Arco 1
Lucas
Querido diário, é o último dia do semestre na faculdade, pelo menos para mim. Sempre pensei que adoraria estudar direito, porém nunca pensei que gostaria tanto. Posso dizer com certeza que esse foi um dos melhores anos da minha vida.
O dia hoje começou como qualquer outro, acordei pouco antes do despertador, fiz um belo café da manhã e deixei Renata na Oficina do Estudante, hoje também é o último dia de aula dela, obviamente a menina prodígio não só tirou as melhores notas como me ajudou a ser o melhor aluno da turma. A maioria vai ficar um bom tempo de julho para fazer as provas finais, eu tenho o privilégio de poder sair mais cedo agora no fim de maio.
Com sorte vou conseguir tirar minha carteira de motorista nas férias com o dinheiro que juntei trabalhando no orfanato, não é muito mas tem sido o suficiente para pagar as aulas de muay thai nos últimos anos e ainda economizar para meus planejamentos.
É de se esperar que com tamanha ansiedade para as férias não consigo me concentrar nas aulas de direito civil do professor Murilo, principalmente quando não tenho dormido direito por conta dos sonhos esquisitos.
-Lucas, gostaria de fazer uma leitura de suas anotações para a sala? Você parece bem concentrado em qualquer coisa que não seja minha aula. – Disse o professor me tirando bruscamente dos meus devaneios de escritor. Ele é um homem baixinho, bem jovem para um professor de universidade, como a maioria dos professores de direito está vestindo um terno preto completo, não sei como era possível nesse calor, não teria conseguido sair de casa sem uma regata. Ele ajeitou os óculos olhando diretamente para mim a espera de uma resposta.
-Estou bem professor obrigado. – Respondo sem ter medo de ser rude, afinal passei em sua matéria com um belo 9.5, não há nada que ele possa fazer além de ficar furioso.
-Ele só está escrevendo no diário dele. – Disse Pedro do fundo com um tom sarcástico, o resto da turma caiu em gargalhada, ouvi alguns comentários maldosos, outros repudiavam as palavras dele e alguns apenas ignoravam.
-Engraçado Pedro, é preciso ser um tipo muito especial de idiota para ficar mais burro com o tempo, talvez você precisasse de um diário para se lembrar disso de vez em quando. – Agora sim as risadas eram unanimes, é o que acontece por tentar me fazer passar vergonha, até mesmo o professor Murilo segurou uma risadinha.
-Lucas, só guarde isso por favor. – Decidi obedecer para evitar novas confusões, a lousa estava repleta de anotações da revisão nas cores preto, vermelho e azul, eram as únicas cores de pincel na faculdade. O sol em Campinas é sempre muito forte, se não fosse o ar condicionado da sala não estaria aguentando, as janelas estão fechadas, enormes persianas de ferro ficam do lado de fora como grades. A turma é dividida em seis fileiras, me sento na segunda carteira na primeira fileira perto da porta, suficientemente perto do quadro.
Apenas ignorei o resto da aula, pensei nas tarefas do dia, buscar Renata na escola descendo a rua, fazer almoço, ir para a aula de alemão e finalmente o treino de luta. Pratico muay thai a mais ou menos 5 anos, tempo o bastante para graduar 6 vezes, metade do caminho para uma faixa preta de acordo com nossa federação. O esporte me traz conforto, um jeito de extravasar os pesares, diferente do que muitos acreditam, na academia nós pregamos o respeito, uma troca de talentos e não uma briga inútil de gladiadores em busca de massagear o ego, entramos na luta para nunca mais precisarmos brigar.
O som do sinal foi um alívio, aula encerrada e finalmente eu estava livre, joguei a mochila em minhas costas e sai da sala, o corredor já se enchia de pessoas desesperadas pela hora do almoço, alguns indo em direção as escadas de emergência que são usadas como qualquer outra, outros corriam para conseguir o elevador como se estudar no terceiro andar do prédio fosse uma tortura, e outros evitavam a correria indo pelas rampas como eu.
Estava distraído desenrolando o fio do meu fone de ouvido quando senti mãos pesadas agarrando meu ombro e me apertando contra a parede. Pedro me segurava com o antebraço no pescoço, todos no corredor pararam com a expressão de surpresa, três amigos dele se posicionaram atrás de nós para impedir bons samaritanos pacifistas. Levei as duas mãos para cima em um sinal de que não iria reagir mesmo que não fosse tão difícil sair daquela situação, eu não pretendia arriscar perder minha bolsa de estudos integral por uma briga idiota.
- Acha que pode me humilhar assim na sala de aula e ir embora sem consequências? - Ele berrou cuspindo para todos os lados.
-Como seu ego é frágil. – Zombei, algumas meninas no fundo deram uma risadinha e isso o enfureceu ainda mais.
-Órfão idiota, você sabe quem eu sou? Sabe quem são meus pais? - Ele apertava meu ombro contra a parede cada vez mais, me senti tentado a reagir.
-E deveria?
-É claro que não, você nem mesmo sabe quem são os seus pais, pois eles nunca quiseram você! - Suspiros de surpresa ecoaram pelo corredor, aquela frase foi como um gatilho para mim, não só para minha raiva, algo mais havia despertado sem que eu soubesse o que era. Senti uma ardência nos olhos, entretanto eu não conseguia fecha-los, Pedro me soltou e sua expressão mudou de raiva para horror, nesse instante tive uma visão de um casal discutindo, um homem mais velho em um terno apontava o dedo para uma mulher de vestido que segurava o rosto nas mãos, ela chorava intensamente até que olhou para o homem e berrou diversas palavras histéricas, enfurecido ele ergueu a mão e desferiu um tapa que a derrubou no chão, o foco da visão era a expressão de ódio do homem que era exatamente igual a de Pedro. Tão rápido como começou a visão sumiu, eu estava novamente no corredor e Pedro estava caído no chão, tremendo e babando.
Eu não tinha ideia do que havia acontecido, me perguntei se ele viu o mesmo que eu. Tinha certeza de que eu causara tudo aquilo, mas não sabia como, olhei para minhas próprias mãos me perguntando o que havia feito. As pessoas olhavam assustadas para Pedro totalmente confusas, os amigos brutamontes se abaixaram sobre ele perguntando coisas tolas do tipo " Você está bem? ".
-Lucas você está bem? – Era meu amigo Vinicius.
-Estou sim, mas o que houve com ele?
-Em um momento estava te segurando e de repente caiu no chão desse jeito, não entendi nada. É melhor sairmos daqui. – Outras pessoas olhavam para mim, não em um tom acusatório, nenhum julgamento ou medo, me olhavam com pena, provavelmente pelas palavras cuspidas por Pedro, eu odiava que sentissem pena de mim.
-Mas o que aconteceu aqui? – Vociferou a diretora saindo do meio de uma multidão de curiosos. A senhora Castro era uma mulher baixinha de pele escura e cabelos encaracolados, estava usando vestimentas sociais e um salto para parecer tão alta quanto os alunos mais baixos.
-Senhora Castro eu não... – Comecei a pensar numa justificativa para o que acontecera, porém só de pensar em perder minha bolsa de estudos as palavras fugiam de mim.
-Lucas, você fez isso? – Para uma pessoa tão pequena, seu olhar era muito intimidador.
-Senhora Castro, Lucas não teve culpa alguma. – A voz que saiu do meio dos alunos era do inesperado Grover, um aluno da minha sala que chegou recentemente em um programa de intercâmbio, ele é um garoto alto embora o fato de ser deficiente e precisar de muletas esconda isso um pouco, tem a pele clara, olhos castanhos e cabelos encaracolados da mesma cor, estava usando um gorro bem grande listrado, algo bem incomum para o calor que estava fazendo.
-Como assim senhor Underwood? – Todos se viraram para Grover e por um momento ele pareceu ter dado uma chiadinha fina e medrosa.
-Pedro provocou ele na sala senhora, tentou humilha-lo, Lucas apenas respondeu se defendendo, e quando saíram Pedro o encurralou na parede e os outros três os cercaram. – Os garotos abaixados sobre Pedro se levantaram serrando os punhos prontos para ensinar uma lição a Grover.
-Nem pensem nisso garotos! Continue Grover por favor. – Os meninos relaxaram envergonhados por serem contidos pela pequena senhora.
-Lucas não reagiu, Pedro simplesmente caiu no chão e ficou assim. – Ninguém o contestou, começo a achar que a visão em minha mente foi apenas coisa da minha imaginação e Pedro somente passou mal, uma queda de pressão ou algo assim talvez.
-Ora, mas que situação desnecessária, por favor meninos levem Pedro para a enfermaria e vejam o que ele tem, o resto por favor podem se retirar. – Todos os alunos se apressaram para deixar o local, senti alguns toques de apoio em meu ombro, mas apenas ignorei, ainda estava confuso com tudo que havia acontecido, por que Grover me defendeu? Nunca conversamos antes, nem mesmo sobre matérias da escola. Vinicius perguntou se eu estava bem, eu apenas disse que ele poderia ir embora e conversaríamos depois. Os garotos levantaram Pedro pelos braços e o arrastaram pelo corredor em direção a enfermaria, segui o mesmo caminho e então peguei o elevador. Poucos momentos antes de se fechar pude ouvir Grover me chamando, entretanto não houve tempo para segurar a porta, quando cheguei ao térreo decidi espera-lo na cantina, dezenas de mesas ficam naquele andar, cada uma com quatro cadeiras, fileiras e mais fileiras. Haviam alguns alunos almoçando, outros já compraram um Starbucks e utilizavam seus computadores para estudar mais um pouco, Renata só iria sair em vinte minutos, ainda tinha tempo para esperar por Grover, e logo ele apareceu vindo das rampas, acenei para ele que já estava vindo em minha direção, me pergunto como ele me achou no meio de tantas pessoas.
-Lucas nós precisamos conversar. – Disse ele se sentando e apoiando as muletas na cadeira do lado, parecia muito pálido e preocupado.
-Grover obrigado por me defender para a diretora, fiquei com medo de perder minha bolsa de estudos e ...
-Eu vi o que você fez com o Pedro, quero dizer eu não sei o que exatamente você fez, nem mesmo como você fez mas eu vi seus olhos brilhando. – Ele estava se enrolando todo para falar, agitava seus braços, arrumava o gorro, como se quisesse escolher bem as palavras e achasse que a melhor forma fosse dizendo todas elas ao mesmo tempo. Um frio na barriga me atingiu, eu realmente senti um incomodo nos olhos naquele momento, porém como apenas Grover havia visto o brilho? Talvez ele mesmo estivesse enlouquecendo.
-Eu realmente não sei o que aconteceu, em um momento ele estava me segurando e no outro ele havia caído. – Senti vontade de contar a ele a visão que tive mas parece loucura demais até para mim, não imagino como ele reagiria.
-Se importa se eu perguntar quem são seus pais? – Sempre odiava quando me perguntavam sobre isso, não era algo muito bom de explicar.
-O que meus pais têm a ver com isso tudo? Perguntei elevando a voz acidentalmente, acabo atraindo a atenção de algumas pessoas próximas.
-Eu vou explicar tudo, mas primeiro preciso saber sobre seus pais. – Me explicar tudo... eu não estava entendendo nada, tive muita vontade de me retirar da mesa.
-Eu sempre vivi em um orfanato, não cheguei a conhecer meus pais, a dona do lugar disse que fui deixado por um homem, enrolado em um cobertor e segurando uma carta que dizia que minha mãe morreu no parto, mas que ela queria que meu nome fosse Lucas. – Eu ainda tinha essa carta guardada comigo, a única coisa referente ao meu pai.
-É como eu pensei...
-Grover eu realmente não estou entendendo nada, será que dá pra me explicar o que está acontecendo?
-Você pode me encontrar aqui mais tarde? Umas 16 horas. – Perguntou ele se abaixando para pegar uma latinha de refrigerante que havia caído e guardando imediatamente na mochila. Esse cara é muito estranho.
-Eu não sei, tenho aula de alemão hoje, não pode me mandar mensagem? – Olhei para o relógio e já estava quase na hora de buscar Renata.
-Não, nós realmente precisamos conversar, achei que tivesse sentido apenas um, mas agora tem você também... preciso avisar Quíron. – Ele falava comigo e se enrolava em pensamentos ao mesmo tempo.
-Tudo bem, eu volto aqui as 16, mas é bom que você tenha uma ótima explicação. – Não queria perder minha aula mas precisava saber o que aconteceu comigo, Grover parecia ter algum tipo de resposta.
Sem me despedir deixei a mesa, fui em direção a saída e usei o cartão da faculdade para passar pela catraca, cruzei a pequena ponte que conecta o prédio até a rua, abaixo estava a garagem onde os professores e os alunos mais ricos estacionavam seus carros de luxo.
A caminhada até a Oficina do Estudante pareceu levar séculos, desci a rua passando por uma pequena praça onde um grupo de taxistas alimentava pombos enquanto esperavam clientes, passar por diversos restaurantes e fast foods caros naquela hora foi uma tortura para mim que estava morrendo de fome.
Quando cheguei na porta da escola, Renata já estava do outro lado da rua me esperando, duas de suas amigas estavam com ela esperando o ônibus, todas usavam o mesmo uniforme nas cores vermelho branco e preto.
Atravessei a rua para encontrá-la. Ela é bem menor que eu, deve ter 1,55 talvez, seus cabelos loiros caiam até os ombros, seus olhos castanhos brilhavam mais claros com o sol forte e o vento esvoaçava suas roupas que embora sejam do tamanho P ainda ficavam bem soltinhas.
-Oi maninha. – Ela sorriu para mim e se despediu de suas amigas que me cumprimentaram com um aceno.
-Está tudo bem com você? Parece até que viu um fantasma. – Sua voz é doce e carinhosa, é o modo como ela sempre me trata.
-Aconteceram umas coisas bem estranhas hoje. – Caminhamos de mãos dadas em direção ao Orfanato, fui contando para ela o que aconteceu durante a manhã, excluindo a parte dos comentários ofensivos sobre eu ser órfão, esse assunto é tão delicado para ela como é para mim. Ela escutou cada palavra e não parecia incrédula, apenas assustada.
-Lucas isso é muito esquisito, o idiota do Pedro está bem? – Ela sempre se preocupa tanto com as pessoas, não importa o que tenha feito esse é o jeito dela, embora seja muito tímida e tenha dificuldade de fazer amizades, ela diz que não gosta muito de pessoas em geral, prefere passar o tempo estudando, lendo ou assistindo alguma coisa no lugar de sair com as amigas.
-Eu não sei, não quis ficar lá para descobrir. – A ideia de ficar esperando Pedro na enfermaria depois do ocorrido pareceu tão maluca quanto o papo esquisito de Grover.
-Esse tal de Grover, quando ele chegou na faculdade?
-Em agosto se bem me lembro, veio de um intercambio, mas agora que parei para pensar, ninguém sabe muito sobre ele, quase não conversa, nunca o vi fazendo uma prova sequer. – Paramos de frente a um portão de ferro de mais ou menos 2 metros e meio, peguei minhas chaves no bolso e destranquei a entrada. O orfanato é um casarão bem grande de 3 andares, com um sótão e um porão. Na entrada há uma varanda com flores de diversas espécies em vasinhos dispostos um ao lado do outro, as paredes da casa têm um tom bege e foram recentemente repintadas, na parte de trás tem um pequeno campinho de futebol, nunca gostei de jogar pois sempre me machucava ou machucava alguém. Todas as janelas da casa são comuns, menos a janela do sótão que é redonda, lá nos temos um pequeno telescópio que usamos para ver as estrelas e a lua de vez em quando, dá pra imaginar a bagunça que se forma em dias de eclipse ou algum outro evento astrológico.
Renata e eu entramos e fomos direto para a cozinha ambos com muita fome, eu estava cansado demais para cozinhar algo muito elaborado.
-Posso fazer apenas um macarrão para nós dois? – Perguntei acendendo o fogo e colocando água em uma panela de pressão. Renata tem 15 anos, é três anos mais nova que eu, vivo dizendo a ela que nessa idade eu já havia aprendido a cozinhar, mas ela insiste dizendo que gosta da minha comida.
-Claro, macarrão é meu favorito. – Pegamos juntos todos os ingredientes, um sachê de molho de tomate, duas vezes esse volume de água, uma caixa de creme de leite e dois blocos de tempero de carne.
-Então você vai encontrar ele as 16?
-Sim, embora isso seja muita loucura, eu preciso saber o que ele tem a dizer. – Abri o armário acima da geladeira e entreguei uma jarra para ela indicando para fazer um suco.
-Eu posso ir com você? – Perguntou ela enchendo a jarra com água gelada.
-Pode, acho que não vai ter nenhum problema.
-Você está bem mesmo? – Francamente eu não estava nem um pouco bem. O molho já estava começando a ferver então adicionei o macarrão, uma boa quantia de queijo e então fechei a panela esperando ouvir o barulho da pressão.
-Só estou assustado, não entendo como posso ter feito aquilo, não tinha a menor intenção de machucar ninguém. – Culpa é a palavra certa para o que sinto. Renata me deu um abraço apertando-me com força quase inacreditável para seu tamanho.
-Nós vamos resolver isso, não se preocupe. – Quando o macarrão ficou pronto nós comemos até não sobrar nada, modéstia aparte estava muito bom.
Terminamos de comer e lavamos os pratos, Renata disse que ia estudar um pouco sobre o que pode ter acontecido, e eu decido subir para meu quarto e tomar um banho. Eu vivo desde sempre no segundo andar, meu quarto é o último do corredor da direita, no caminho cumprimentei a Senhora Chen que vinha descendo as escadas, ela é a dona do orfanato, uma senhora de 65 anos que veio da China com o Marido por conta do trabalho em uma empresa multinacional, abriu o orfanato pois sempre sonhou em ajudar as pessoas, ela é uma alma muito bondosa. Eu deveria ter saído do orfanato quando completei 18 anos, porém ela concordou que se eu trabalhasse para ela, poderia continuar com meu quarto. Assim eu poderia morar próximo a faculdade e não precisaria me distanciar de Renata, sou muito grato por isso.
Meu quarto como sempre estava uma bagunça, vários livros de Direito espalhados em uma bancada, a televisão estava ligada e transmitia um documentário sobre pinguins, a cama pelo menos estava arrumada próxima a janela, o Guarda roupa estava aberto e meu pijama estava caindo de uma das gavetas, as paredes estavam repletas de pôsteres do Linkin Park e de filmes de super-heróis. Aos pés da cama estavam minhas luvas de MMA e caneleiras.
Entrei no banheiro e liguei com chuveiro apenas com a torneira de água gelada, era impossível usar a água quente. Uma vez limpo e refrescado fiquei esperando ansiosamente pelo horário, quando faltavam 20 minutos fui ao quarto de Renata e a chamei para irmos. Hora de conseguir respostas.

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Legados do Olimpo - O Filho do Medo
أدب الهواةBuscará vingança ao ser traído Pela discórdia será guiado com o coração partido Conquistará os legados que prendem a escuridão 7 heróis novamente unidos enfim cairão Caberá ao filho do medo uma escolha sustentar O destino dos divinos continuar ou...