Capítulo 7 - O Luau

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Passamos dois dias em NYC e em seguida partimos rumo à Califórnia. A banda faria dois Shows lá e a família toda iria junto. Dora e eu sempre acompanhadas por Didi, as crianças e uma babá que viajava nas turnês. Os meninos tinham mais tempo na turnê dentro do país, diferente do que acontecia no Brasil, eles davam menos entrevistas e ao invés disso, participavam de reuniões de estratégia para os próximos shows.

O ônibus que nos levava em pequenas distâncias era muito legal, tinha TV, sofá, frigobar, mesa e instrumentos por todos os lados... era uma bagunça danada! Até Walker entrava nas rodas de música... era muito divertido, um clima de festa e de descontração que quebravam um pouco o gelo da família tradicional americana.

Já na Califórnia, a família fez reserva em um hotel na praia, pé na areia... coisa mais linda de se ver! Nossas noites de dormir ao nascer do sol, todos no mesmo quarto tinham se acabado, pois Dora estava engajada a seguir as regras de Didi e Walker. Apesar disso, estávamos sempre juntos. Na primeira noite escapamos da família e fomos fazer um luau na praia à noite.

Sentamos na areia, fizemos uma fogueira no fim da tarde. Esperávamos ver o pôr do Sol dali, violões, chocalhos, minha cesta com marshmallows e cobertor (brasileira né gente)... Ike (claro) levou umas bebidinhas escondido, Tay levou salgadinhos e a gaita e Zac levou apenas a boa vontade (como sempre).

A praia era linda e estava ligeiramente deserta. Depois de nos empanturrar de marshmallows, dançar e cantar... a noite estava linda e Zac me chamou para molhar os pés na água:

- Venha amor, vamos dar uma caminhada!- sorriu para mim com aqueles olhos brilhantes

- Vão casal... nada mais romântico que isso aqui! Vou aproveitar e dar um 'oi' ali naquele grupinho de garotas... – Ike sempre faceiro, puxando Tay para um alô nas meninas metros à nossa frente

A noite era iluminada por uma lua maravilhosa, as ondas vinham e molhavam nossos pés ...

Zac apontou a lua e me entrelaçou em seus braços para admirá-la:

- Você acha que vamos conseguir viver juntos até ... o casamento?

Eu engasguei... casamento sempre foi uma palavra totalmente fora dos meus planos:

- Eu... nunca pensei nisso, quer dizer, casamento... e o que vc quer dizer com 'viver assim'?

- Não? Vc não pensa que um dia a gente vai ter uma família?

- Nunca pensei amor... o agora já têm sido tão difícil para nós!- Olhei para ele, a luz da lua o deixava ainda mais lindo...- Eu meio que, penso que um dia eu virei para o seu país, estudar, para ficarmos mais próximos... acho que esse é o próximo passo, não?

- Hum... Acho que ando meio influenciado pelos meus irmãos com esse lance de futuro.- Olhos pensativos

- Pq? Vcs têm feito planos que eu não saiba?

- Não é isso linda... Por questão de tudo isso, distância, a banda ... precisamos pensar em várias coisas. Não temos tanta privacidade como aqui, esta noite. Vc lembra como foi no Brasil... fica impossível namorar assim. Eu penso que logo vamos ter que assumir isso pra poder ter um pouco de paz.

- Não! Não podemos! – disse subindo dois tons – Meu pai jamais me deixaria morar fora do país se fosse por um namoro, ele é extremamente controlador...- parei repentinamente ao ver tristeza nos olhos dele

- Meu pai disse que é muito cedo para assumir um namoro e agora vc me diz isso... o que vamos fazer?

- Hey, Zac... eu sinceramente não sei o que vamos fazer. Mas acho que vamos ter que descobrir com o tempo. A única coisa que eu sei é que eu amo vc e preciso estar com você. Não é fácil ter essa vida, também estou me esforçando à minha maneira. Mas eu não vejo minha vida sem a sua... e sem a sua família. Temos que aceitar que não possuímos controle sobre tudo. Se vc quiser como eu quero, faremos funcionar...- disse já derramando lágrimas, tinha medo de que isso fosse um questionamento sobre valer ou não a pena continuar

Viagem à Oklahoma II - Our Own Sweet TimeWhere stories live. Discover now