Já era quase 2 horas da manhã e a insônia me abraçava novamente, quando tenho essas crises de insônia, costumo pensar em coisas boas, criar expectativas com um futuro que talvez não exista, me conduzo a pensar em diálogos e encontros que provavelmente nunca acontecerão e por fim, de alguma forma, penso em você.
Já faz tanto tempo, eu sei. Me conformei e me induzi a pensar que te inventei, afinal, você foi o mais próximo que cheguei do amor, mas nunca foi aquilo que imaginei. Mas ainda assim, gosto de imaginar.
Não tem mais ninguém que possa chegar e tirar isso de mim, pode-se passar 10, 20, 30 anos, te carrego dentro de mim, sem querer, sem entender, mas com carinho, Afinal, nunca quis teu mal.
Olho no relógio, já se passava das 3 horas e eu ainda sem entender, porque você nunca saiu de mim.
Procuro mensagens antigas, aquelas que nunca mais tive o interesse de reler. E era você, suas palavras doces e todas as brincadeiras que só nós entendíamos, era seu ar de inteligência perdida no mundo, assim como eu. E eu insegura, por medo de cair dos seus braços.. me arrependo de não ter aceito seu convite para aquela exposição que você queria tanto ir, de não te procurar no meio da multidão e causar um desencontro por medo do que poderia surgir.
Aquelas palavras de anos atrás, foram as únicas coisas que restaram, elas eram você, éramos nós, provando que nunca perdíamos assunto e humor e talvez amor.
Eu sempre pensei que tivesse inventado nosso amor, mas ele sempre existiu. Nosso assunto nunca morreu, nunca deixaríamos isso acontecer, se alguém dissesse que seríamos estranhos no futuro, eu nunca acreditaria... Mas como já dizia Cazuza: "Que coincidência é o amor, A nossa música nunca mais tocou"
E me pergunto porque o tempo nos separou, Não nos distanciamos com o tempo, mas de alguma forma o tempo nos desconectou, com força, sem aviso, como um curto circuito, onde todas as luzes se apagam e na escuridão não conseguimos mais se ver. Nos perdemos. Nunca foi sua culpa, nem minha. Foi a vida...
Olhando para trás agora, me conforto em saber que nunca foi mal gosto, ilusão ou mentira, foi amor, desajeitado, novo, com medo, mas foi amor. E não importa onde ou o que esteja fazendo e quem esteja amando, sempre te carregarei comigo, não mais com dor e tristeza. Mas com carinho de tudo aquilo que um dia existiu.
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Entre Reticências
LosoweSobre todos os erros, falhas, medos do mundo, sobre tudo aquilo que fica nas entrelinhas, sobre todas as histórias não contadas, fotos não tiradas, sobre abraço, compaixão, saudade e por fim, sobre amor.