Epílogo.

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Boa leitura, doces!

***

Fim.

Harry.

A quentura do ar batia em mim suavemente, causando em meu corpo uma sensação de prazer incrível, como se tivesse minha própria sauna particular. Ao lado de minhas pernas, meu pequeno garoto brincava com a areia, com suas costas claras encharcadas de protetor e seu adorável chapéu de peixinho escondendo os cabelos loiros e lisos. Ele jogava a areia para o alto e emitia os sons mais deliciosos que já pude ouvir, e eu me continha para não puxar meu celular do bolso e tirar uma foto. 

Era meado de julho, e o verão dos Estados Unidos estava insuportavelmente quente, mas naquele dia em específico o sol resolveu nos dar uma leve trégua. O céu estava com nuvens, que ora ou outra liberavam espaço para um tímido sol  brilhar, e a única coisa que nos lembrava que estávamos no verão era um vento quente que batia em nós algumas vezes. 

Por estar mais fresco, resolvi trazer Arthur para se divertir na areia, já que haviam se passado duas semanas desde que havíamos chegado em Los Angeles e meu pequeno ainda não havia tido sua primeira aventura no mar. Ele apenas se contentava com banhos gelados e mergulhos na gigante piscina de nossa casa, misturados com ar condicionado no máximo e um dia vestindo cuequinhas de super-heróis. 

Arthur Edward Tomlinson era o príncipe que eu sempre sonhei ter. Ele tinha cinco meses e estava a duas semanas de completar seu sexto mês. Porque, é, Arthur havia nascido de forma prematura, e todo o planejamento que eu e seu pai fizemos foi para o ralo quando minhas contrações vieram no final da trigésima quinta semana e não, não era um treinamento. 

— Harry, estou no meio de uma reunião — Louis dizia, parecendo distraído. Eu senti a contração novamente, mais forte, e soltei um gemido. — Você está bem? — seu tom mudou completamente, e agora ele parecia preocupado.

Eu estava com ódio.

— Seu merdinha — resmunguei e senti outra pontada em minha barriga. — Eu estou com dor... ah, caralho, muita dor.

Não sabia se minhas frases estavam saindo de forma inteligível, mas minha dor era grande demais para me importar. Eu só queria que meu namorado ridículo atendesse às minhas ligações e fosse para a merda do hospital.

As minhas contrações começaram com uma pequena pontada, e eu pensei que o bebê estivesse apenas se mexendo e causando o desconforto de sempre em mim, já que, das últimas quatro semanas pra cá, ele estava de repente afim de torturar seu pai que tão bem lhe acolheu.

Depois, veio uma pontada mais forte. Então, um líquido começou a escorrer, como se eu estivesse urinando. E eu entrei em desespero, porque aquela definitivamente não era a hora. Estava com trinta e cinco semanas, pelo amor de Deus!

O pior pensamento passou por minha mente, e de repente eu estava chorando de pavor.

— Estou vazando como uma torneira — disse assim que Gemma atendeu a chamada. Sabia que Louis estava em reunião, por isso ele demoraria mais para atender. E eu precisava de ajuda agora.

— Meu Deus Harry!

Dessa forma, havíamos chegado naquele ponto: eu, sentindo o banco do carro de Gemma começando a ficar úmido, com meu estúpido namorado no telefone e, de quebra, um bebê fazendo eu sentir dores insuportáveis.

— Você pode ir para o hospital? Eu estou com medo, muito medo Louis, e não quero perder nosso filho.

— Me diz o hospital, eu já estou dentro do carro.

You messed me up (but I still love you) // L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora