Capítulo 3

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Eu odiava rotina e ciclos

Mas não era como se eu tivesse escolha, por isso quando acordava para mais um dia eu torcia do fundo do coração que acontecesse algo diferenciado na rotina da estudante Sakura Haruno.
Desligo o despertador e faço todo o processo de me preparar para a escola, mas não era como ontem eu não estava com coques de Pucca, amarrei meu cabelo de qualquer jeito, já não me importava com meu cabelo a muito tempo, hoje eu apenas fui a escola com meus óculos escuros dourados e minhas roupas um pouco menos amassada que ontem, sem comer nada de manhã dessa vez, talvez se eu deixasse de ser tão previsível e fizesse pequenas mudanças o universo me presentearia com coisas novas também bem assim acreditava eu.

Era hora do intervalo e eu raramente saia da sala de aula mesmo quando todos saiam, mas eu precisei ir ao banheiro, então vou ao banheiro do primeiro andar que era do lado da minha sala de aula, quando entro percebo a Karin e umas amigas dela que estavam se arrumando no espelho, Karin era o tipo de pessoa que eu detestava ignorante, escandalosa e que se achava relevante nesse enorme mundo.

- Sua testa tá muito maior que ontem você não acha não? -Ela diz enquanto olhando para o espelho do banheiro enquanto passava um gloss. Suas duas amigas riam entre si.

-Deve estar sim- Digo já não me importando.

-E seu cabelo? Sabe que quando quiser raspar ele é só me avisar, que eu te ajudo com todo prazer você deve saber que ele tá horrível e maltratado.-Karin diz terminando de passar o gloss e se aproximando de mim.- Você sabe o que é uma pinça? Vou deixar uma aqui pra você, só me agradeça depois que fizer a sobrancelha porque está precisando.- Ela deixa uma pinça sobre a pia do banheiro, e vai saindo com suas duas amigas, porém eu ouvi cochichos.

"Deve tá usando as roupas do pai dela"
"Estranho eu ouvi que ela mora com a mãe divorciada"

Eu era fraca
Fraca emocionalmente, fraca psicologicamente tudo em mim repetia a palavra fraca repetidas vezes, era como se fizesse eco dentro da minha cabeça, não sei por quanto tempo eu fiquei encarando a pinça na pia mas percebi que foi tempo suficiente para eu ouvir o sino do fim do intervalo, tempo mais que suficiente para eu começar a me odiar, eu tinha vontade de chorar eu sempre ouvia provocações, sempre às ouvi em silêncio não era como se eu me importasse, mas por quê importava tanto agora?

Eu segurei minha tristeza e sai do banheiro com o rosto tranquilo, como se não houvesse nada, mas não tinha forças para ir para a sala de aula eu choraria a qualquer momento, evitaria as perguntas curiosas sobre o motivo.
Ando em direção a escada de emergência chego lá e sento, estava sozinha e me deixei chorar, achava que era bom, chorar aliviaria a dor que eu sentia, não era pela aparência ou talvez seja mas eu nunca fui de me importar com isso achava algo fútil, então tentei convencer minha mente de que estava chorando pelo que disseram sobre meu pai, minhas roupas eram tão horríveis assim? Talvez se vissem meu corpo achariam ainda pior por isso eu evitava mostrá-lo.
Percebi que alguém se aproximou, por estar constrangida cubro meu rosto com os braços e pernas não queria que vissem eu chorar, não queria mostrar fragilidade para as pessoas, não queria que me destruíssem mais e nem que sentissem dó de mim.

-Não achei que tivesse alguém aqui, olha não precisa ficar assustada se quiser eu posso sair.- A voz de um menino diz.

-Eu preciso ficar sozinha- Digo com a voz de choro isso me entregou tenho certeza.

-Você está bem? Pode olhar para mim por favor?-ele diz.

Eu resolvo fazer isso ergo a cabeça e olho para ele, iria pedir que saísse e me deixasse sozinha, porém ele foi mais rápido e diz.

-Você é muito linda não deveria estar chorando.

É brincadeira não é universo

-Não deveria estar aqui, agora tem aula-eu digo limpando meu rosto com as costas da minha mão.

-Nem você, temos algo em comum os dois matando aula, não conto se você não contar.- Ele diz.

-Eu não estou me sentindo bem, mas você realmente deveria ir para a aula.- Digo já mais calma e menos chorosa.

-Como é seu nome? -Ele pergunta.

-Sakura -Digo.

-Bem Sakura meu nome é Naruto e eu não posso entrar nessa aula porque o professor me colocou para fora por chegar atrasado- Ele diz divertido.- Agora quer me contar o motivo de estar aqui?.

-Não é nada importante, só não me senti bem-Eu digo. A presença de Naruto era confortável mas eu era insegura.

-Entendo se não quiser contar... posso ficar te fazendo companhia então? -Ele pergunta e eu afirmo com a cabeça.

Naruto era loiro alto e tinha olhos azuis claros e bonitos eu gostava da inocência de seus olhos, ele era divertido eu tinha um pouco de dificuldade em rir, porém com ele eu ria naturalmente ele dizia coisas bobas demais que não tinha como não rir. Nesse dia ele me contou sobre ele, que estava no 3 ano quase se formando, me contou sobre seus amigos eu não conhecia os nomes que ele dizia mas ficava escutando pois ele dizia empolgado e eu não queria acabar com a alegria dele, até que ele menciona um amigo dele chamado Sasuke, eu fui ouvindo ele falar sobre e se eu estiver certa era o menino de ontem que elogiou meu cabelo, esse amigo dele deveria ser uma boa pessoa, porque ele fala muito bem do Sasuke.
Ele também disse que já havia me visto na escola e eu disse que nunca havia visto ele, era estranho pensar que ele já me conhecia de vista, Naruto só me fez elogios, dizia que eu tinha um cabelo, olhos e sorriso bonitos, eu só dava um risinho sem graça por não saber agradecer, e assim Naruto se tornou a segunda pessoa a elogiar meu cabelo, por mais que eu ouça não era algo que eu tomava como verdade, se eu não me sentia bonita elogios não adiantavam.
Após passar um bom tempo na companhia de Naruto eu me despeço e entro para as próximas aulas, quando as aulas acabaram eu corri para chegar em casa pois começou a chover forte e não daria para andar de Skate, chegando em casa, entro para meu quarto e me permito chorar, eu era fraca chorei de insegurança e medo.
"O universo me presentearia com coisas novas"
Foi o meu pensamento assim que acordei, eu queria coisas novas mas não estava preparada, existiam cacos que não tinham como colar, e eu verdadeiramente não quero ninguém insistindo mais em mim. Pra quê insistir naquilo que não tem mais solução?
Querido céu, hoje te vi chorar e hoje também fui dormir chovendo.

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