Finalmente, depois de quase uma semana na casa de campo de sua mãe monstro com alguns parentes, Frisk voltava ao seu lar... Não era tanto um lar. A casa de campo é mais lar do que a cobertura no meio da cidade movimentada, que hoje não sabia bem se era o que queria, mas se acostumou com os jantares e bebidas caras, uma visão esplendorosa de qualquer lugar da casa, e a solidão do quarto e da cama grande...
A humana tinha um trabalho de meio período, mas vivia mudando de emprego. Já foi caixa, vendedora de uma loja de jóias, trabalhou como atendente, num escritório, garçonete. Mas hoje tem um cargo tão flexível onde trabalha, que as vezes nem precisa ir. Ela não gosta tanto assim de trabalhar e de dinheiro.
O que ela gosta mesmo é de aventura. De diversão.Gosta de pegar o metrô e andar nele só pra passear, sentar e ver as pessoas, sentir a velocidade. Velocidade. Gosta de andar de carro, de moto, sentindo o vento bagunçar seus cabelos curtos chocolate. Tinha uma paixão por mistério, tudo que fosse diferente e novo. Visitava cafés e restaurantes, tanto pra procurar emprego, quanto com os amigos. E esses amigos. Nunca tinha uma turma certa. Era um grupo que fazia como um rodízio pra sair com ela, provavelmente só pra que ela pagasse tudo, como a menina rica que é, mas Fri nem se importava muito. Queria companhia. Não importava se fossem falsos, indecentes, inconvenientes... Somente se contassem boas piadas, que as conversas durassem e a levassem pra casa.
Isso era um grande problema, mas nem tão grande quanto as festas. Ah, as festas. Era sempre legal no início, música boa, pessoas aparentemente legais, te fazendo interagir com o resto das pessoas e o resto da festa.
As vezes essa primeira parte era tão boa que Frisk se esquecia do tempo, se esquecia do quanto estava bebendo, do quanto estava falando...
Isso já meteu ela em várias furadas.
Ir pra casa sem a carteira, sem a bolsa ou até sem o casaco era comum.O fim da festa era a pior parte. Não importava se tivesse sido boa no início, o fim desses rolês era sempre complicado. Algum cara insistente, alguma amiga passando mal de tão bêbada, alguma merda na casa de festa... Sair pelos fundos nem sempre era a opção mais conveniente. Sempre algum ladrão, tarado, ou mendigo a seguia, mas a menina já tinha suas manhas. Era uma gata noturna também, assim como esses outros noturnos que a vigiavam durante os fins de semana, ou na semana mesmo se por acaso tivesse algum evento interessante.
A noite depois das festas eram sempre iguais. Pegava um táxi pra lhe deixar na entrada do edifício e subia, as vezes completamente zonza, lá pra cima, onde o elevador vai direto pra sua sala. Era meio difícil colocar o cartão quando tinha enchido a cara, ou quando o sono tomava conta.
Jogava suas coisas no sofá, cambaleava mais a frente e entrava no quarto, se jogando na cama.
Apagava e só acordava no outro dia, com a cabeça doendo, e com cara de ressaca.
Mas quando as noites eram tranquilas, colocava sua camisola, deitava e observava os prédios na parede coberta apenas por vidros, tendo a visão panorâmica para o centro da cidade e algumas vezes, notando seu rosto refletido no vidro espelhado... Estava tão cansada dessa rotina. Durante a semana, terça, quarta e quinta trabalhava, os outros vivia em festas variadas, seja em casas de "amigos" ou na rua... Tinha saudades de suas aventuras de verdade, como os passeios de família pelas montanhas, o trem, andar de metrô... Outras coisa pequenas que sentia falta.Lembrava de relance de seus antigos interesses amorosos e como todos eles foram um fracasso... Quero dizer, não todos, mas Frisk nunca estava contente. Já namorou dois caras e uma garota, por alguns dias, mas era como se o vazio no seu peito não fosse preenchido e só a base de bebidas, música eletrônica e luzes de festa qhe essas relações se sustentavam. Era tão fraco como flores sem raízes.
Mas a maior aventura amorosa foi com uma pessoa estranha no início. Parecia tão fissurada nela, com tanta atenção que chegava a ser misterioso e desconfortável. Frisk se apaixona por mistérios e surpresas... E realmente essa pessoa foi surpreendente...
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Diamond Cage
RandomFrisk não parava de se meter em confusões, perambular sozinha pelas casas noturnas da cidade e arranjar namorados problemáticos. Parecia que gostava da aventura, mas esses dias tudo estava muito repetitivo. Sua mãe hiperprotetora Toriel, não consegu...