1 | P o n t d e s A r t s

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01 de Janeiro, 2016
Presente.

   A ruiva suspirou cansada. Por pura coincidência, ela estava ali de novo. Agora sem ele. Pensando nele. Com saudades dele.

Querendo ele.

Ter ele em seus braços dizendo que a ama e que sempre estariam juntos. Sempre juntos. Mas ele não cumpriu o que disse. Ele se foi e deixou-a sozinha, com o coração partido e afundando cada dia mais naquilo que não podia ter mais. O amor dele. Pois ele nunca mais vai voltar.

Nunca.

Ela olhou mais uma vez para aquela ponte que anos atrás havia vários cadeados presos em suas grades. Inclusive o seu, que foi levado assim como seu amado. Ela voltou a sair daquela ponte onde a traz lembranças dele.

Um sorriso tristonho escapou de seus lábios ao lembrar-se da primeira vez que veio aqui. Á Paris. Á Pont des Arts. Com ele. Por ele. Foi o melhor dia de sua vida. Com certeza, aquele dia fez Catarine respirar o amor, sonhar com o amor e viver o amor como nunca havia vivido.

Ela havia amado aquele dia.

Pela primeira vez na vida Cate teve certeza que estava amando. Ela finalmente sabia o que era amor. Ela sabia como era ser amada de verdade.

Mas tudo isso acabou... Ela sente um vazio tão grande em seu coração.

Ela só quer que isso pare.

Que ele volte para ela.

Uma lágrima teimosa escorregou em sua bochecha, a fazendo limpá-la abruptamente. Ela não quer mais chorar, veio á Paris justamente por isso, para esquecer ele. Se bem que tudo aqui a faz lembrar ele, mas, para ela, isso é o único jeito que a pode fazer esquecer ele: conviver com as lembranças dele e só voltar para casa quando nenhuma mais lágrima cair ao lembrar-se dele.

Nem que isso leve um ano, ela vai esquecer ele. É isso que ele ia pedir para ela fazer.

E é isso que ela vai fazer.

🗼

   — Como foi o passeio? Eu fiquei com medo de você se perder, tem tanto tempo que você veio aqui... — A mãe da ruiva falou, sem deixar espaço para a mesma respirar ou falar algo.

Sr.ª Marta está tratando a filha como se ela fosse um pequeno e delicado potinho de vidro desde a morte de seu namorado. A ruiva não gosta nem um pouco desse tratamento. Pra começo de conversa, ela viria sozinha para França, até porque esse momento é dela e a mesma quer esquecê-lo sozinha. Mas dona Marta não iria deixar a filha vir sozinha, vai que ela tente alguma coisa? Sei lá... Se jogar do Rio Sena? Ela não poderia deixá-la sozinha nesse momento.

— Eu tô bem, mãe — A ruiva suspirou cansada. — Eu lembro perfeitamente daqui.

Catarine se jogou na cama macia do hotel, tirando suas sapatilhas logo depois. Ela tá cansada. Tão cansada que tudo o que pensa é em dormir.

— Só estava preocupada, filha — Catarine sentiu sua mãe sentar ao seu lado na cama.

— Não precisa — Cate encarou sua mãe. — Eu sei me cuidar.

Marta suspirou.

— Eu sei que você sabe, mas... desde daquela noite, você vem se comportado estranhamente.

A ruiva suspirou enquanto virava o rosto para o lado oposto da mãe.

— Eu perdi alguém, mãe... Vou agir estranhamente até superar isso.

Então ela fechou os olhos, sendo tomada pelas lembranças de seu amado.

À ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora