A Vida De Willford. Parte 1.

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                ~Narração Willford

                 Eu nasci num lugar pobre pra cacete... Cercado de bandidagem, gritaria, putaria, tiro pra todo lado... Era uma merda...

                  Eu morava com minha mãe, meu pai e meu irmão.

                  Meu pai se chamava Vini, minha mãe Rosemarie, e meu Donatello.

                  Minha mãe trabalhava duro pra conseguir o melhor pra gente, tinha de ficar maluca todos os dias pra arranjar um prato de comida pra gente, e às vezes até dar a própria comida pra mim e pro meu irmão.

                   Meu pai era dono de um restaurante, ele não conseguia lucrar quase nada, ele teve de procurar emprego até na puta que pariu, mas não conseguia, ele era talentoso com arte e podia se considerar geógrafo.

                   Eu e meu irmão nos amávamos, era só eu e ele, na escola quem quisesse mexer com a gente se fodia. Ele era a melhor pessoa que eu conhecia, até que a porra de dois bandidos tiraram ele de mim...

                    Estávamos em uma banca de jornal, tentando pegar uma revista que minha mãe tanto queria, os vagabundos viram nosso pouco dinheiro e vieram foder com a minha vida.

– E aí mulequinho? Beleza? Que troço é esse na sua mão?

– Eu acho que é dinheiro, Dedé.

– Então passa pra cá, maluco! -O vagabundo apontou a arma na nossa cara, meu irmão ao invés de dar o dinheiro pro filha da puta ele não deu, ele preferiu continuar com a compra da revista...

– Eu não vou passar nada! Esse dinheiro é para um presente pra minha mãe!

– Ah, não vai passar não é? Então vai se fuder, filha da puta! -Ele atirou, atingiu a cabeça do meu irmão, quando a arma fez o barulho um lágrima escorreu dos meus olhos, um dos vagabundos correram, o outro pegou o dinheiro e vazou. Meu irmão estava morto, com um buraco do tamanho de um limão na testa... Aqueles dois vagabundos...

                    Eu gritei por ajuda... Moradores da região vieram me ajudar, foi quando minha própria mãe apareceu.

                    Quando ela viu o corpo de seu primeiro filho, caído no chão, com um buraco na testa e olhos pálidos ela chorou mais do que tudo...

                    Dias se passaram, eu estava com ódio, eu era uma criança burra e com ódio da vida. Eu achei relevante ir atrás dos dois vagabundos, e eu achei. Os dois filhas da puta estavam cheirando cocaína quando eu os encontrei, eu peguei o facão e matei os dois e joguei o facão numa lata de lixo.

                        Dias depois aparece no jornal, os dois vagabundos foram encontrados mortos com quilos de cocaína e buracos de facas no peito.

                        Três anos se passaram e minha vida até que melhorou.

                        O meu pai finalmente tinha conseguido um bom emprego, e estava ganhando bastante dinheiro, dois salários mínimos por mês, isso durou por bastante tempo, ele conseguiu nos tirar da pobreza extrema e nos levar para o que chamam de classe média americana, eu passei a conseguir ver filmes com meu pai, todo mundo comer o próprio prato de comida sem problemas e fazer compras todo o mês.

                     Só que então meu pai teve de ir pra guerra... A Terceira Grande Guerra... A guerra mais desastrosa de todos os tempos.

                     Minha mãe e eu ficamos às lágrimas quando ele teve de ir embora, ele me olhou e disse:

– Will, eu vou voltar, eu te prometo. Cuide dos negócios por mim, fechado? -Ele me abraçou e foi às lágrimas junto comigo. Ele entrou no táxi e foi até o quartel que de lá iria para Cuba.

                       Em 2023 tivemos a queda de Cuba, foi a nossa primeira grande vitória, meu pai pôde finalmente nos ligar e dizer que tudo estava bem, mas não poderia voltar ainda...

                        No mesmo ano ele teve de ir servir na defesa da Alemanha, onde não tivemos sucesso...

                        As tropas Norte-Coreanas mandaram bombardeiros para a batalha da fronteira alemã. Meu pai estava na linha de frente...

                        Nesse dia nós recebemos uma ligação.

– (telefone tocando e minha mãe atendendo) Alô?

– Senhorita Rosemarie... Droga, não sei por onde começar... O seu marido morreu em combate.

                       Lágrimas escorreram de seus olhos, ela abaixou a cabeça e desligou o telefone. E logo depois veio falar comigo.

– Filho... O seu pai... Ele... Ele morreu em combate...

                         Eu desabei, cai de joelhos e fiquei olhando para o chão, logo depois litros de lágrimas começaram a escorrer de meus olhos, minha mãe me abraçou e ficamos chorando juntos no meio da sala...

                          3 anos depois eu decidi que era hora d'eu me mudar, e escolhi ir para um grande bairro de Los Angeles...

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