Âmago.

09.

Impasse
Todos os dias eu procuro formas de acordar bem,me sentir bem,viver bem,
mas "você" está lá interferindo em tudo,cada pensamento meu;cada lembrança minha;cada história vivida;
parece ter um pouco de "você"; aquele pouco que eu vivo tentando exterminar de mim,
tirar de tudo que sou.

É difícil dormir e acordar com a sensação de que falta algo,
mas "você" nunca foi meu e nunca será.

Por um longo tempo me imaginei com "você",abraços,beijos,carinhos,toques,braços e pernas entrelaçados,
são só lembranças de algo que nunca foi.

Pensamentos guiados instantaneamente a "você",e olha que eu nem preciso falar teu nome pra saber quem és tu.
É como se fôssemos de planetas distintos,"você" é de Júpiter.

Me sinto como a Lua,olhando-te de longe imaginando como seria se pudéssemos
interagir um com o outro de forma amigável.

Por quê não somos amigos,pelo menos não mais,
talvez um dia sejamos conhecidos
ou somente estranhos que se conhecem bem.

As vezes é como acordar de um pesadelo no meio da tempestade,
e ver que tudo não passou de um sonho ruim,
mas continua lá cada dia mais presente.

"Você" e eu éramos de certa forma veneno um para o outro,
quanto mais nos aproximavamos mais doentes ficávamos.

Agora estamos aqui nesse impasse;deveríamos nos aproximar de novo ou nos contentar em ficar só trocando olhares?

Prefiro te olhar daqui mesmo,para que sua vida não seja manchada com meu veneno e as coisas que não foram ditas permaneçam caladas.

Talvez em mil anos nossas almas se reencontrem de forma amigável e se unam novamente ou "você" passe como um furacão levando tudo de mim.

É "você".
Sempre será "você".

-Jacqueline Martins

As músicas nunca tem nada haver com o poema blé.