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"Por que diabos você tem que ser tão você, Cecília?"

A frase se repete diversas vezes em minha mente como em um loop infinito. Ruminando mais a fundo, não parece ter um significado direto ou até parece que "ser eu" é um fardo para ele, mas Harry estava bêbado e, honestamente, não acho que ele mediu suas palavras quando me questionou o porquê.

Descendo o elevador sozinha e vagando em devaneios, continuo me questionando diversas vezes o que Harry queria dizer com "Por que diabos você tem que ser tão você, Cecília?" e se isso era tão ruim quanto parecia para mim. As palavras que seguiram não pareciam ser de alguém que carrega um fardo de outra pessoa, mas a forma que ele falou, como se estivesse realmente chateado com esse fato, me deixou pensativa e confusa.

Foi necessário Harry dizer apenas uma frase para a dúvida e a incerteza me corroer completamente. Não entendo o porquê de dar tanta importância a uma pergunta tão banal e fazer disso uma tempestade em um copo de água.

À medida em que me aproximo do saguão, começo a escutar várias vozes abafadas, como se muitas pessoas conversassem em frente ao hotel. Fico surpresa e curiosa, porque às vezes eu me esqueço do fato de Harry ser um membro de uma banda mundialmente famosa. Pensar nisso me faz ter um choque de realidade novamente. Eu ainda penso estar vivendo alguma realidade paralela. Algo impossível e incogitável de outra dimensão.

Ser "amiga" de uma pessoa mundialmente famosa parece irreal demais para ser cogitada e cogitar isso me faz ter sensações estranhas demais para serem explicadas. Quando estou com Harry, eu acabo me esquecendo desse fato. Harry é incrível, atencioso e tem qualidades que eu jamais imaginei que ele teria.

Já são pouco mais de cinco da manhã e a frente do hotel está cheia. Algumas meninas estão vestidas com as camisas da banda, com bandanas na cabeça e diversos apetrechos, que as fazem parecer fãs de longa data. Cartazes improvisados estão levantados para o alto e o segurança de Harry está tentando conter algumas garotas que querem entrar no hotel e consequentemente encontrar Harry.

Passo entre as garotas, porque não me resta nenhum outro lugar, já que elas estão ocupando toda a frente do hotel, fazendo um alvoroço e enlouquecendo alguns hóspedes e a dona do hotel, que não faz ideia de como conter os gritos e a movimentação. Alguns rostos não são desconhecidos e ao olhar atentamente, vejo que minha vizinha também está entre as garotas.

Escuto-as falando animadamente sobre Harry estar em nosso evento de hoje à noite e o quão surpreendente isso foi para todas elas. Mandy me vê no mesmo instante e corre até onde eu estou em um lampejo.

Mandy tem, no máximo, doze anos e está eufórica e animada para ver Harry Styles de perto. Sua euforia está sendo ostentada em seus movimentos exagerados e em seu sorriso de orelha a orelha. Ela conversa rápido e seus cabelos cacheados e ruivos como fogo brilham nos primeiros raios de sol da manhã.

"Cecília?" ela questiona com as sobrancelhas franzidas "Por que não me contou que Harry Styles ia cantar no evento dos nossos pais?" pergunta irritadamente e cruza os braços abaixo do peito como se o mundo estivesse prestes a acabar e eu fosse a culpada de tudo.

"Eu não sabia que gostava da banda" respondo e ela nega com a cabeça "E foi tudo improvisado, Mandy. Mal deu tempo de avisar os patrocinadores e preparar um palco um pouco melhor."

"Minha mãe também não me contou sobre ele estar aqui" suas bochechas estão vermelhas e seus lábios rosados "Justo no dia que eu resolvi não ir. Você tem noção de como isso era importante para mim?" arqueia exageradamente as sobrancelhas.

"Foi muito importante para as crianças do orfanato, Mandy. Elas adoraram Harry e terão quartos novos, mantimentos e roupas para a vida toda agora."

