Página Trinta E Três

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A noite envolvia a mansão de Atlanta Delano em uma aura de silêncio, apenas quebrada pelos murmúrios do vento. Emma, a fã devota e obcecada da celebridade literária, observava a imponente propriedade de sua ídola de dentro de seu carro, escondida nas sombras da rua. Seus olhos brilhavam com uma intensidade quase sobrenatural, refletindo uma determinação que cresceu ao longo de dois anos de planejamento meticuloso.

O coração de Emma batia acelerado enquanto seus pensamentos se entrelaçavam com a escuridão. Ela sabia que os seguranças estavam de prontidão, vigilantes na proteção da privacidade de Atlanta. Mas, para Emma, aquelas barreiras eram apenas obstáculos a serem superados em nome da adoração fanática que nutria pela escritora.

Com um suspiro profundo, Emma deu partida no carro, avançando lentamente pela rua tranquila. No momento em que se aproximou da entrada da mansão, os olhos atentos dos seguranças detectaram sua presença. Sinalizando para que ela parasse, eles se aproximaram, expressões sérias denunciando que não estavam ali para brincadeiras.

- Você não pode ficar aqui. Por favor, se afaste da propriedade. - Disse um dos seguranças, tentando manter a calma.

Mas Emma, inabalável em seu propósito, lançou um sorriso enigmático.

- Eu só queria dar uma olhadinha. Vocês não entendem. Eu faria qualquer coisa pela Atlanta.

- Esse é o ultimo aviso, senhora, deixe a propriedade ou chamaremos a policia. 

- Vocês vão precisar mesmo. - Respondeu Emma, sorrindo. 

Os seguranças trocaram olhares preocupados, percebendo que Emma estava determinada a ultrapassar as barreiras estabelecidas. Antes que pudessem reagir, ela acelerou o carro, desaparecendo na noite. Os seguranças, agora alertas, correram para dentro da propriedade, cientes de que algo estava prestes a acontecer.

Emma dirigiu pelas ruas adjacentes, seu plano meticulosamente elaborado prestes a ser colocado em prática. Seu olhar fixo no retrovisor, ela sabia que a linha que separava a adoração da obsessão estava se desfazendo, mas para ela, esse limite já tinha se tornado uma sombra distante.



...

Os dias foram se passando depressa, Ruby conhecia melhor Zara a cada dia que passava e isso foi tornando tudo melhor. As duas passavam horas conversando, quando não se tinha muito trabalho e Ruby pode ver que a garota era de fato muito interessante e inteligente.

Tomavam café juntas sempre que podiam e riam dos outros funcionários esquisitos que trabalhavam na empresa, era um vínculo de amizade que começava a fluir ali. Algo que quase ninguém imaginava que poderia acontecer. Nem mesmo Ruby achava possível.

Ruby aos poucos enxergava as qualidades de Zara, uma garota dedicada ao seu serviço, prestativa. Pontual. E isso sempre contou muito para qualquer empresa de Nova York. Principalmente a revista a qual Ruby agora representava. Ela enxergava o que talvez tivesse prendido Atlanta, o que tivesse feito ela se apaixonar perdidamente.

Agora ela entendia muito bem o motivo pela qual Atlanta se interessou tão rapidamente pela fotógrafa. Ela era um doce. Totalmente o oposto da estrela. Atlanta era arrogante.

Zara era compreensiva. Obediente. Acatava os ensinamentos de Ruby. Era sorridente o tempo todo. E transmitia sempre um ar de felicidade.

Em outras palavras " ela era apaixonante" e Ruby se apegou facilmente à garota. Deixando um pouco de lado a raiva que ela tinha uns tempos atrás.

Era uma sexta feira quando os telefones de Ruby tocarem insistentemente. Mesmo por pouco tempo trabalhando naquele ramo, era evidente que as pessoas agora preferiam ela do que Louis, e tudo o que fosse novidade era para Ruby que ligavam inicialmente.

Qualquer furo. Fofoca. Paparazzi. Qualquer coisa, ela era a primeira a saber:

- Meu Deus... - Dizia Zara, tampando os ouvidos - Atende isso logo!

Boa Noite, Atlanta.Onde histórias criam vida. Descubra agora