Capítulo 03

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Anahí chegou à cidade e foi direto para a clínica de fisioterapia onde Maite atendera sua irmã anos atrás. Como já esperava não eram as mesmas pessoas que estavam ali.

- Boa tarde.

- Oi. Anahí Herrera, certo? - a mocinha da recepção sorriu pra ela.

- Isso. - Any assentiu. - Eu sei que pode parecer complicado, mas há uns oito anos minha irmã fez fisioterapia aqui com Maite Perroni. Eu gostaria de saber se é possível verificar o prontuário dela?

- Qual o nome da paciente?

- Emanuelle Portilla.

- Posso ver seu documento?

Anahí estendeu o RG para ela. Após verificar o nome de Anahí e o nome dos pais dela, a recepcionista sorriu pra ela e começou a digitar alguma coisa no computador.

- Todos os prontuários com mais de cinco anos estão guardados em arquivos ou foram entregues aos próprios pacientes. Você tem certeza que sua família não recebeu o da sua irmã?

- Sim. Não está conosco.

- Ok, deixa eu só verificar então se ainda está aqui e o número do arquivo do prontuário dela.

- Espero de verdade que você encontre.

Anahí olhou em volta ansiosa, o prontuário de Emanuelle era a única forma que ela conhecia para tirar a dúvida que estava em sua cabeça. Se o prontuário não aparecesse, Any nunca mais ficaria tranquila.

- Achei.

- Sério?

- Sim. Paciente Emanuelle Portilla, filha de Marichello e Enrique Portilla. Quadro clínico, paralisia de membros inferiores. Paciente em tratamento pós-coma.

- Essa mesma. - Any sorriu aliviada.

A recepcionista anotou o número do prontuário e arquivo e se levantou.

- Aconselhamos que os familiares chequem o prontuário antes de retirá-lo da clínica. Se quiser sentar naquela mesa pra fazer isso, fique à vontade. Depois só será necessário você assinar o documento de retirada.

- Ta, tudo bem. - Any assentiu e deixou que a recepcionista pensasse que ela estava ali pra levar o prontuário da irmã.

Anahí sentou na mesa e ficou abrindo e fechando as mãos sentindo a ansiedade revirar seu estômago e disparar seu coração.

- Aqui está o prontuário da sua irmã.

- Obrigada! - Any sorriu e colocou as fichas na mesa.

Assim que ficou sozinha, ela abriu a primeira página com os dados da irmã e pegou o bilhete que recebera. Observou muito bem a escrita do bilhete e a escrita do prontuário. Ambas as escritas, eram bem nítidas, levemente inclinadas, com as letras muito bem desenhadas. Dava pra deduzir que a pessoa que escrevera ali deveria ser alguém caprichosa e talvez até metódica.

Anahí se inclinou na cadeira e levou uma mão ao coração disparado. Aquilo era um pesadelo, mas ao contrário dos pesadelos ela não ia poder acordar e se ver livre daquilo.

- É a letra dela. - constatou. - Maite não morreu naquele incêndio.

Respirando fundo, ela se levantou com as mãos trêmulas e tentou se recompor diante da recepcionista.

- Está tudo certo. Onde eu preciso assinar?

A mocinha sorriu e estendeu um rápido formulário pra ela. Anahí não entendeu como conseguiu preencher as linhas e assinar sendo que suas mãos não paravam de tremer.

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