— EU O QUE?! - Isa estava assustada. Além do mais, ela tinha passado de humana a uma coisa... não tão humana em tão pouco tempo...
— É isso aí. Então você pode escolher: beber sangue humano e passar o resto da sua vida como uma vampira demônia ou não se alimentar e morrer. - Pedro repetiu.
— OH, MEU DEUS! - ela gritava desesperada.
— Eu escolheria a segunda opção se fosse você. - disse Tae que acabara de acordar, com as feridas cicatrizando. — Você não vai querer viver como uma de nós. Acredite, é pior do que a morte.
— PARA, TAE!! - disse Pedro. — ESTÁ ASSUSTANDO ELA!
— Não, eu tô bem. - ela disse. — Eu só preciso de um tempo para... pensar...
— Eu não queria te apressar, mas... você precisa pensar nisso antes que seu corpo enlouqueça. - Pedro disse.
— Como assim?
— Você tá bem agora... Mas não vai demorar muito até você sentir fome. Muita fome. E não uma fome qualquer de comida. Fome de sangue mesmo. E você vai ter que se controlar para não começar uma matança.
— Entendi... - mas a mente dela ainda estava uma bagunça.
— E, se você concordar em virar uma de nós, todos os seus sentimentos vão dobrar. A raiva que você sentia? Vai se transformar em ódio. A tristeza que você sentia? Vai se transformar em depressão. Entendeu? Eu tô avisando logo pra você não ficar muito assustada... Quer dizer, mais do que você já tá.
— Tá... Tá tudo bem... Eu acho...
— Vamos tomar sorvete? - perguntou Pedro. — Pra quebrar um pouco esse clima. - os outros dois assentiram com a cabeça e eles saíram para as ruas, onde eles começaram a andar calmamente em direção à sorveteria. Foi quando eles viram uma mulher de cabelos e olhos castanhos olhando para eles atentamente.
— O que foi?! - Tae falou alto. — 3 crianças não podem mais passear em paz?
— Não se forem vampiras!!! - a mulher falou e eles congelaram onde estavam.
— Ela é uma caçadora. - Pedro sussurrou. — Conhece vampiros de longe. Se escondam! - eles correram até um beco escuro, se escondendo nele.
— PODEM SAIR! - a mulher gritava. — EU SEI QUE ESTÃO POR AQUI! - ela tirou uma bolsa de sangue do bolso, a deixando no chão. Eles sentiram o cheiro do sangue e as veias e presas de Pedro logo apareceram, mas Tae o segurou.
— Pedro, não. Ela tá armada.
— Mas armas não matam vocês, matam? - Isa perguntou.
— Matam se as balas forem de madeira. - Tae respondeu e não conseguiu segurar o seu irmão, que já estava indo em direção à bolsa. — PEDRO, NÃO - a caçadora ia atirar nele, quando Tae se jogou na frente, fazendo a bala perfurar seu peito.
— TAE!! - Isa gritou e foi em direção à caçadora. Suas veias e presas apareceram e ela pulou na mesma, sugando todo o seu sangue e arrancando sua cabeça por fim. Isa agora era oficialmente uma vampira. Depois ela foi em direção ao Tae, onde Pedro, ajoelhado ao seu lado, já chorava.
— Ele morreu? - este perguntou.
— Ainda não. - ela respondeu. — A bala ainda não chegou no coração. - então ela rapidamente enfiou a mão no peito de Tae, este já secando, e tirou a bala lá de dentro. Demorou alguns segundos para Tae acordar, respirando fundo.
— TAE! - Pedro gritou e abraçou o irmão. Este retribuiu o abraço e olhou para Isa.
— Por que fez isso?
— Isso o que? Queria que eu te deixasse morrer? - Isa disse.
— Mas por que me salvou depois de tudo o que eu te fiz?
— Porquê eu não sou igual à você. - ela disse, levantando-se e pegando na mão dele para ajudá-lo a levantar.
— Desculpa... - Tae sussurrou enquanto levantava.
— O que? Desculpa, eu não ouvi. - Isa disse.
— Desculpa. - ele disse mais alto.
— Agora sim. - ela sorriu e abraçou ele. — Vamos voltar pra casa.
— É, vamos logo antes que ela reviva. - Pedro falou.
— Mas eu arranquei a cabeça dela! - Isa falou, limpando sua boca que ainda estava suja de sangue.
— Os caçadores tem uma maldição. - Tae explicou. - Eles não morrem tão facilmente. Claro, vai demorar um pouco para ela reviver, mas eu não quero estar aqui quando isso acontecer.
— Nem eu. - Isa e Pedro falaram em uníssono e os 3 foram andando para casa.
— Sangue é bom. - Isa disse e eles riram.
Chegaram em casa e logo se jogaram no sofá.
— Agora você vai ter que aprender a se controlar. - Pedro disse para Isa.
— Claro... Eu vou tentar... - foi quando eles ouviram batidas na porta.
— ISA??! - uma voz de uma mulher parecendo desesperada ecoava do lado de fora da porta. Isa tinha certeza que conhecia aquela voz. Então ela abriu a porta e se surpreendeu com a imagem da mulher negra de cabelos castanhos:
— Mamãe?
Notas da autora
1 - Secando: Ficando cinza e paralisado, morrendo.
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Criada por Demônios
FantasyIsa é apenas uma criança "órfã". Sem ninguém, ela encontra um homem um tanto "peculiar". Que tem uma família... peculiar. Sua vida vira uma reviravolta depois disso. Tudo pode acontecer. Tudo pode mudar... Afinal de contas, como será possível uma cr...