"Não se esqueça de me avisar na próxima vez, por favor" implora, juntando as mãos na frente do peito, como se estivesse rezando "Eu sei que foi importante para elas, mas é para mim também."

"Não vou me esquecer" prometo "Mas agora eu realmente tenho que ir para casa."

"Obrigada" agradece e volta animadamente para suas amigas, como se ver Harry Styles fosse tudo o que ela importava.

Caminhando mais à frente, procuro pelo carro de Harry ou por Paul. Fico aliviada ao encontrar Paul escorado ao lado do carro com o semblante fechado. Todos os fãs que estão em frente ao hotel estão tão focados na porta, esperando Harry aparecer, que não percebem que eu estou conversando com o motorista dele.

"Você pode me levar para casa?" pergunto a Paul e ele assente com a cabeça, sem dizer nenhuma palavra. Antes de abrir a porta, Paul abaixa seu quepe um pouco mais, enquanto segura a parte de trás dele.

Paul abre a porta do carro para mim e eu entro sem que ninguém perceba e sento no banco traseiro. Solto todo ar que estava preso em meus pulmões pela boca aliviadamente e jogo meu corpo para trás. Não sabia que estava tão cansada, até me deitar no banco traseiro do carro. Minhas costas estão doloridas e meus pés latejam e imploram por algumas horas de descanso.

Paul não fala absolutamente nada o caminho inteiro e eu sinto que estou incomodando de alguma forma. Eu deveria ter pedido um Uber ao invés de incomodá-lo para me trazer em casa. Na verdade, Paul não parece contente o tempo inteiro e fica o tempo todo com o semblante fechado, mas algo em mim diz que há algo de errado.

Agradeço e me despeço de Paul no momento em que ele estaciona o carro em frente à minha casa. No entanto, recebo apenas um aceno de cabeça, antes de vê-lo partir de volta ao hotel.

Não tenho muito tempo para me remoer com o ocorrido, porque, quando abro a porta de casa, me assusto ao ver toda a minha família na sala me encarando. A julgar pela feição, todos estão preocupados e nenhum deles tirou a roupa da festa.

"Meu Deus, Cecília!" minha mãe exclama e corre até onde eu estou "Custava você atender o celular somente uma vez?"

Meu pai me olha, balançando a cabeça de um lado para o outro e com as mãos nos bolsos da calça social bege, como se estivesse decepcionado comigo.

"Por pouco mamãe chamava a polícia!" Clarisse exclama, desfazendo seu penteado.

"Eu disse para eles se acalmarem, mas ninguém me escuta" Clara responde bocejando e eu arquei as sobrancelhas, ainda em confusão.

"Onde você estava, Cecília?" minha mãe questiona, começando a ficar irritada comigo e com minha falta de resposta.

Minha família me encara, ansiando por respostas, mas eu não faço ideia do que responder. À forma como todos me encaram me deixa completamente constrangida. É como se eu tivesse sido pega furtando alguma loja.

"Eu encontrei com Wally no meio da festa" respondo, mas minha mãe não parece convencida "Honestamente, mãe, eu não tenho mais dezoito anos."

"Você deixou todos nós preocupados, deveria ao menos se explicar. Se você, Cecília Rowan, saiu com Wally, eu juro que..."

"Por, favor, tire essa ideia absurda da cabeça, mãe" reviro os olhos e caminho para o meu quarto, deixando minha família completamente curiosa para trás.

O que diabos aconteceu aqui?

Olá, meus lindos raios de sol! Como estão?

Antes de tudo, eu criei um grupo com escritoras de Fanfics para debatermos vários assuntos (é divertido, eu juro). Então, se quiserem entrar, me manda uma mensagem ou responda aqui que eu envio o link do grupo.

Agora eu quero indicar um insta de uma amiga para divulgar suas fics com qualquer membro a 1D. O insta é /onedirection.fics. Espero que gostemm <3

I love u all, L szszszsz.

Beijinhos <3

Famous | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora