EPISÓDIO SEIS; a garota da festa

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Na noite em que eles voltaram para casa, Lucas se trancou no quarto e ficou observando o teto branco por longas horas antes de Johanna invadir e se aconchegar ao lado do primo. Ela não sabia o que falar, então preferiu calar-se e apenas fazer companhia a ele.

O garoto queria entender o que realmente tinha acontecido nos poucos dias que se seguiram após a festa. Ele tinha criado uma expectativa fora do normal para uma pessoa que ele tinha visto apenas uma vez e não lembrava quase de nada da noite que a tinha encontrado. Tinha criado uma expectativa de ter uma conversa boa com a garota e quem sabe até se envolver e ficar bem mais do que amigos, que era o que ele queria desde que a viu.

Lucas, quando pegou a fotografia, achou que enfim, o mistério tinha se resolvido, mas ele não sabia que aquilo só tinha aumentando ainda mais a complexidade do assunto, já que, a garota realmente existia e ele já não sabia mais o que fazer, pois como Jhessica havia dito, ela estava do outro lado do país. Depois de um tempo calado ao lado de Johanna, Lucas pegou seu celular e entrou na conta da garota, que agora tinha o nome de Delilah.

Stalkeoou todas as redes sociais da garota e observou todas as fotografias, frases, quotes, e todas as coisas que ela postava e compartilhava para seus amigos. Lucas chegou até a enviar uma solicitação no Facebook, mas desistiu minutos depois por ficar sem saber o que aconteceria depois. Ele estava totalmente confuso com o que iria fazer, então ele fez apenas o que veio com a intenção de fazer. Se divertir.

Saíram na manhã seguinte após uma longa noite de sono e fizeram tudo o que tinha na pequena lista de Johanna para aqueles dois dias. Foram à praia, há um show de rock em um pub da cidade vizinha, saíram para jantar com os tios e Mattew, e acompanhou o casal em uma seção de cinema atrás da outra. E em dois dias, eles haviam feito o que não fizeram em nas três semanas que ele ficou na cidade.

E na noite anterior da viagem dele de volta, os três saíram para tomar um sorvete por conta do clima quente que fazia ali. Cada um comprou um pote de sorvete do seu sabor favorito, entraram no carro e foram até o limite da cidade, estacionaram o carro no acostamento e sentaram na parte traseira da caminhonete do Mattew.

— Quando você vai vim de novo? — Johanna perguntou com a boca cheia de sorvete e os olhos marejados, já de saudades do primo que ainda nem tinha ido.

— Provavelmente nas próximas férias, depois que eu ter a certeza que entrei em uma universidade para a gente comemorar.

Johanna que estava no meio dos dois se encolheu enquanto colocava mais uma colher cheia de sorvete de morango na boca.

— Você se arrependeu? — Mattew perguntou para o amigo, que pensou um pouco antes de responder.

Ele havia se arrependido? Havia caçado uma garota por todos os lugares possíveis, que se apaixonou mesmo sem saber se a garota existia e sem saber que estava apaixonado. Sim, Lucas além de estar ansioso com o possível encontro dos dois, de algum jeito, ele havia nutrido um sentimento mesmo sem saber, que possivelmente se desenvolveria mutualmente quando eles se encontrassem.

— Não, nem um pouco.

E não havia se arrependido mesmo. Johanna que ficou feliz com a confissão do primo, já que nesses dois últimos dias ela havia trocado incessáveis mensagens com Delilah, ou Lila, para quem quisesse a chamar pelo o apelido.

A garota havia viajado com o pai para uma reunião de negócios dele, já que ela seria a mais nova chefe dos negócios da família dali a alguns anos e sempre gostou do que se tratava de dirigir a empresa do pai, mas até agora, ela não havia tido nenhuma oportunidade de pegar o primeiro avião que estivesse com voou marcado para lá e ir encontrar o garoto que ela também havia ficado atrás nas redes sociais e não tinha achado, já que Lucas não tinha nenhum amigo em comum com ela.

Não era só Lucas que havia se interessado por ele. Delilah também havia se interessado por Lucas. O garoto mais para lá do que pra cá, que falava engraçado e que havia dito o que todo mundo gostava de criticar. "Suas sobrancelhas são tão lindas."

Voltaram para casa, pouco mais de uma da manhã. Lucas dormiu na sala, no mesmo tapete branco e felpudo que havia dormindo no dia da festa, junto com Johanna e Mattew, que não tiveram coragem de subir para o quarto e se acomodaram um ao lado do outro. Dormiram com uma sensação estranha e boa em si, dormiram com saudade e acordaram com ela pior ainda, já que era finalmente o dia que Lucas iria embora.

Quem via assim, não pensa que antes, os dois primos nem eram tão próximos assim e a viagem dele para lá, foi o que fez os dois criarem a amizade que tinham agora. Acordaram do jeito que dormiram, um ao lado do outro, levantaram-se antes mesmo do que os pais de Johanna e fizeram – ou tentaram – fazer um café da manhã com as coisas que tinha na cozinha.

Lucas havia ficado responsável por fazer o café, Johanna por colocas à louça na mesa e Mattew por separar e preparar o que eles iriam comer naquela manhã. Quando a mesa finalmente foi posta e todas as comidas arrumadas em cima dela, Johanna acordou os pais que se espantaram por a filha estar acordada antes das sete da manhã sem nenhum esforço e nenhum mau humor, mas quando chegaram na cozinha e viram o que os três fizeram, o espanto deu lugar ao mesmo sentimento que Johanna e Mattew sentiam. Saudade do sobrinho que estava indo embora.

Tomaram café com risos e compartilhamento das saídas que os três haviam feito durante as férias e antes do primeiro levanta-se da mesa, a campainha foi tocada.

— Pelo amor de Deus, quem toca campainha essa hora da manhã? — Johanna reclamou enquanto comia a sua estranha combinação de torrada, nutella e requeijão.

— Deixa, eu atendo... — Lucas se pronunciou fazendo a sua tia sorrir em agradecimento.

O garoto se direcionou para a porta sem saber o que o esperava lá. A campainha foi tocada novamente antes de Lucas poder abrir a porta e ele soltou um "já vai" e a pessoa do outro lado da porta ficou instantaneamente tensa. Quando a porta foi aberta, foi à vez de Lucas ficar tenso por ver quem estava do outro lado.

— Desculpa chegar assim, antes mesmo das nove da manhã, mas eu cheguei mais cedo do que eu esperava e não aguentava mais de ansiedade e eu precisava te encontrar logo, e eu... eu... — A garota parou um pouco para respirar enquanto encarava Lucas estático a sua frente. Ouviu alguém perguntar de dentro da casa, quem estava na porta e ela resolveu apresenta-se formalmente.

— Sou Delilah, a garota da festa.

i'am Lila

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i'am Lila. 

the end

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