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Boa leitura! Perdoem se tiver erros gritantes.

***

Harry tem fobia de paparazzis, Zayn gosta de flores azuis.

Louis.

A época de gravação e divulgação de álbum era, com certeza, a pior parte de ser um cantor. Apesar de compôr músicas ser um dos trabalhos mais prazerosos já feitos, a gravadora costumava pegar pesado nas escolhas e nas palavras que diziam. Às vezes, praticamente nenhuma das minhas composições serviam para eles, e então eu era obrigado a produzir algo totalmente diferente do que eu gostava. Às pressas e sob total pressão. 

— Você quer nos fazer produzir este lixo, Louis? Ouça bem... Podemos encontrar outro de você facilmente, um até melhor. Se você não nos ajudar a te ajudar, já pode dizer adeus a toda a sua carreira e esse luxo estúpido em que vive.

A divulgação era ainda pior. Havia todo um treinamento e reuniões para que eu seguisse todos os passos que eles queriam e montar uma imagem boa, para que assim eu conseguisse vender a quantidade de música que eles planejassem e, no futuro, tivesse boa parte dos shows esgotados. Todas as aparições incluíam eu e Zayn em jantares românticos, eu com meus irmãos em momentos "fofos", ou até tratando bem os paparazzis.

Era patético. Mas era parte do trabalho e, se eu queria ser sucesso e orgulhar a todos que eu amava, eu deveria fazer o que mandassem.

Adentrei o E. Pellicci com a cabeça baixa, rezando para não ser reconhecido por ninguém, apesar de ser um lugar minúsculo e não ter nem vinte pessoas ali dentro. Eu deveria ter pedido uma reserva antes — e acredite, quando se é famoso, você pode fazer reserva de qualquer coisa, até de carrinho de supermercado —, mas o dia anterior fora tão exaustivo cuidando das crianças que eu mal lembrei tomar banho no fim do dia.

Eu queria saber como diabos iria ter uma conversa decente com Harry e discutir algo com Simon se toda minha equipe se eu não conseguia ficar de olhos abertos.

Ah, por falar em Harry, ali estava ele. E estava... Apresentável. Vestia uma blusa verde com quatro botões abertos, jeans azuis escuros e botas marrons. Era o tipo de roupa totalmente condenada por Niall porque, fala sério, onde estão as combinações ali? Ele poderia ser confundido um abacate gigante.

Mas... Não. Ele nunca seria confundido com um abacate gigante, porque ele pareceu se vestir totalmente bem naquela roupa. Seus cabelos curtos estavam jogados para trás de forma bizarramente obscena e as tatuagens — que eram milhares, para minha total surpresa — apenas davam um ar mais descolado ao seu visual. Ele parecia ter saído de um filme, uma capa de revista ou algo assim, algo totalmente diferente da pose submissa que adotava em seu trabalho.

Eu me senti um mendigo com meu moletom marrom e minhas calças claras folgadas.

Ele caminhou em minha direção com um sorriso mas, estando prestes a parar na minha frente, tropeçou no pé da mesa e se desequilibrou. Bem... Uma postura não tão diferente.

— Você está bem? — perguntei, enquanto assistia ele se apoiar na mesa e se recuperar, mantendo sua pose ereta novamente.

— Uh, sim. Eu aparentemente perdi o controle das minhas pernas na puberdade, mas consigo conviver com isso normalmente — sorriu amarelo, estendendo sua mão para mim. Incerto do que fazer, apenas mantive-me sentado e apertei sua mão. — Você já pediu?

— Não. Estava esperando, obviamente — balancei os ombros. Harry balançou a cabeça e se sentou.

Aquilo era... Estranho. Por que sério, ele realmente queria desenterrar tudo aquilo? Ele nunca pareceu se importar e, sinceramente, era óbvio que não se remoía por aquilo. Harry nunca precisou de mim, não havia sentido.

You messed me up (but I still love you) // L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora