Capítulo 01

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Anahí correu pelo corredor do estábulo em chamas, procurando a saída.

- ALGUÉM?

O fogo se alastrava depressa, a cada minuto ficando mais difícil de respirar.

- GENTE! - ela gritou mais uma vez.

Onde estavam os cavalos? Onde estavam as pessoas da fazenda? Como aquele fogo tinha começado e onde estava a saída? Por que ela gritava e ninguém a ouvia?

- SOCORRO! - Any gritou mais uma vez, a garganta queimando.

- Venha me encontrar no inferno, Anahí!

Any se virou e seus olhos se arregalaram ao reconhecer a figura entre as chamas.

- Maite?

- Eu estou te esperando Anahí. - ela sorriu.

Um choro de bebê foi ouvido.

Anahí sentou na cama suando, acordando daquele pesadelo. Suspirando ela passou as mãos pelos cabelos e saiu da cama.

Quando chegou no corredor o choro de sua filha de quatro meses diminuiu um pouco. Quando parou na porta do quarto, Anahí descobriu porquê.

- Shiu, shiu, shiu! - Alfonso dizia movendo-se pros lados e acariciando as costas da filha. - Papai sabe que ta doendo, mas já vai passar. Shiu, shiu, shiu, não chora. Papai ta aqui, já vai passar.

Anahí sorriu, admirando os dois. Lara estava apenas de fralda e Poncho tinha tirado sua camisa. A garotinha dava alguns resmungos, com a cabeça apoiada no peito do pai.

Quando ela decidiu entrar no quarto, Alfonso sorriu ao vê-la.

- Ela está com cólica de novo. - ele deu um beijo na esposa quando ela parou ao seu lado.

- Você já fez a massagem?

- Com a gente funciona melhor assim, né filha? Pele com pele. - Alfonso falou baixinho e com ternura, finalmente Lara parou de chorar.

- Pra quem será que ela puxou né? - Any sorriu e acariciou a mãozinha da filha, apoiada no peito dele.

- Não faço ideia. - Alfonso fez uma careta provocando-a. - Além de você, não conheço mais ninguém que só pega no sono se estiver com a cabeça apoiada no meu peito.

- Bobo. - Any sorriu. - Não posso fazer nada. Gosto é gosto, né filha? - encarou Lara. - E confessa que você gosta quando pegamos no sono com a cabeça no seu peito.

- Gosto é gosto. - Poncho deu de ombros imitando-a e manteve a filha aconchegada ao peito.

Any sentou na poltrona de amamentar e ficou admirando os dois. Lara se comportava de modos diferentes com eles. Na hora do banho, ela fazia farra com Alfonso e ficava quietinha com Anahí. Na hora de trocar a fralda, a farra era com mãe e o momento de ficar quietinha era com o pai. Mas dos dois, Alfonso era o melhor em acalmar a filha quando ela estava com dor.

Às vezes quando Lara tinha cólicas intensas e chorava sem parar por vários minutos, Anahí se desesperava e ficava morrendo de dó da filha. Alfonso então interferia e com seu jeito calmo, tranquilizava Lara. A melhor maneira que ele encontrou de fazer isso, foi tirando a camisa e deixando a filha só de frauda, de frente pra ele e aconchegada em seu peito. Enquanto ele ficava balançando pros lados e conversando ou cantando pra ela, Lara se acalmava.

- Se você se cansar, eu faço a massagem. Comigo ela só se acalma com a massagem.

- Tudo bem, ela já está quase dormindo de novo. - Alfonso sussurrou e deu um beijo na cabecinha da filha.

Especial de Natal Arrebatados ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora