Deltora Squad

Capítulo 2 - Um plano de vingança

 Jarred destranca o quarto e convida Julieta, Jason e Vitor para entrar. Assim que adentram os aposentos do jovem elfo, o trio é surpreendido por um flash de luz barulhento voando e esbarrando nos móveis soltando um pozinho brilhante.

- Mas o que foi... A-atchim! - Julieta espirra devido a inalação desse pó reluzente.

- Isso foi um vaga lume mutante? - perguntou Jason atordoado.

- Fiquem tranquilos. - acalmou Jarred - Não é nenhum inseto super desenvolvido... É uma fada! Minha pequena parceira. - a fadinha pousa no ombro dele - Ela deve ter se assustado.

- Engraçado... Ela não me é estranha. - intrigou-se Vitor - De onde eu conheço você?

- Costumamos ouvir isso... Não posso chamá-la pelo seu nome verdadeiro devido aos direitos autorais, então... Eu a chamo de Lynn.

- Prazer pequena Lynn! - cumprimentou Julieta aproximando o dedo da fadinha - Ela é tão fofi... AI! Ela me mordeu?!

- Lynn... - repreendeu Jarred enquanto a fada caía na gargalhada - Bom, vocês podem se instalar enquanto eu vou preparando algo para comermos. Imagino que estejam com fome.

- Esse projeto de borboleta que o diga! - esbravejou Julieta - Você quer ajuda? - pergunta ela soando dengosa mudando seu tom de voz rapidamente.

Jason olha para Vitor como se ambos estivessem pensando a mesma coisa. Jarred fica um pouco sem jeito, mas acaba aceitando a ajuda de Julieta. Jason fica claramente incomodado com essa aproximação forçada.

- O que pretende fazer? - sussurrou Vitor.

- Você vai ver. - Jason abre um pequeno sorriso malicioso - Tem gente que nos faz chorar, e tem gente que nos faz rir. Nas próprias pernas Julieta vai tropeçar e cair! - seu olho muda de cor e ele lança um feitiço.

Julieta se desequilibra e acaba caindo nos braços de Jarred.

- Você tá legal?! - espantou-se Jarred fitando-a no olhos.

- Nossa! - Julieta tenta recuperar o fôlego - Acho que eu não poderia estar melhor...

Vitor arqueou a sobrancelha encarando Jason e questiona:

- Esse era o seu plano? Tá bancando o cupido agora?

- Cala boca! A culpa é sua que me desconcentrou.

Uma hora depois, o grupo se reúne para a refeição e Jarred começa a abordar sobre seu plano tentando conhecê-los melhor também.

- Meu reino foi desvatado.

- Não sobrou nada? - Julieta parecia horrorizada.

- Só o suficiente para pagar a ajuda de vocês...

- Então você quer vingança contra aquele ou aqueles que tiraram tudo de você? - indagou Jason.

- Não penso só em vingança... Quero proteger e impedir que outros povos sofram o mesmo que o meu.

- Eu te entendo... - disse Vitor - Perdi minha família inteira na guerra. Meu pai fez de tudo para nos proteger, mas acabou morrendo em campo lutando até suas forças se esgotarem. Eu era muito pequeno e fui acolhido por um velho ranzinza que me ensinou tudo que eu sei hoje. Um dia ainda quero me tornar um guerreiro como o meu pai...

- Pelo menos você o conheceu... - Jason esfrega o cabelo um pouco sensibilizado - Antes de ser expulso da minha cidade natal, eu vivia perguntando sobre o meu pai para a minha mãe, mas parece que esse era um assunto proibido. Ela sempre me tratou como criança me poupando das coisas. Se ela ao menos pudesse me ver agora...

 |Em algum lugar longe dali|

- Jason, meu filho... - dizia uma mulher esbelta vestindo uma capa que cobria metade de seu rosto manuseando uma bola de cristal - Há tanta coisa que eu gostaria de lhe contar... O mal está a espreita! Esperando pelo momento certo para sair de seu esconderijo submerso. AAAAHHH!

Uma sombra negra invade a mente dela causando uma dor infernal fazendo-a perder a concentração e o controle de sua magia que permitia rastrear Jason e companhia. Uma voz sombria soa em seus ouvidos:

- Não vai estragar meus planos, vadia!

********************

- Coitada! Como se ela fosse ficar super orgulhosa de ver o filho lançando feitiço em uma jovem inocente que queria comprar o mesmo item que ele. - provoca Julieta.

- Jovem inocente?! - debocha Jason.

- Pessoal! - chamou Jarred - Nós temos que...

A conversa é interrompida por um grito:

- SOCORRO!!!

Os quatro entreolharam-se e foram até a varanda ver o que estava acontecendo. Eles se deparam com uma mulher pedindo ajuda após ter suas sacolas roubadas por dois homens que nesse momento corriam no sentido norte.

- Precisamos ajudá-la! - Jarred pega seu arco e flecha e salta da varanda sem pensar duas vezes.

- Ele não é incrível? - Julieta suspira.

- É o quê?! - Jason e Vitor a encaram.

- Que foi? O que vocês estão esperando? - Julieta corre em direção à porta.

- Aonde você tá indo? - questiona Vitor confuso.

- Descer de escada. Esses saltos não foram feitos para dar pulos do terceiro andar! - ela revira os olhos - Andem logo!

Jarred dispara suas flechas e rasga as sacolas roubadas derrubando os suprimentos no chão. Julieta tenta acalmar a moça enquanto Jason recupera os pertences dela.

- Eu sou mãe solteira de duas crianças pequenas! Sustento tudo sozinha e não tenho mais ouro pra refazer minhas compras...

- Calma senhora. Aqui está! - Jason entrega uma bolsa lotada com tudo que havia caído das mãos dos ladrões - Mas se eu fosse você eu iria rever onde compro essas maçãs. Péssima qualidade! Elas estão com um gosto de...

- Jason! - berrou Vitor - Fecha a matraca e ajuda aqui!

- Será que não consegue fazer nada sozinho? - Jason se aproxima bufando e dispara um lança chamas incinerando o caminho bloqueando a passagem dos assaltantes.

- Parem com isso! - suplicou um deles - Vocês não entendem! O fim está chegando! Aqueles demônios voadores gigantes vão devastar tudo! Precisamos de estoque! É o fim!

- Demônios voadores gigantes? - Vitor arregalou os olhos - Jarred... Eles estão falando do que eu acho que estão falando?

- Provavelmente...

Jarred e Vitor prendem os marginais e vão ao encontro de Jason e Julieta que estavam ao lado da vítima.

- O que eles quiseram dizer com aquilo? Estamos em perigo?! - a mulher tremia de pavor e uma multidão se formava ao redor deles.

- Não se preocupem. - apaziguou Jarred - Eu e meus amigos cuidaremos disso... Certo, pessoal?

Jason, Vitor e Julieta trocaram olhares incertos se perguntando onde diabos estavam se metendo.