Capítulo 2

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Logo na entrada da casa já reconheci vários rostos, parece que a escola inteira está aqui, e copos foram colocados em nossas mãos.

"Não bebo, obrigada." recuso o copo e o rapaz ri levemente.

Eles bebem o conteúdo em questão de segundos e pedem outra dose. Era só o que faltava, cuidar de dois bêbados a noite toda.

Uma hora depois deles se agarrando na minha frente e eu ficar mandando snap reclamando da vida, Pedro resolve ir buscar uma bebida e Yasmin me puxa da cadeira em que estou para dançar.

"Sabe que eu não sei nem fazer quadradinho direito né?" começo a rir.

"Só mexe essa bunda." bem na hora começou a tocar 'abusadamente' e me dei por vencida.

Não sei ao certo por quanto tempo ficamos dançando, mas foi o bastante para minhas pernas doerem e eu me sentar.

"Kiiiii, eu estou morrendoooo. Os meus pés não querem se mexer." ela exagera depois das suas sei lá quantas doses de caipirinha.

"Senta aí que eles irão voltar a mexer para você tá?" prometo a ela quando sou interrompida.

"Oi. Não tinha te visto por aqui antes." Um rapaz que está muito próximo, quase em cima de mim, me cumprimenta num movimento rápido com um beijo no canto da boca.

"Oi, é que acabei de chegar. O meu namorado só está buscando uma bebida pra gente." digo o mais suavemente que consigo e ele entende bem o recado, pois sai sem dizer mais nada.

"Por que? Ele é um gato Kiara! Poxa." Yasmin resolve voltar a lucidez e me encher o saco.

"Ele estava engolindo uma menina quando a gente chegou, e o vi ir com outra para o andar de cima onde provavelmente estão os quartos." digo sem dar muita importância enquanto ela fica retrucando comigo.

Que merda vai mudar na minha vida ficar com alguém se não houver significado pelo menos alguma coisinha?

Já passava da meia noite quando finalmente iríamos embora e a minha bexiga resolve dar sinal de vida.

"Me esperem um segundo. Preciso ir ao banheiro." grito enquanto eles iam em direção a saída.

O único banheiro do andar de baixo estava ocupado e tinha uns barulhos estranhos saindo de lá. Eu hein. Um desconhecido me informou que havia outro na última porta do corredor do andar de cima.

Bato na porta para não ver nenhuma cena que não deveria, o que não adianta nada devido a altura da música, e giro a maçaneta para encontrar o mesmo menino tatuado da escola com uma loira seminua em seu colo.

"Está ocupado, caralho!" ele grita e a loira envergonhada me taca uma almofada.

"Desculpe! Mas devia saber que esta porta tem tranca por algum motivo." grito e saio do quarto quando a loira se levanta.

Finalmente encontro o banheiro algumas portas ao lado e me tranco. Ajeito alguns fios rebeldes do meu cabelo e quando finalmente estava abaixando a saia, um cara sem camisa surge do box. Definitivamente, esse foi o maior susto da minha vida.

"O que está fazendo aqui?" Subo a saia rapidamente e sigo em direção a porta quando ele me alcança.

"Calma. Venha aqui" ele diz com um sorriso malicioso nos lábios ao vir em minha direção.

"Não chegue perto de mim! Socorro." grito em pânico enquanto tento desesperadamente destravar a porta.

"Só vamos nos divertir um pouco." ele diz quando me abraça por trás e tenta levar a sua mão ao meu peito. Não consigo mais segurar as minhas lágrimas.

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