Capítulo 4

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-HAAAAAAAAAAAAA!!! -gritei ao acordar naquela manhã e constatar os e-mails no notebook.

Já havíamos voltado pra casa, era fim de fevereiro, e depois de tanta espera finalmente enviaram as respostas para as inscrições e provas que fiz.

Finalmente, eu poderia começar a trilhar o meu futuro. Finalmente eu poderia começar a ter esperanças do que aconteceria na minha vida dali pra frente.

Eu consegui. Eu passei e ganhei uma bolsa de estudos na faculdade que queria. Nunca estive tão feliz em toda minha vida, a não ser pelo dia em que Felipe nasceu.

-Cadê, papai? Cadê a mamãe com meu irmãozinho? Por que eles estão demorando tanto? Não aguento mais esperaar. -choramingava enquanto eu e meu pai esperávamos notícias do parto de minha mãe na sala de espera do hospital.

-Calma meu amor. Eles já devem estar chegando. É normal essa demora. Quando você nasceu eu também fiquei bem preocupado, mas você esta aqui, certo? -lembro de assentir com a cabeça.

Lembro também de olhar em seu rosto e ver que as palavras que dizia para me acalmar serviam mais pra ele mesmo do que pra mim.

Então o doutor chegou e meu pai o olhou com toda a apreensão do mundo.

-O seu garotão nasceu saudável de parto normal e está indo pra incubadora. Sua esposa está se recuperando, ainda dormindo sob os medicamentos. Logo logo vocês poderão vê-la. -o doutor informou com um sorriso educado nos lábios e então refez seu caminho saindo dali.

Eu e meu pai soltamos todo o ar que parecíamos ter guardado, ao mesmo tempo, e então ele me abraçou muito contente.

-Meu irmãozinho nasceu! Meu irmãozinho nasceu moço. -disse aos pulinhos falando para um homem que estava ali sentado.

-Meus parabéns. - Ele disse sorrindo.

Foi um dia muito mágico pra mim. Foi até eu quem escolheu o nome dele. Passei o dia todo ligada no 220V de tanta euforia.

-O QUE ACONTECEU? -olhei para porta do meu quarto ao vê-la sendo escancarada por meu pai junto com minha mãe, meu irmão e Anna.

Mamãe segurava um cabo de vassoura e Anna uma maletinha de primeiros socorros.

Pelo visto meu grito de alegria foi interpretado mal.

Cai na gargalhada enquanto eles procuravam em mim ou no quarto algo suspeito ou ferimentos.

-Caramba, Mirella! Pensei que haviam invadido seu quarto ou que você tivesse quebrado uma perna! -bufou meu pai ao constatar que eu estava bem.

-Por Deus, querida! -suspirou Anna ficando mais calma. -qual o motivo dessa gritaria toda?

-Eu consegui, Anna. Consegui a bolsa de estudos pra faculdade! Eu consegui! -comecei a pular de alegria. Os puxei até o notebook enquanto abraçava meu irmão que era o único que estava calmo desde o começo.

-Oh! Parabéns, meu amor! Eu sabia que você conseguiria. -minha mãe me abraçou forte cheia de orgulho e eu não podia parar de sorrir.

-Eu já sabia que você sempre foi meu prodígio, meu anjo Mimih! -E foi a vez de meu pai me abraçar forte.

-Hei, pai esse apelido é meu. Arranja outro viu. -Meu irmão disse brincando e todos riram.

-Meu amor, você acordou tarde e todos já almoçamos e temos que ir trabalhar agora. Mas saiba que estamos todos muito orgulhosos de você! - papai segurou meus ombros e me abraçou outra vez e então ele e minha mãe saíram.

Voltando Aos EixosOnde histórias criam vida. Descubra agora