Capítulo 7 - Thiago

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Well me acordou, chocalhando-me.

— Thiago, você poderia pegar o remédio na minha mochila, por favor – ele disse meio molenga.

— Os frasquinhos com a seringa? – falei bocejando.

— Isso e se puder por cinco ml na seringa, eu agradeço – ele fez uns olhinhos de dó.

— Para que é esse remédio? – perguntei fazendo outro bocejo.

— Hipoglicemia.

Levantei com sono, peguei um dos potinhos, tentei encaixar a agulha da seringa no buraquinho do potinho. Eu tremia loucamente, parecia Parkinson. Rafael se levantou, retirou o potinho e a seringa da minha mão, retirou os cinco ml e entregou a seringa para o Well. Ele pegou a seringa, ergueu a manga da camiseta e injetou de uma vez.

— Obrigado Rafael e porque você está nú? – perguntou Well, realmente Rafael estava pelado, não havia notado o bingulim dele ao lado da minha cara, devido a tremedeira.

— Por nada Well! – ele sorriu – Eu não consigo dormir com roupa! – respondeu – Voltarei a dormir.

Well suspirou, chacoalhou a cabeça. Acredito que era uma tentativa de ser recuperar. Foi até a parede do quarto, meteu as mãos nas tábuas e começou a puxar. Pensei "ficou louco", continuou a puxar loucamente.

— O que você está fazendo Well? – perguntei.

— Você percebeu que várias pessoas morreram, certo? No entanto, ninguém escutou elas pedirem socorro ou gritar? – ele indagou erguendo a sobrancelha esquerda.

— Verdade, não lembro de escutar pedido de socorro!

— Exatamente – disse ele e voltou a arrancar as madeiras da parede revelando outra parede cinza por trás da madeira, Well passou a mão e disse – é macia.

— Espuma acústica? – perguntei.

— Acredito que sim! – Well respondeu – Por isso não escutamos nada, o que torna esse acampamento mais...

— Bizarro – completei.

— Não, torna ele planejado! – Ele me fitou por um momento – Cadê a Andressa? – ele perguntou.

— Ela estava dormindo conosco, não sei para onde ela foi – respondi.

— Alessandra apareceu e levou a Andressa para fazer café com ela – respondeu Rafael – depois apareceu a Larissa – ela apontou para a cama ao lado – machucada.

— Preciso conversar com ela – Well disse.

— Eu tenho uma ideia para sairmos do acampamento Well – falei olhando para ele.

— Sério, como? – Nesse momento até o Rafael inclinou o seu corpo para ouvir a ideia.

— No entanto, dá para salvar apenas cinco pessoas! – avisei.

— Como assim? – perguntou Rafael.

Quando encontrei a cabana abandonada, havia um Opala vermelho escuro novinho na garagem, talvez de para usa-lo, pelo estado pode ser que ainda tenha combustível – expliquei.

— Você podia ter nos dito isso antes – falou Rafael indignado.

— Mesmo se eu tivesse falado antes Rafael, o que iriamos fazer, sortear cinco pessoas para usar o carro e tentar nos salvar? Do que teria adiantado? – questionei.

— Podíamos selecionar pessoas que saibam como dirigir um automóvel – ele sugeriu.

— Não adiantaria Rafael! – falou Well – Todos nós iriamos brigar e no final alguém roubaria o carro ou poderia até por fogo nele – ele fez uma pausa – Temos uma última esperança.

O SINISTRO (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora