Motivos

Capitulo 2

Eu nunca tinha visto aquele garoto na minha vida, talvez por estar ocupada demais no meu mundinho que nem tivesse notado a presença dele antes...talvez.

Me levanto do banco onde estou sentada e guardo tudo novamente na minha bolsa, e me  direciono a sala de aula, entro e sento no meu lugar de costume primeira carteira do canto da parede, não me dou muito bem com as pessoas do fundo são barulhentas. Minutos e depois horas se passaram e as aulas estavam acabando aos poucos, eu não gosto de estudar nunca gostei e acho que dificilmente gostarei, não sei porque estudo ainda, talvez para parecer uma adolescente normal e para não deixar a minha mãe se sentir culpada pelo meu comportamento, não quero dar a vergonha de ter uma filha que não terminou a escola em casa, mas obviamente não julgo quem deixa de estudar todos tem seus motivos e se fosse apenas por mim eu não continuaria meus estudos, essa é mais uma das coisas que eu me obrigo a fazer. Eu não vejo motivos para terminar a escola, estou no segundo ano do ensino médio e ainda não tenho nenhuma perspectiva de futuro sem planos sem vontade de fazer faculdade, isso me destrói muito por não conseguir ter sonhos eu penso que estudar e trabalhar é um ciclo e eu odeio rotinas e ciclos. Trabalhar todos os dias chegar em casa, comer dormir acordar e ir novamente trabalhar todos os dias da vida até morrer não me dá ânimo, maldito dinheiro que nos faz ser escravos dele.
Acho que pelo meu pessimismo as pessoas não se aproximam de mim muito menos tem interesse em saber como eu sou, acho que eu também não sou de me importar com isso. Eu mesma acho melhor assim sabe, sem ninguém para me me afeiçoar e no fim me abandonar, ser sozinha é bom e eu já estou nesse barco a 16 anos, claro que depois que mudei de escola tudo piorou, era como se eu fizesse parte da paisagem da escola, não conhecia muita gente mas precisava mudar de escola porque a minha antiga escola era até o ensino fundamental e eu teria que fazer o ensino médio em outra, entrei ano passado nesta e parece que até ano que vem quando eu me formar ainda não saberão meu nome, o que era engraçado pois eu chamava atenção com meu cabelo rosa e meu comportamento diferenciado mas não tinham interesse em se misturar comigo e eu os entendo completamente também não gostaria de andar comigo.

As aulas chegaram ao fim e eu havia sobrevivido a mais um dia, me apresso para chegar em casa e descansar, quando chego o primeiro a me ver foi Kurama, meu gato ele era grande, preto e tinha olhos verdes assim como os meus a diferença era que os deles eram brilhantes e tinham mais vida que os meus, eu realmente amava o meu gato era minha companhia ter ele era reconfortante, abraço ele e vou até a cozinha colocar comida para ele e trocar sua água, ele come calmante a ração cara do mercadinho do fim da rua que ele amava, vou até meu quarto e jogo a bolsa em um canto perto do guarda roupa, sento em minha cama colocando os pensamentos em ordem, minha mãe não estava em casa assim como todos os dias, era sempre assim ela saia e eu não sabia aonde ela ia e nem a hora que ela voltava, ela saia tantas vezes no dia que era quase como se eu morasse sozinha pois a maior parte do tempo eu estou sozinha, mas quando ela chegava trazia consigo comida, doces coisas como agrado por não estar presente e fazer uma refeição, coisa que eu fazia sozinha quando eu tinha ânimo porque eu quase não sinto fome por passar tempo demais sem comer, era uma das razões por eu estar tão magra e praticamente todas as roupas estarem enormes no meu corpo, mas eu não me importava e nem minha mãe, às vezes eu penso que é melhor ficar fora de casa do que cuidar de alguém como eu.

Meu quarto tinha paredes da cor azul pastel o que eram horrível na minha opinião tive um péssimo gosto na hora de escolher a cor, mas eu tentava deixar um pouco mais agradável colando fotos nela para decorar, e não as fotos não eram minhas eu não tinha essa autoestima para colar fotos minhas pelo meu quarto e ter que encarar elas depois, na verdade eu nem devo ter tanta foto minha, atualmente não tenho nenhuma atualizada o que não era ruim pois não me fazia falta nenhuma no dia a dia. Meu quarto estava bagunçado, um furacão passou nele era o que pensariam se alguém entrasse e visse essa completa desordem e eu vejo que está bagunçado, porém meu desanimo tomava conta do meu corpo e eu não tinha forças para arrumar ele assim como também não tive ontem. Eu apenas desfaço o penteado do meu cabelo que era dois coques e retiro a minha roupa que havia ido para a escola e coloco sobre a cama, indo para o  banho, eu resolvo lavar o cabelo e após estar limpa me seco e me troco para assim deitar na minha cama, meu gato já estava dormindo lá, no relógio marcava 18:30 da noite era cedo mas resolvo dormir, minha cabeça doía e assim faço, me despeço da terça-feira com uma cabeça doendo e que pioraria no dia seguinte por estar indo dormir de cabelo molhado, estava em despedindo da terça-feira com uma cama bagunçada com roupas sobre ela, estava me despedindo da terça-feira sem jantar e sem ver minha mãe, eu estava me despedindo da terça-feira sozinha assim como ontem.

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Sua autora aqui espero que esteja gostando da história e obrigada por ler até aqui <3