Capítulo 1 - Well

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Ele apenas tinha ido ao acampamento com sua família, era só uma diversão, mas coisas terríveis aconteceram com eles, ninguém sabe o certo o quê, apenas que até os dias de hoje se escuta os seus gritos e o choro de seu filho! Sair daquele lugar é impossível e você perderá sua humanidade tentando, o que resta é apenas se suicidar – Carlos contava aos seus colegas a lenda da floresta Sem Luz.

— Por favor Carlos, quem acreditaria nisso em pleno século vinte e um? – eu indaguei.

— Eu tenho medo – respondeu Patrícia.

— Pronto, aí está a sua idiota – Carlos respondeu apontando para Patrícia.

— Olha Paty, morre! – falei.

Meu nome é Well, um tanto esquisito, mas você aprende a conviver. Eu tenho dezenove anos e estou no terceiro ano do colegial, eu não reprovei e se eu tivesse reprovado (O problema é meu né), mas o fato é que minha família vive se mudando e duas vezes nessa loucura eu não consegui terminar o ano escolar e infelizmente comecei o mesmo ano duas vezes, nesse caso a oitava série e o segundo colegial.

Por conta da minha idade, eu estou na turma dos considerados "repetentes" ou como somos chamados "renegados", pois como a escola é extremamente capitalista/competitiva, a maioria dos alunos nos excluem, mas por conta disso minha turma de vinte alunos, são todos amigos e unidos.

Entretanto, existe alguns alunos de minha turma que são exaltados pela maioria dos outros, dentre eles meu melhor amigo – nos conhecemos quando tínhamos dez anos de idade e mesmo eu mudando direto, nossa amizade perdura até hoje – seu nome é Thiago, tem lindos cabelos loiros ondulados e grande (chegam no ombro), olhos castanhos escuros, pele branca e um olhar malvado, mas é muito gente boa.

Thiago é da família mais rica da cidade e vamos dizer que eles tem muitas brigas e por isso ele ainda não se formou. Uma coisa que me irrita muito nesse colégio – o único da cidade – é pelo fato das pessoas nos julgarem sem ao menos saber quem nós somos, mas acredito que isso é doença de humanos.

Nossa primeira aula foi de Educação Física e ficamos jogando handball durante toda a aula, como suamos muito, fomos usar o vestuário do colégio para tomar um banho e comecei a conversar com o Thiago:

— Thiago, o que você acha desse "Acampamento"? – perguntei.

— Eu achei legal por dois motivos. Primeiro: nunca acampei e vou ter a oportunidade de acampar com pessoas que gosto, segundo: esfregar na cara das pessoas que não somos burros.

Nossa turma ganhou uma viagem a um acampamento de uma semana para ficar na famosa floresta Sem Luz (o nome é devido a quantidade de cipós e fazem o lugar ficar mais escuro e tenebroso). Essa viagem foi um prêmio do provão escolar, todo ano é dado um provão e a turma quem tem as melhores notas ganha o prêmio. Essa ano a turma dos renegados ganhou e assim esfregamos na cara desse povo que não somos burros é que às vezes não temos a mesma sorte que outros.

— Que fofo Thiago – eu disse.

— E você está animado Well? – ele perguntou.

— Nenhum pouco, detesto inseto e não tem micro-ondas – eu protestei, ele riu.

— Você é uma gracinha – ele me deu um beijinho na testa – meu irmãozinho – eu revirei os olhos.

Iriamos ser dispensados após a terceira aula, pois hoje era o dia da viagem, exatamente doze de abril, tínhamos que levar a autorização do nosso responsável, pois a escola não queria se responsabilizar por algo que acontecesse conosco. Eles esquecem que somos maiores de idade.

Nosso ônibus iria sair as dezoito horas, então as dezessete todos já estavam esperando o ônibus, as nossas amadas professoras, Ângela (professora de Biologia) e Isabel (professora de Gramática) estavam verificando se todos que iriam na viagem estavam presentes.

O ônibus chegou, Thiago entrou gritando:

— O lugar de três é nosso – E foi para o fundo no ônibus. Juntamente com ele, sentou-se eu e a nossa "best" a Andressa, esses são os meus melhores amigos, sabem de toda minha vida, assim como sei a deles (Eu acho).

Já havia passado três horas no ônibus. Andressa estava deitada com a cabeça no meu colo, Thiago também cochilava encostado no meu ombro, acabei virando escora. No entanto, meu estômago não estava muito bem, eu estava percebendo o que ia acontecer. Tirei a cabeça de Andressa e Thiago de mim, corri até a frente do ônibus e gritei:

— Para a poha do ônibus – o motorista freou na hora, o impacto fez eu me chacoalhar mais eu me virei e não aguentei segurar, jorrei vomito na cara da Larissa. Ela me olhou com a cara de indignação e apenas disse:

— AHHHHH – um grito ensurdecedor - Eca, você vomitou em mim – ela passou a mão na cara dela tirando uns carocinhos de arroz e mussarela – Eu estou toda melecada – e então começou a chorar.

O restante do pessoal começou a rir, o motorista diz:

— Tem o último posto de gasolina antes de chegarmos ao acampamento, vou parar lá para abastecer e então vocês se limpem e o ônibus também. No momento Larissa me olhou com a seguinte cara: EU VOU MATAR VOCÊ.

Passamos trinta minutos ainda no ônibus, antes de chegar ao posto de gasolina e eu limpei todo o meu vômito, depois eu escovei toda a minha boca, eu não ia conseguir tomar banho, o banheiro era extremamente nojento, sem contar nas quatro baratas que matei. Detalhe, eu usei a água da minha garrafinha para escovar os dentes.

Eu sentei novamente com meu amigos. Andressa e Thiago ainda estavam rindo e fazendo a minha cara de vomito.

— Larissa qual o sabor da vomito do Well? – gritou Andressa do fundo do ônibus para Larissa. Ela retribuir para Andressa com um sussurro "Vai se fu...".

— Eu te amo, você deveria ser um "meme" – comentou Thiago e deu um beijo na bochecha.

— Eu vomitei Thiago, agora você vai ter pedacinhos de comida na boca – eu estava com nojo de mim.


O SINISTRO (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora