À Paris

4 | R e e n c o n t r o s

03 de Janeiro, 2016
Presente.

   Catarine acordou assustada, com o coração acelerado e toda suada. Não era a primeira vez que ela sonhava com essas cenas do Ricardo, e ela odiava sonhar com isso. Esse pesadelo a perseguia, essa dor não passava. Ela quer estar com ele não importa onde.

A ruiva levantou decidida da cama. Ela iria fazer com que essa dor passasse.

— Mãe! Vou sair.

Não sabia se sua mãe ouviu ou não, mas não importa, ela já estava fora de casa indo em direção da Pont des Arts. O coração da ruiva continua acelerado. Ela estava mesmo com aquele pensamento na cabeça? Henrique não iria gostar disso, ela já até imaginou ele dizendo a ela que não valia a pena fazer aquilo. Mas ele não está aqui para dizer isso afinal.

Cat deu mais um passo para está realmente na Pont e, depois, com um caminhado lento, ela caminhou até o meio da ponte. Flashbacks invadiam os pensamentos dela.

Por que isso tinha que ter acontecido com ela? Justo ela?

Ela estava tão feliz. Eles estavam tão felizes.

Catarine limpou abruptamente as lágrimas antes de colocar as mãos na tabua azul da Pont. Ela já estava quase levantando a perna quando uma voz a interrompeu.

Ela conhecia aquela voz. Ouvira tão pouco, mas ainda lembrava-se dela.

— Catarine?

Ela olhou pro lado, encarando o dono da voz. Ele não mudou nada desde a última a vez que o vira. Ela tirou as mãos da tábua e as esfregou na roupa.

Ele aproximou-se dela cautelosamente.

— Lucca?

O negro sorriu, colocando as mãos nos bolsos de seu moletom.

A ruiva também sorriu, fazendo-a perceber que aquela foi a primeira vez que sorrira desde a morte de seu amado.