pai fala com um sorriso no rosto. Eu havia pensado que ele seria um pouco relutante com Justin, mas a verdade é que não.

Até os pais se enganam, certo? Não dá pra acertar sempre.

Minha mãe o cumprimentou também e a conversa seguiu pela noite inteira. A comida estava boa, e a companhia também. Mas apesar de meu pai estar sendo super gentil, ele ainda fez seu "papel" de pai. Lembro que ele deu uma tosse falsa e soltou de uma vez só.

"Vocês estão transando?"

Eu cuspi a água que eu estava tomando, e Justin soltou um riso nervoso. Ainda bem que ainda tínhamos nossa mãe.

"Mas meu Deus! Para que perguntar isso para a menina?"

"Sao coisas para se tratar em particular, Stephen", eu concordei mesmo com toda a vergonha.

"Não é como se eu fosse brigar ou algo do tipo... só quero fazer meu papel se pai."

Aí a bomba veio.

"Nós estamos sim. Mas garanto que temos todo o cuidado." E quando Justin diz essas palavras meu pai gargalha e eu queria cavar buraco ali mesmo.

"Oh, eu espero que estejam mesmo. Sabe, não quero ser avô agora. Só... cuide bem dela, garoto." Justin assente e o assunto morre ali.

Fora esse momento constrangedor o resto correu muito bem. Mas, ótimo, agora meu pai sabia que eu transava. Na época aquilo foi estranho.

Depois de sairmos da casa dos meus pais nós fomos para a minha. Tomamos um vinho e eu comecei a ficar um pouco tonta, selei nossos lábios e perguntei se ele queria me foder ali mesmo. Na cozinha. Era uma espécie de fantasia que eu tinha, apesar de isso soar como algo ridículo. Mas, ele não perdeu tempo em tirar as minhas roupas e chupar um dos meus seios enquanto enquanto penetrava um dedo em mim.

Sentir seu toque, seus lábios e puxar seu cabelo era um dos maiores prazeres da minha vida. Ele era tão quente que eu conseguiria transar com ele por uma noite toda. Seu toque era delicado, mas com precisão. Eu gostava como ele apertava a minha bunda e como seu olhar me desejava.

Bom, nada sobrou do nosso relacionamento, mas, as lembranças são boas; principalmente a do sexo.

Depois de transarmos na cozinha, subimos para o quarto e dormimos abraçados. Eu me senti feliz, como nunca havia estado antes. "Está funcionando", fora o que eu pensei antes de cair no sono.

É... agora sabemos que era uma doce ilusão.

E maio foi se arrastando desse jeito. Com muito carinho e cumplicidade. Apesar dos dois terem a agenda lotada, conseguimos conciliar e ter tempo um para o outro. Eu estava empenhada em fazer aquilo funcionar, e ele parecia estar também. Nossos amigos estavam felizes por nós e nossos familiares também.

Mas, depois de todo sol vem uma tempestade. Os momentos bons nunca duram para sempre. Apesar de maior ter sido um momento de união, uma hora começou a aparecer as rachaduras e eu não sabia que não estava pronta para elas.

Se eu pudesse dar um conselho para a antiga Hailey, eu certamente falaria "Cuidado. Ame-se antes de amar qualquer pessoa. Cuide-se antes que seja tarde demais e o estrago seja pior."

Mas não havia nada para ser feito, e mesmo se alguém tivesse me dado esse conselho eu tenho certeza que eu faria tudo igual nos próximos capítulos. Afinal, precisamos quebrar a cara para aprender.

A tempestade veio, as rachaduras se tornaram buracos e a chama apagou.

Pretty LiesOnde histórias criam vida. Descubra agora