Capítulo 10: Larissa

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Eu estava junto com o Rafael em um buraco subterrâneo, onde provavelmente os cara de bode faziam culto satânico. No entanto, eu tinha perguntas mais importantes para Rafael de que preocupar-se com a minha vida. Rafael me perguntou:

— Vamos para a direita ou esquerda desse túnel?

— Rafael você é gay? – perguntei.

— Larissa com tantas coisas para se preocupar, você quer saber se eu sou gay? – ele fez um rosto de indignado com a situação.

— Sim – respondi.

— Não Larissa! Não sou gay e se eu fosse o que você tem haver com isso? – perguntou ele. Achei grosseiro.

— Não precisa ser grosso – retruquei – é que a relação sua e do Well era um tanto estranha – expliquei.

— Está vendo! Hoje em dia não podemos ter amigos ou amigas que sejam próximos ou íntimos, pois as pessoas já acham que estamos nos pegando! Quanto julgamento! – ele respondeu bravo.

— Desculpa, mas a amizade de vocês era estranha, pois vocês não ficavam juntos no colégio, mas saiam juntos, dormiam na casa um do outro – tentei esclarecer.

— Qual o problema? No colégio o Well gostava de ficar com o Thiago e a Andressa e eu não vou com a cara do Thiago! Sobre pousar na casa um do outro; Well me ajuda com lições de casa – ele me olhou bravo – não sei porque lhe devo explicações! Afinal, quem é você na fila do pão?

— Rafael eu sou apaixonada por você seu palhaço – falei chorando.

— O que? – ele respondeu incrédulo e continuou – A Ana não contou a você?

— Contou o que? – perguntei.

— Íamos começar a namorar depois do acampamento, se ela não estivesse morta – ele falou olhando para o chão.

— Você e minha melhor amiga? Não acredito! – um ódio enorme subiu em meu peito – Por isso, ela e o Well queriam conversar comigo sobre você!

— Well que me ajudou conquistar a Ana – falou ele – Ele era meu anjinho da guarda.

— Filhos da pu...! Ainda bem que eles morreram, desgraçados – um tapa acertou meu rosto, vindo da mão do Rafael.

— Nunca diga isso na minha frente – os olhos dele encheram de lágrimas.

— Eu sou muito mais bonita que a Ana! – exclamei.

— Eu não acho você atraente, quando você era gordinha, eu achava você sexy, agora que emagreceu parece que envelheceu dez anos – falou ele.

— Eu perdi peso para você me notar – continuei a gritar.

— Fica quieta! – gritou ele, não estava acreditando que ele gritou comigo. Indignada fiquei. Ao mesmo tempo Rafael me abraçou, colocou a mão direita tampando minha boca e seguiu para a esquerda do túnel, o qual tinha uma porta. Ele me carregou a força até lá, poucos segundos depois, escutamos pessoas passando com alguma coisa. Rafael deixou a porta entreaberta e olhava pela pequena fresta. Fiquei apenas sentada no colo dele, bem que a parte de baixo poderia estar alegre, mas nada estava levantando, mesmo comigo se esfregando. Ele me soltou e disse:

— Eu acho que era a Andressa naquela maca! Precisamos segui-los!

Eu olhei fixamente para ele e meti o tapa na cara daquele ordinário e gritei:

— Esse tapa é por você ter me batido – dei outro tapa – esse é por você me chamar de feia – dei outro tapa – esse é por pegar a minha amiga – dei outro tapa – esse foi porque eu quis.

Depois dos quatro tapas, ele me fitou, sorriu e disse:

— Você é sem noção!

— O que? Rafael eu te odeio! – exclamei.

— Espero que esteja satisfeita, pois minhas bochechas estão doendo – ele falou rindo.

— Não estou, mas me contento com isso!

— Agora vamos atrás da Andressa? – perguntou ele.

— Não vou atrás daqueles psicopatas! Eles jogaram um pênis na minha cara! -exclamei. Abri a porta e segui para direita, enquanto Rafael para esquerda.

Meus joelhos doíam tanto, minhas pernas tremiam de cansaço, meu corpo queria dormir, pois eu ainda não havia conseguido descansar. Continuei por aquele túnel maldito, pequenas luzes fracas e brancas iluminavam o caminho, na maior parte ele era apagado. Tubulações enferrujadas seguiam por todo o túnel, portas de ambos os lados, mas não queria entrar em nenhuma delas. Depois de ter andado uma eternidade (eu achava), o túnel desembocou em um salão gigantesco com vários aquários quadrados, dentro de cada um deles tinham pessoas. Alguns deles olhavam fixamente para mim, enquanto outros ignoravam minha presença. Estava passando pelo último aquário quando uma mão ensanguentada bateu no vidro e disse:

— La...ri..ssa – eu fixei um minuto no aquário, os pelinhos da minha nuca arrepiaram todinhos. Minha mente gritava "FUJA SUA IDIOTA", mas eu segui para o aquário e a voz continuou – La...ri...ssa – sangue escorria na superfície de vidro, quando consegui identificar o ser humaninho fiquei horrorizada e gritei:

— WELL! O que eles fizeram com você? – ele continuou:

— La..ri..ssa – arrastando seu corpo no chão. Meus olhos pararam em seu rosto, antes alegre, agora com dois hematomas em suas têmporas.

— Onde estão suas pernas Well? – perguntei, enquanto batia naquele vidro estúpido, da cintura para baixo Well sangrava sem as pernas. Meu coração estava acelerado com tanta bizarrice. Incrédula! Meu corpo não aguentava mais, era muita pressão; sentei-me ao lado do aquário dele sem nada que eu pudesse fazer, comecei a chorar até meu corpo apagar.

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Caros leitores, gostaria de agradece-los por fazerem a obra: O Sinistro entrar no top 40 do rank de Mistério/Suspense. Muito obrigadoo! Espero que gostem do capítulo 10 e sintam-se curiosos para saber o final da história. <3

Sobre o Cap 11 - Rafael e sua indignição ao descobrir o significado de S.I.N.I.S.T.R.O ><

O SINISTRO (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora