Você Já?

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É como se todos os volumes ao nosso redor fossem aumentados.
A nossa cabeça começa a girar lentamente, nossa garganta vai aos poucos se fechando, e a respiração fica cada vez mais difícil.
Nosso peito arde como se tivesse em chamas, nossa perna fica bamba, nossos pensamentos começam a não fazer sentido.

A gente sabe quando está morrendo, a gente sente, tudo isso vem de uma hora pra outra, a gente não escolhe, a gente não espera, a gente só sabe que aquilo não vai acabar bem

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A gente sabe quando está morrendo, a gente sente, tudo isso vem de uma hora pra outra, a gente não escolhe, a gente não espera, a gente só sabe que aquilo não vai acabar bem.

Nossa pele vai perdendo a cor, nossos braços ficam leves e se entregam sem resistir ao fim já previsto.

Nossa perna fica leve, como se o peso que carregamos nos ombros tivesse sido tirado.

A gente começa a perceber que nosso corpo não vai resistir, e começamos a pensar em coisas boas, nossas lembranças, aquelas canções que mais gostamos, as pessoas que amamos, aquele sonho estranho que a gente teve na noite anterior, nas brigas, naquela pessoa que nos deixa feliz só de sorrir.

A gente lembra do tombo de bicicleta na infância, da sensação da água correndo em nossos pés, do sol batendo nas nossas costas, o vento no nosso rosto

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A gente lembra do tombo de bicicleta na infância, da sensação da água correndo em nossos pés, do sol batendo nas nossas costas, o vento no nosso rosto.
Até que em um momento a gente vê que lutar será em vão.
Que tudo não vai ficar bem, não mais.
E a gente cai, e a gente definha e morre.

Eu penso muito sobre a morte definitiva, a real, aquela da qual muitos têm medo, aquela morte irreversível que traz memórias e sentimentos à tona.

Talvez seja por isso que assisto muitos filmes e séries de investigação: a morte definitiva não simplesmente acontece por obra do acaso. Nem mesmo acredito que alguém que morra atingido por um raio tenha morrido por acaso. Qual a história por trás da sua morte? Quais eram os pensamentos da vítima no momento fatal? Para onde estava indo? Quantas vidas a morte afetou?

Há sempre um motivo: dormiu e esqueceu uma vela acesa perto da cortina ou estava sendo perseguido há semanas por não ter pago uma dívida a mau-elementos.
Há sempre um culpado: a eletricidade ou o vizinho que nunca pareceu muito simpático mas sempre teve as piores das intenções.

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⏰ Última atualização: Dec 22, 2017 ⏰

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