Capítulo 15 - Hurricane

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' O começo do fim...'

E lá estavamos de volta à São Paulo na maior tensão. Nem no mesmo avião pudemos embarcar. Por onde íamos havia milhares de pessoas (mesmo!) e imprensa. As fotos não tinham sido divulgadas, mas neste mundo todo mundo se conhece e sabe a façanha do outro. Todo cuidado era pouco.

Bex me deixou no quarto, ao entrar, fui do céu ao inferno. Era Dora, ali... sentada na cama me esperando. Eu já sabia o que isso significava e eu não queria, de fato, ter que me expor ainda mais... mesmo sendo ela, Dora, minha fada madrinha...

- Olá Ana querida!- Levantou rapidamente com um doce sorriso me abraçando forte

Eu buscava palavras, sem querer ouvir nenhuma , com o amargo do arrependimento pulsando por cada parte de mim.

- Dora, eu... me perdoe, por favor!- Me debulhei em lágrimas....

- Olhe... não há o que perdoar, ok?! Vamos manter a calma e raciocinar juntas. Vc sabe pq estou aqui, não sabe?

- Sim... E onde está meu pai?- Em minha garganta um nó imenso...

- No quarto de Walker... Vamos para lá, mas primeiro, preciso que se acalme!

- Zac!- Pulei- Preciso avisá-lo!

- Ele já deve estar lá. Acalme-se. Eu decidi vir o mais rápido possível assim que Walker me ligou. Ele quer contar para os seus pais sobre o namoro. Didi queria muito vir, mas a logística não é tão simples... Acho que eu vou ter que intermediar a conversa e não quero que fiquem lá se encarando por muito tempo. Está pronta?

- Não... não me sinto bem em relação à isso, estou com medo...

- A verdade quando bem dita só traz o bem. Vc acredita em mim?

- Sim Dora mas...

- Eu me sinto responsável por tudo isso. Vem, vamos encarar a realidade juntas...

Me pegou pela mão sorrindo e saímos rumo ao quarto de Walker Hanson. Eu me sentia estranha, trêmula... sabia que ela queria me passar confiança mas percebi sua mão suada e sua voz embargada.

'Toc, toc'

Ao entrar, estavam todos lá. Minha mãe veio me abraçar e eu a apertei muito forte. Meu pai sorriu (e isso de certa forma despedaçou meu coração) e veio me beijar a testa:

- Oi minha filha! Que bom te ver... Dora! Que surpresa! O que faz aqui? Quanto tempo que não nos vemos minha sobrinha...- papai abraçou-a forte

- Padrinho, já conheceu Walker e os meninos?

- Sim Isadora, não entendo nada que eles falam... me ofereceu cerveja, fiquei cismado. Eles bebem muito? (disse cochichando como se Walker pudesse entender)

Nesse momento Walker pediu que Dora e eu nos sentássemos e que ela pudesse traduzir suas palavras para os meus pais.

- Primeiramente gostaria de agradecer por deixarem Ana viajar conosco. Foi uma viagem cansativa, mas a presença de sua filha nos trouxe muita luz. Filhos são nossos bens mais preciosos... digo isso pq, bem... eu tenho 7...rs. No entanto nos reuni aqui para conversarmos sobre algo que foge do nosso controle, o destino. {fez-se uma pausa e Walker continuou falando mas Dora hesitou, parou e em seguida, continuou} Senhor Manoel, sua filha como eu já disse é muito importante para nós. Somos amigos de Dora em nosso país desde que eles se conheceram no Hotel. Na verdade, pela rotina diferenciada ele não têm tantos amigos e a maioria não consegue manter o vínculo por muito tempo. Ana se mostrou fiel e amiga, é bonito de se ver. Só que, inevitavelmente, essa amizade virou amor entre Zachary e sua filha.

Viagem à Oklahoma II - Our Own Sweet TimeWhere stories live. Discover now