Página Cinquenta E Quatro

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Os agentes do FBI estavam reunidos na sala de operações, cercados por monitores exibindo mapas da cidade, fotos de Emma e dados de sua ficha criminal.

Agente Reynolds, comandante da operação, dirigiu-se à equipe:

— Temos uma oportunidade única de pegar Emma Nellman. Rastreamos as ligações do celular dela e, pelo que parece, ela está usando um celular descartável, mas cometeu um deslize. Um dos pontos de origem das chamadas aponta para uma área específica do Brooklyn. Vamos concentrar nossos esforços lá.

Agente Rodriguez, especialista em tecnologia, interveio:

— Além disso, estamos cruzando dados com todas as câmeras de segurança naquela região. Se ela estiver lá, vamos encontrá-la.

No carro, do outro lado da cidade, Ruby olhava fixamente para o seu celular, enquanto ela e Blake aguardavam o sinal abrir. A secretária estava imóvel, com lágrimas nos olhos ao ver a foto de Atlanta estampada nas notícias e junto, o alerta de desaparecimento.

Blake, ao notar o desespero de Ruby, perguntou o que estava acontecendo:

— Eu sei onde a Zara está...

— Sabe? E onde ela está?

— Ela foi sequestrada. - Respondeu Ruby, com a voz embargada. - E a Atlanta também, as duas estão em perigo.

— Em perigo? Atlanta... eu... já devia ter imaginado. Afinal, quem é você?

— Ex-secretária da Atlanta, e amiga da sua noiva. - Ruby secava as lágrimas, enquanto dizia de forma desanimadora. Era como se o peso do mundo estivesse em seu coração.

— As duas estão juntas, não estão? - Blake perguntou, desapontado.

— E isso importa agora?

— Na verdade não, eu quero achar a pessoa que eu amo e ir para casa... precisa me ajudar, Ruby.

A secretária impulsionada por uma mistura de raiva e determinação, secou as lágrimas e tomou uma decisão:

— Eu preciso fazer algo. Louis.... ela pode ter informações. Blake, leve-me até ela.

— Louis? Quem é Louis?

— A jornalista mais influente de Nova York... Vamos, não temos muito tempo.

Blake, percebendo a urgência nas palavras de Ruby, acelerou o carro em direção ao escritório de Louis. Chegando lá, Ruby desceu apressadamente e entrou no prédio.

A jornalista enterrada em seu computador depois da enxurrada de notícias sobre Atlanta, ao ver a expressão de Ruby, imediatamente entendeu a gravidade da situação:

— Ruby, eu deveria saber que você pediria minha ajuda.

— Alguém sequestrou Atlanta, e eu preciso saber tudo o que você descobriu.

— E por que eu faria isso?

— Porque você não é um humano tão desprezível assim. Ou é?

— Talvez eu seja, me diga Ruby Ashburg, quanto vale Atlanta Delano para você?

— Não tanto quanto vai valer a sua cabeça se algo acontecer com ela... pensa bem, Louis, imagina você ser a culpada pela morte da pessoa mais influente do mundo. Da escritora mais valiosa da literatura, me fala, hein. Quanto você vale perto dela? - Ruby respondeu, com ódio e desespero em seus olhos.

Louis, conhecendo a determinação de Ruby, não hesitou em compartilhar as informações. Afinal, ela sabia que a secretária estava falando sério e não deixaria para lá se algo acontecesse com a escritora:

— O FBI tem pistas do paradeiro de Atlanta. Parece que a mulher que sequestrou se chama Emma Nellman, um tipo de fã maluca... ela cometeu um erro, e eles estão indo para um local no Brooklyn.

— Você sabe onde é esse endereço?

— Bom, tem um paparazzi na porta do FBI, parece que ele ouviu dizer que estão indo para a rua 8 em Carroll Gardens, ela deve estar lá.

— Obrigada. - Disse Ruby, saindo do escritório.

— Isso vai te custar muito caro, Ashburg. - Louis murmurou enquanto observou Ruby saindo.

O agente Reynolds liderava a equipe do FBI em direção à rua 8 em Carroll Gardens, no Brooklyn. Os carros de investigação se aproximavam do endereço fornecido pelas últimas pistas. O tempo era crucial, e a tensão aumentava dentro dos veículos.

— Mantenham-se alerta, pessoal. Emma pode estar armada e perigosa. Vamos trazê-la para a justiça e resgatar Atlanta Delano. - O agente Reynolds instruiu a equipe pelo rádio.

No segundo andar da casa, Atlanta tentava achar uma saída do cativeiro, mas tudo estava completamente lacrado, devidamente fechado e trancado. Zara ajudava na procura mas notou nos olhos de Briana a urgência em sair dali. A modelo estava pálida e desmaiou no chão gélido da casa onde estavam. Zara correu para ajudar Briana mas deu um passo para trás quando notou que Atlanta estava desesperada com aquele fato:

— Não... não... Briana, acorda, por favor. - Dizia Atlanta, sem saber o que fazer. - Ela está com a respiração fraca... meu Deus, ela não pode morrer.

— Faça respiração boca a boca nela. - Disse Zara. - Precisamos mantê-la acordada.

— Briana, por favor, acorde! - Atlanta chorava, sentindo o peso da culpa, enquanto fazia massagem cardíaca no corpo gélido da modelo. - Isso é tudo por minha causa. Eu deveria ter previsto algo assim.

Atlanta, apesar da confusão em seus pensamentos, recusava-se a desistir. Ela tentava, desesperadamente, fazer com que Briana acordasse ou desse um sinal de vida.

Enquanto isso, o FBI, ao chegar ao endereço fornecido, percebeu que era uma pista falsa. O imóvel estava vazio, e Emma havia conseguido despistar temporariamente as autoridades. A frustração se espalhou entre os agentes, mas o agente Reynolds manteve a determinação:

— Ela está brincando conosco. Não podemos perder tempo. Continuem a busca. - Ele ordenou, ajustando os óculos enquanto estudava o mapa da área.

Ruby e Blake, chegando ao local pouco depois dos agentes, foram recebidos pela mesma decepção, todos eles estavam vasculhando o local, mas nenhum sinal de Atlanta ou Emma.

— Não pode ser... - Ruby murmurou, frustrada. Tentando não surtar e ficar calma.

— Ela nos enganou. Temos que continuar procurando. - Blake disse, pegando na mão de Ruby.

— Vamos continuar as investigações amanhã cedo... - Disse um dos agentes, no rádio.

— Amanhã? Não... - Ruby o interceptou assim que ouviu. - O senhor não está compreendendo quem Atlanta é...

— Eu sei bem quem ela é, mas não será a primeira e nem a última a ser perseguida por um fã obcecado... senhorita, ser famoso tem dessas...

— Isso é um absurdo. - Disse Blake, chocado com a fala cruel do agente. - Hey, vocês têm que achar a sequestradora, não podem ir para casa. Tem vidas em perigo.

— Todos os dias têm.

...

A cidade de Nova York, já em alerta, acompanhava a investigação pelas notícias transmitidas ao vivo. O mundo esperava por boas notícias, mas o desenrolar dos acontecimentos estava longe de garantir um final feliz. O suspense pairava no ar, enquanto os protagonistas enfrentavam a cruel realidade do jogo mortal desencadeado por uma fã obcecada.



Boa Noite, Atlanta.Onde histórias criam vida. Descubra agora