• TRENTUNO •

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A sensação era de que haviam se passado semanas ou até meses, mas era apenas uma segunda feira. Aquela segunda feira que parecia não terminar nunca, simplesmente terminou com Harry e Louis deitados juntos, imóveis e praticamente em silêncio. Na cama de Harry.

A noite foi longa e eles apenas resolveram deitar perto das três da manhã. Conversaram sobre Niall ser supostamente parceiro de Zayn, e sobre as possibilidades de um aparente homofóbico ser apenas um enrustido, e concordaram que as chances eram grandes, já que isso acontecia e muito, principalmente no mundo dos negócios.

Eles nem sequer mencionaram a coincidência engraçada que levava ambos os seus chefes a se relacionarem; era realmente um mundo pequeno.

Depois, conversaram sobre o que Harry pensou o dia todo: Kendall.

Ele sabia que nem sequer havia começado direito com seu "trabalho", e que ainda tinha muito pela frente, porém ele não se sentia preparado para continuar. Louis não fazia parte de seus planos quando ele aceitou fazer isso, e seria pura crueldade não só com Kendall e Louis, mas com ele mesmo.

A conversa foi rápida, pois logo eles concordaram em discordar e resolveram que dormir seria a melhor opção para evitar uma discussão. Louis poderia muito bem ter ido dormir em seu próprio quarto, mas ainda não se sentia preparado o suficiente. Teve que engolir o orgulho e a mágoa para dormir ao lado de Harry, mesmo que eles nem se tocassem na cama.

Foi uma noite tensa, principalmente se comparada com a noite passada que eles tiveram. Foi talvez ainda pior para Harry, que não pregou os olhos por um segundo sequer, repassando toda sua vida em sua mente, principalmente os últimos dias e a conversa com Louis.

"Eu não quero que você desista disso," Louis disse, praticamente gritando. "A situação é péssima, mas você está fazendo por um bom motivo e eu admiro isso, e acredito que todos admiram também."

"Não é verdade," Harry suspirou. "Quando tudo isso vir à tona, eu serei o bandido da história. Você não entende? Vai ser eu quem manteve ela no armário esse tempo todo, eu quem contribui para que ela demorasse mais a ter sua liberdade, eu quem magoei mais pessoas do que ajudei."

"Harry!" Louis exclamou. "Você é tão irritante! Você sabe que isso não é verdade"

"O que? Eu sei, e você sabe e ela também sabe, mas o público não!" Harry gritou. "Louis, eu não quero construir minha carreira em cima disso! Não quero perder..." Seu tom de voz baixou drasticamente, e ele deixou a última frase no ar.

"Você não vai perder..." Louis respondeu tão baixo quanto, se aproximando dele. "Entenda isso, pela última vez, eu estou do seu lado."

Harry suspirou, esfregando o rosto e tentando controlar todas aquelas emoções que insistiam em não ir embora.

"Eu não sei se posso continuar com isso." Harry falou.

"Eu não vou obrigá-lo a nada," Louis disse. "Mas pense no que está fazendo. Ela irá namorar alguém, seja você ou qualquer outro que a mãe dela resolva pagar. Pelo menos você é amigo dela."

E com essas últimas palavras, Louis saiu andando e se fechou no banheiro. A cabeça de Harry girava com informações e dúvidas; ele não entendia porque Louis teimava tanto para que ele não saísse dessa situação - ele não entendia porque Louis não estava bravo com tudo isso para que Harry pudesse ser apenas dele.

Harry só conseguia pensar que talvez Louis não o quisesse da maneira que ele o queria.

A terça feira veio e com ela veio o desespero de Harry. Ele conseguiu dormir pouco antes do seu despertador atormentá-lo, e ele estava absolutamente exausto. Quando se levantou, o lado da cama onde Louis dormiu estava vazio. Ele não sentia cheiro de café e nem ouvia o barulho do chuveiro, o que só podia significar uma coisa.

Flying Home - l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora