Capítulo 20 - O Mestre

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     Eu continuei dentro da cripta, já se fazia muito tarde e começou a chover lá fora.
O meu amado se tornou cada vez mais pálido, frio e enrijecido.

     - Marinette! Nossa esperança acabou, não encontrei a Plagg! - disse Tikki toda molhada e cansada entrando porta a dentro.

      -Perdão Tikki, mas eu já não tenho nenhuma.

Tikki pousou em minha perna olhou me nos olhos e disse.

      -Marinette! Eu sei que você está arrasada, mas você tem que agir, não podemos ficar aqui com o corpo de Adrien, você precisa levá-lo ao seu Pai. A essa horas todos estão lhe procurando. Já faz 7 horas que ele morreu, muito logo ele entra em decomposição.

Eu comecei a chorar tudo novamente.

     -Não fale essa palavra, ela doe, significa apodrecer, acabar, sumir...e eu não quero.- Em meio a soluços eu continuei. - Deixa ao menos ficar com ele essa noite, amanhã eu prometo levá-lo.

      -Você quem sabe!!! Marinette! Você já verificou seu celular se seus pais ou até mesmo a Alya, estão te procurando? - Tikki foi tão controlada, ela foi minha fortaleza.

      -Não quero ver nada! Ninguém vai me tirar hoje daqui. - falei com voz embargada pelo choro.

A noite foi chuvosa, fria, escura e solitária. Eu não sai de perto do meu amado, fiquei lembrando de todas coisas que fizemos juntos, todas lutas, piadinhas, romance e sem duvida o sofrimento pelo amor não correspondido de Adrien.
    Tikki adormeceu em meu colo, mas eu não, eu não queria perder tempo, eu precisava ficar um pouco mais ao seu lado, eu não estava amoldada ainda pra dizer Adeus.

             ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

      O Dia amanheceu e continuava chovendo, era sábado.

     - Olá Marinette!!! Tikki disse enquanto se espreguiçava.- Preparada? Agora pela manhã é um bom momento, ninguém iria te ver chegar na casa do Sr. Agreste.

     - Sim Tikki, já estou preparada!

    Comecei a envolver a Adrien no lençol, quando algo muito rápido e falante entrou pela porta.

     - Meu amo!!! Meu amo!!!, Nãaaaoooo!!!chegamos muito tarde! - Plagg exclamava e não se conformava.

     - Plagg!!! Você está vivo??- Eu perguntei incrédula. - Desculpa Plagg! "Nós quem" chegamos tarde?- perguntei sem entender.

Nesse instantânea uma figura baixa de guarda-chuva apareceu na porta da cripta.

- Bom dia Jovens! - disse em tom calmo e pacífico. - Lembra de mim? O veterinário?...prazer sou Mestre Fu.

Sim eu lembrava daquele senhor de origem oriental que me deixou bem confusa no nosso último encontro. Eu não sabia se ele era massagista, curandeiro ou veterinário.

-Srta Marinette, hoje não é dia de muitas perguntas, só quero que me escute e confie em
mim. - Mestre Fu com aquele olhar sereno continuou.- Nós precisamos agora de um milagre ou desejo concebido...

-Desculpa Mestre Fu. - interrompi sem cerimônia. - O Sr. não me parece Deus, aqui também não tem nenhum e muito menos uma lâmpada mágica. Eu estou derrotada demais pra esse tipo de fantasia.

Mon Chéri (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora