Transparência

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Sinceramente eu não sei o que estou fazendo com a minha vida. Sabe quando você vive por viver? Quando você anda e não sabe onde está? Quando você fala e não sabe ao menos o que está falando? E quando você tenta se entender e nem sabe como explicar quem é você mesmo? Estar desse jeito. Minha vida está deixada ao vento como folha seca caindo em qualquer lugar, qualquer quintal, qualquer coração. Eu acho que foi assim que ela acabou se estragando como um fruto podre. Eu não parei para pensar no que estava acontecendo, cego sem querer ver a verdade eu vivi sem destino, sem rumo, sem bússola, sem nenhum projeto e quem sabe lá um sonho. O gosto da amargura veio no momento em que me dei conta que a verdade veio a tona como uma bomba, me senti numa guerra paralítico e totalmente desarmando. Tentei esconder o erro debaixo do tapete, mas era pior, sofro hoje com a alergia na alma sem cura, sem remédio para amenizar a dor. O arrependimento bateu na minha porta e eu não pude falar pra ele se retirar. Agora eu sei quem eu não sou de verdade, não vou falar que deixei de usar as máscaras por onde eu me escondia, ainda tento viver sem elas, mas não é fácil quando você faz a besteira e tem que vestir um vestido de transparência para não te julgarem, pois as pessoas fazem isso sem querer.

Estou cansando de fazer besteiras e sempre uma atrás da outra. Cansando de ser o vilão dessa história sem roteiro, pois é assim que de passos em vão eu vou. No final eu me ferro. Se já comecei mal o fim não me espera como o mocinho que se dar bem. Sabe o amor? Poisé, quando é que eu vou dar valor? Talvez nunca. Acho que aqui dentro de mim nunca foi ocupado esse sentimento honroso que poucos tem. Estou cansado de viver os amores impossíveis, é como você navegar sozinho tendo ilusões que tem alguém ali do seu lado pra te ajudar, mas não passa mesmo é de ilusão, a fome e a sede de amor não basta quando você próprio se engana. Tô cansado dessa minha vida, cansado de mim, há tanto nesse mundo pra viver, mas parece que a vida me castiga pelo os erros que eu mesmo não quis acreditar. Quantas vezes eu tentei mudar ou tornar as coisas diferente, ver tudo de um ângulo certo. Meu caminho é meio perdido e escuro, sempre sozinho eu andei, fiz tudo por mim e para mim, mas não pude reconhecer. Solução alguma eu encontrei para os meus problemas, neles me afundo mais e mais. As lágrimas que vieram junto ao desespero me afogaram nesse oceano de angústia, sem piedade, me fazendo abater até ficar sem respirar e morrer, uma morte lenta e sofredora, que eu mesmo me entreguei e deixei que acontecesse naturalmente, pois sabia que eu não sentiria nenhuma dor por esta já acostumando. Assim eu deixo claro que me mato para parar de sofrer.

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