"Você não pode trabalhar no natal!" A loira baixinha corria atrás da médica pelos corredores do grande hospital Lenox, um dos hospitais mais respeitados de Manhattan.
"Tanto posso, como eu vou, Kris." A morena responde, sem parar de andar.
"Como sua amiga, e sua secretária, eu te proíbo Olivia McAllister." O loire rebate.
Olivia McAllister era uma viciada em trabalho.
Era o que todos diziam sobre ela.
Olivia McAllister é linda de rosto, porém, precisava emagrecer um pouco.
Era o que as enfermeiras fofoqueiras diziam sobre ela.
Olivia McAllister é uma excelente, porém um pouco neurótica, cirurgiã obstetra.
Era o que as colunas de medicina diziam sobre ela.
Olivia McAllister é uma morena de cabelos curtos e olhos verdes com manequim tamanho 38 viciada em café, solteira aos 32 anos, neurótica, e uma cirurgiã obstetra completamente apaixonada pelo seu trabalho.
Era o que a própria Olivia McAllister dizia sobre ela mesma.
"Qual é a paciente agora mesmo, Kris?" Diz Olivia, tentando mudar de assunto.
"Lisa Yukimura." Kristin responde. "E não tente mudar de assunto, Oliv! Ainda vamos discutir sobre isso."
"Neste momento, eu tenho coisa extremamente mais importantes a fazer do que discutir algo que já está decidido." Ela para na frente de uma sala cirúrgica e coloca suas luvas. "Como, dar vida a uma criança. Até mais, Kristin."
Finalmente Olivia entrava no seu local de paz.
A sala de cirurgia de partos.
Algumas pessoas não achavam aquele lugar um lugar onde se encontra a paz, oh não, principalmente as mulheres, elas achavam aquele lugar um completo pesadelo. Mas para Olivia, aquela área, onde às vezes se instalavam gritos desesperados tanto de homens como mulheres, era a parte preferida de Olivia no mundo inteiro.
"Oi, Steph" Olivia cumprimenta a enfermeira presente e responsável no local. "Qual o estado da futura mamãe?"
"Três dedos de dilatação, Doutora." A enfermeira mostra uma prancheta com as informações da paciente. "Ela insiste em fazer parto normal. Com três dedos de dilatação, Doutora! Vai ser impossível!"
"Vamos fazer o possível. Algum histórico de eclampsia na família?" A Doutora se dirige a enfermeira.
"Nada que consta no prontuário." A enfermeira responde.
"Ótimo. E você, Lisa? Pronta para ter o seu bebê?" Ela se refere à mulher com contrações intermináveis na mesa.
"Só o faça sair, Doutora. Pelo amor de Deus." A paciente pedia em meio a gritos de desespero.
"E o pai?" Oliva pergunta, enquanto colocava as luvas de látex.
"Não conseguiu ficar na sala, tem pavor a sangue." A enfermeira diz.
"Ok, menos um na sala para atrapalhar." Olivia menciona e se vira direto para a paciente. "Ok, bebê, prepare-se para vir para aquilo que chamamos de realidade."
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