Capítulo 2

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Era uma noite negra, sem estrela alguma no céu. Eu caminhava pelo parque, afim de tomar uma ar fresco e refletir.

Paro proximo ao lago onde os patos estavam dormindo, me sento sobre a grana e fico fitando as águas que estavam tão escuras quanto o céu.

Depois de um bom tempo sentado ali, sinto a presença de alguém próximo a mim. O indivíduo usava um casaco grande com um capuz que escondia parcialmente seu rosto. Ele senta-se ao meu lado e pergunta:

- O que faz aqui uma hora dessas?

- Desculpa, mas quem é você? - pergunto de volta, sentindo uma pontada de medo.

Então ele tira sua touca e eu vejo seus enormes olhos azuis, a única cor naquele ambiente tão escuro.

Calafrios me atingiram juntamente com as lembranças, eu reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar.

- Ethan? O que faz aqui? - digo não acreditando no que via.

- Eu voltei para a cidade - ele diz simples, com sua voz calma.

Eu olhava fixamente para seus labios rosados, envolvidos por uma barba loira.

- Por quê me deixou? - pergunto e de imediato sinto meus olhos marejarem, perdi o controle da minha calma e comecei a tremer.

- Eu precisava de um tempo pra mim - suspirou - Depois de tudo que aconteceu... eu estava muito abalado para continuar aqui - ele diz olhando para o chão.

- Você partiu sem me dizer uma só palavra, nem se preocupou com a despedida, sequer deixou número para contato... só sumiu do mapa - digo enquanto segurava minhas lágrimas mas foi em vão, quando me dei conta, elas estavam escorrendo pelo meu rosto.

- Me perdoa. Eu fiz tudo no impulso, nem pensei em nada - ele diz com a voz embargada.

Me lanço em seus braços e desabo com a cabeça em seu peito. Ethan me abraça com força e eu sinto usa respiração quente sobre meu pescoço.

- Eu te amo tanto! Me perdoa, eu estava com tanto medo que na hora só pensei em fugir - ele diz enquanto deixava suas lágrimas caírem.

Ergui o olhar para encontrar seus olhos.

- Eu também te amo, muito. Quando voce sumiu eu fiquei tão apavorado.

- Me perdoa meu menino, eu nunca quis te deixar - ele diz me envolvendo em seu abraço mais uma vez.

- Promete que nunca mais vai me deixar - digo o apertando com toda força que eu tinha.

- Eu juro, eu nunca mais irei sair do seu lado - ele diz e então levanta minha cabeça, juntando nossos lábios em seguida.

Seu beijo era quente e me dava um sensação de segurança assim como seus fortes braços que me seguravam. Eu sabia de alguma forma que, enquanto estivesse ali, estaria seguro.

Ficamos alguns minutos abraçados, sem dizer uma palavra, apenas aproveitando o momento. Eu sentia tanto a falta daquela sensação de proteção.

- Está tarde. Vamos, eu te levo em casa - ele diz quebrando o silêncio.

Apenas assenti com a cabeça e ele me ajudou a levantar, fomos até sua bicicleta que estava escorada próximo em uma árvore.

- Este é o meu guarda-chuva? - pergunto me referindo ao objeto vermelho pendurado no guidão.

Ele sorri e confirma.

- Eu pensei que tivesse perdido - digo pegando o guarda-chuva que estava com sua cor desbotada - Você lembra que me deu ele quando tínhamos oito anos?

O Guarda Chuva VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora