Capítulo 4: Andressa

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Estava com insônia após ter visto a cena da Ana morta. Aliás, a cabana que eu estava hospedada era dividida entre eu, Patrícia, Larissa e a Ana. Com os devidos acontecimentos preferi ficar no quarto do Thiago e do Well, pelo menos se eu morrer, irei morrer com meus amigos. Estávamos na fogueira, o qual a professora Ângela explicava alguns dos problemas de estarmos acampando. Problema um: não temos sinal de telefone, ou seja, nossos celulares são úteis apenas para tirar foto, mas isso nós já sabíamos. Problema dois: o motorista voltou para a cidade, não sei o motivo, assim estamos sem contato e ainda estamos a espera dele. Problema três: tem um assassino no acampamento conosco.

Como se não bastasse tudo isso, Rafael teve um surto durante as explicações da professora Ângela e atacou Thiago. Então, Thiago contou de um morto que falou com ele, apesar de eu ser amiga dele, acredito que ele esteve fumando nos últimos dias. Thiago está com muitos problemas de família, em momentos como esse é bom ter o apoio dos amigos. No entanto, já é a segunda pessoa (Se Thiago viu mesmo um morto) assassinada. Isso se parece com aquele filme de terror, Floresta maligna, Floresta Negra, algo assim. Nesse meio tempo, resolvi ir até a cabana cozinha do acampamento fazer café, como não tem energético, o café pode nos manter um tempo a mais acordado, pois não estou afim de fechar meus olhos, imagina acordar igual a Ana, nesse caso ela nem acordou.

Voltei a cabana dos meninos, Thiago estava encolhido em sua cama, Well sentado no chão esticado olhando para o teto. Entreguei um copo de café para cada um e perguntei:

— O que vocês acham disso?

— Das mortes? – Well indagou.

— Sim – respondi.

— Não faço ideia, só acho que essa pessoa precisa de tratamento psicológico/psiquiátrico urgente.

— Vocês repararam no acampamento? – perguntei novamente.

— É bonito, tem cabanas excelentes, envernizadas, tudo muito bem cuidado e brilhando – Well respondeu.

— Exato – retruquei – tudo muito limpinho.

— Estranho – observou Thiago – A cabana que eu encontrei o defunto, por fora era horripilante e por dentro bem limpinha.

— Sim, é um acampamento que existe a mais de sete anos, certo? – eles assentiram a cabeça confirmando que sim – Então porque tudo está tão maravilhoso? Deveria ter marcas, sujeira, algumas coisas quebradas? No entanto, tudo funciona tão bem.

— Pensando nisso, parece estranho mesmo – comentou Well.

— Eu acho que estamos aqui de propósito – joguei na conversa.

— Você acredita que o assassino trouxe-nos até esse acampamento para nos matar e se divertir? – Well questionou.

— Sim, eu acho. Mas se o morto do Thiago falou com ele, acredito que vai um pouco mais além disso.

Então escutamos Patrícia gritando, chamando todos nós para ver algo que ela achou. A única coisa que esperava era que não fosse ninguém morto. Depois que grande parte se reuniu com Patrícia, ela nos mostrou uma notícia em um jornal do mês passado, o qual a manchete dizia: "Floresta Sem Luz desaparece com 15 alunos de ensino médio". Fiquei chocada com a notícia, pois os alunos vieram para o mesmo acampamento fazia pouco mais de um mês e eles nunca foram encontrados. O texto ainda trazia que o famoso ditado da lenda: "Se tu entrar, o sol nunca mais verás, sua morte aqui está". Foi fatal para esses estudantes.

Todos estavam em um transe naquela notícia diabólica, quando escutamos um grito ensurdecedor. De cara imaginei que fosse a Larissa, todos que estavam em torno de Patrícia, correram até o grito.

O SINISTRO (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora