Prólogo

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  Abaladas pela morte recente de sua mãe, as meninas por não terem com quem morar e nem para onde ir, foram obrigadas a irem morar com o parente qual sua mãe, antes de morrer havia contado, pois ele era o único que sobrara em sua família. Poucos dias antes de irem embora, as duas construíram um caixão de madeira para sua ela, já que não tinham dinheiro para comprar um, mas haviam feito com muito carinho e detalhado cada pequena parte do mesmo, pintaram algumas flores nas bordas, essas quais sua mãe amava e tinha um jardim, onde cuidava todo dia, era nesses momentos que ela mais sorria, claro, quando não estava com suas "filhas". Com o caixão pronto, tendo certa dificuldade as meninas haviam deixada-a pronta com seu vestido mais lindo que fora de seu casamento, o casamento que trouxe toda a felicidade para a família, mesmo sendo pobres, porém com o tempo, a família foi diminuindo, primeiro os pais, depois tias e assim por diante, até que sobrou apenas sua mãe e o tal parente qual iria buscar elas.
Aprontaram tudo e por fim com um pouco de dificuldade pegaram sua mãe, colocando-a dentro do caixão, com isso suas lágrimas já voltavam a escorrer em seus rostos enquanto a olhava naquela caixa de madeira, até que uma delas dizia:
- Pense assim, ela está apenas dormindo.



- Dormindo...



- E também, agora ela não está sentindo dor e não sofrerá mais, ela foi para um lugar tranquilo e de lá estará cuidando de nós duas. - Dizia a garota novamente.



- Não vai ser a mesma coisa... - A outra garota dizia.



- Eu sei que não vai, mas como falei, ela não está mais sentindo dor e não tínhamos o que fazer para evitar. - A outra dizia novamente, puxando sua "irmã" para um abraço, qual fora correspondido rapidamente. - Vamos mostrar para ela que ela deu tudo de si para cuidar de nós duas e que somos fortes, assim como ela foi por todo esse tempo, devido as dificuldades e a sua doença, vamos dar orgulho para ela e ficar mais unidas do que nunca, hum?



- Vamos estar sempre unidas de fato, mas vai ser difícil ser tão forte quanto ela... - Dizia a outra aos prantos.



- Nada nessa vida é fácil, mas se formos fortes o bastante vamos enfrentar isso, você tem a mim e eu tenho a você.



- E se eu não for tão forte e acabar desabando...? - A outra dizia se afastando um pouco e a olhando nos olhos.



- Eu também não sou tão forte quanto aparento, mas você e ela me deram forças no decorrer desse tempo, lembra o que aconteceu comigo? - Perguntou a garota.



- Eu, eu lembro...



- Então, foi graças a você e ela que eu não desabei, foi difícil, assumo, mas com o tempo fui me erguendo e consegui superar, agora nós duas iremos superar isso juntas, ela não era minha mãe de verdade, mas mesmo eu sendo uma estranha ela me tratou como uma, e eu fiquei feliz, as duas foram e são minhas heroínas, graças a vocês duas eu me sinto viva, estiveram sempre ao meu lado, inclusive você, nós vamos superar essa perda, mesmo que ela tenha partido, ela está dentro de nós duas e vai fazer seu papel assim, podemos também vê-la em nossos sonhos. Não estamos sozinhas e nunca estaremos e, a partir de agora vamos cuidar mais ainda uma da outra e se chorarmos, que seja de alegria por termos tido uma mãe tão incrível e batalhadora, que mesmo com os momentos difíceis, o que não eram poucos, ela estava sorrindo e nos dando amor. - Dizia a garota com um pequeno sorriso, tendo as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

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