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Ok todos vocês têm o direito de dar um tapa em mim por eu ter demorado tanto.

Boa leitura amores, esse capítulo é só amor! Não esqueçam dos votos e comentários.

***

Harry está ali e Zayn, eventualmente, surge.

Louis.

Eu não gostava de hospitais. Sabia exatamente quando aquele lugar branco e gélido havia posto um terror enorme em toda a minha doce infância, me fazendo pela primeira vez ter medo da morte, da perda.

Niall tinha dois anos na época e nunca havia sido uma criança fácil.  Eu, no auge dos meus nove anos, sempre preferia ficar sentado no sofá com o papai assistindo algum time de futebol jogar enquanto meu irmão corria pela casa e deixava minha mãe de cabelos em pé, tirando tudo de seu caminho para protegê-lo de um acidente grave.

Até que um dia, todo o esforço de minha mãe para proteger Niall foram em vão e toda a inquietude de meu irmão o gerou grandes consequências. Era de noite, eu lembrava, e Niall corria pela casa com um de seus novos dinossauros. Haviam panos colocados no chão, fazendo uma cama para toda a família deitar enquanto assistia uma das novas animações da Disney. Estávamos todos contentes, numa típica noite em família, rindo, brincando e gritando, até que ouvimos um baque. E choro, muito choro.

— Niall, Niall meu doce, o que você fez pequeno? — minha mãe diz, num tom calmo. Ela provavelmente pensa que houve apenas a batida de meu irmão no chão, até virá-lo para frente e vê-lo em uma expressão total de dor, chorando e se debatendo, com sangue escorrendo por sua testa. 

Meu pai imediatamente levanta-se da cama improvisada e puxa Niall do colo da minha mãe, gritando repetidas vezes "A testa dele está aberta!" e correndo até o porta-chaves, não dando qualquer tempo para que todos nós processarmos o que está acontecendo naquele momento. 

Passamos o resto daquela noite na ala infantil do hospital, separados de meu irmão apenas por uma enorme cortina azul. Felicité e Lottie brincavam distraídas no pequeno espaço para crianças, enquanto eu ficava abraçado com mamãe na sala de espera, ouvindo o angustiante choro de Niall durante todo o tempo em que adicionavam pontos em seu ferimento. Foi, talvez, o dia mais traumatizante de minha vida, porque foi a primeira vez em que eu pensei que haveria realmente chances de perder alguém que eu amava. Eu pensava que nunca mais veria Niall na minha vida, e o pensamento me deixava aterrorizado.

Felicité não se lembra do ocorrido, mas Lottie desenvolveu um enorme pavor de sangue por causa da cena de seu irmão com o líquido vermelho escorrendo por todo o seu rosto. Já eu, havia adquirido um enorme pavor de hospitais, por todas as vezes lembrar do som torturante de Niall chorando a plenos pulmões.

Só que, no dia do acidente de Niall, eu tive o colo de minha mãe para me sentir seguro. Eu tive sua mão acariciando calmamente meus cabelos, mesmo sentindo que suas mãos tremiam de nervoso. Ela havia tirado toda a sua dor de si e estava ali, preocupada apenas comigo.

E então naquele momento, com minha mãe numa cama de hospital, quem iria me deixar seguro?

Eu tive quase certeza da resposta quando olhei o homem à minha frente dos pés à cabeça, como se estivesse confirmando a mim mesmo que aquilo não era uma brincadeira do meu cérebro.

Harry estava todo de preto, porém parecia luz aos meus olhos. Ele reluzia, como um anjo, com seu sobretudo, blusa, calças pretas, touca cinza e as mesmas botas marrons surradas e elegantes de sempre. Eu me sentia no céu, quase esquecendo o real motivo de estar ali naquele hospital.

You messed me up (but I still love you) // L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora