Capítulo 2

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"Look at you kids with your vintage music

(Olhem para si mesmos, crianças, com sua música antiga)

Comin' through satellites while cruisin'

(Atravessando satélites enquanto viajam)

You're part of the past, but now you're the future

(Vocês são parte do passado, mas agora são o futuro)

Signals crossing can get confusing

(Sinais se cruzando podem ficar confusos)"

Eu estava na escola, sentada no meu lugar, fazendo rabiscos no caderno enquanto o fone estava prestes a explodir no meu ouvido.

Olhei para o lado e vi os pingos de chuva cair na janela que estava fechada, olhei para a sala e vi todos me encarando. Tirei o fone e respirei fundo ...

- Tudo bem Jodie? - a professora Stuart disse.

- Sim - dei de ombros - Pode continuar.

- Ok sala, na próxima aula irei trazer um rapaz que eu dei aula a alguns anos. Ele irá compartilhar o seu trabalho e finalmente iremos dá por encerrada as aulas de precauções sobre as redes sociais.

Depois de alguns minutos ainda debatendo sobre o assunto, o sinal tocou e eu até que estava curtindo, mas dei graças a Deus por já está indo para casa.

- Fala sério Jodie! - Jessie me da um tapinha no ombro - Você tem que acorda mais pra vida.

- Do que você ta falando? - disse guardando as minhas coisas - Eu prestei atenção.

- Só não quero que você cole na avaliação que vai ter - ela dá de ombros.

- Que avaliação? - arregalei os olhos.

- Viu? - a mesma ri - Ela acabou de falar que depois que o tal Tyler vim, ela vai passar uma avaliação.

- Ah sim, eu estava prestando atenção.

- Uhum - ela continua rindo.

Caminhamos até o corredor enquanto ela não parava de dizer que tinha medo do seu amigo virtual ser um estuprador ou algo do tipo. Eu só escutava, não tava afim de dá opinião sobre uma coisa que eu não entendia.

Nunca tive nenhuma pessoa com que eu conversasse virtualmente, eu não tinha nem amigos direito na escola, imagina com uma pessoa que eu nunca vi. É doideira ...

- Então, o que você acha? - ela para no meio do corredor e me encara.

- Fala pra ele - disse por impulso.

- Falar o que? - ela franziu o cenho.

- O que você tava falando mesmo? - fiz o mesmo.

- Jodie! - ela grita - Eu desisto, sério!

- Que foi?

- Você ta estranha, eu quero conversa com você e não consigo! Eu já te ajudei a passar por essa fase, eu quero a minha amiga de volta. Chega ok? - ela começa a andar - Você tem que se tocar que a vida real é essa, ele foi embora!

Eu apenas suspirei, sabia que uma parte disso tudo era verdade, mas me neguei a falar qualquer coisa. Ela balançou a cabeça como se eu fosse a pessoa mais errada do mundo e simplesmente saiu andando com uma certa irra. Eu não iria atrás dela, sou muito orgulhosa pra isso.

...Estava uma chuva insuportável, o guarda-chuva tava quase voando da minha mão por causa do vento e eu já estava ficando nervosa com esse tempo. A rua estava vazia, sem nenhum movimento.

A raiva era grande, mas o medo era maior. Estava a duas ruas depois da minha, eu odiava passar por aqui, era como se o caminho nunca acabasse. Minha roupa estava ficando encharcada e meu celular não parava de vibrar, com certeza era a minha mãe preocupada.

Meu objetivo era continuar andando e ignorar a ligação, não queria ser assaltada. Eu já estava ficando perdida no meio de tanta neblina e uma ajudinha da minha mãe não seria nada mau né. Parei de caminhar e procurei o bolso em que tinha colocado o celular, quando finalmente iria atender, senti como se tivesse alguém atrás de mim.

- Porra! - resmunguei.

- Quer ajuda? - uma voz grossa e rouca soou, fazendo meu corpo todo se estremecer.

- Tá tudo bem - permaneci do mesmo jeito - Eu estou bem, só quero ir para casa. Obrigado pela preocupação.

- Ok - a mesma voz disse - Eu tô de carro, tem certeza?

- Sim! - comecei a andar - Obrigado.

Dei longos passos e logo um carro cinza passou abuzinando com uma certa rapidez. Eu só conseguia agradecer por já estar chegando na minha rua...

[...] Corri pelo gramado que tinha no meu quintal, joguei o guarda-chuva no chão e já fui abrindo a porta. Subi as escadas correndo enquanto meu sapado molhava o chão todo, entrei no meu quarto, tirei a roupa, larguei a mochila e me joguei na cama que ainda estava toda desarrumada.

- Jodie? - minha mãe abriu a porta - Por que não me atendeu?

- Tava chovendo muito.

- Isso é desculpa? - ela muda de expressão.

- Mãe, pode me deixar sozinha? - disse sem nenhuma paciência.

- A próxima vez você atende por favor. Parece que teve um assassinato duas ruas depois da nossa.

- Assassinato? - me levantei da cama.

- Parece que acharam o carro do assassino em outro lugar, que bom que está bem.

Eu arregalei os olhos e lembrei do moço que me ofereceu ajuda, sera que tinha alguma coisa a ver?

- Vou preparar o jantar - ela caminha até a porta - A previsão é de mais chuva.

- Fecha a porta por favor.

Damn AwayWhere stories live. Discover now