Um Fantasma? - Volume 4

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Hoje quando acordei, meus pais não estavam mais em casa. Certeza de que eles saíram para caminhar, como fazer todas as manhãs. Desci e fui para a cozinha. Peguei uma vasilha, leite e o pacote de cereal. Sim, esse foi meu café da manhã :)
Eu não tinha o que fazer, a casa estava completamente silenciosa. Então eu resolvi ir até o porão. Puxei uma cordinha para que a escada caísse, então eu subi. Percebi que havia aranhas por toda parte, mas resolvi ignorá-las. O local era iluminado apenas por uma lâmpada no centro. Não havia absolutamente nada, nada mesmo! Resolvi procurar melhor. Conferi todas as paredes com a intenção de achar uma passagem secreta, mas é claro que não ia ter (só coisa da minha imaginação). Percebi então, que havia uma pequena caixa no canto da sala, onde não era iluminado. Resolvi levar a caixa pro meu quarto e abrir lá mesmo, apesar de ser um pouco pesada.
Estava prestes a abrir a caixa até que eu ouço a voz dos meus pais a me chamar. Eu escondi a caixa embaixo da minha cama quando ouvi alguém subir as escadas. Sabe, eu prefiro guardar segredos para mim. Minha mãe bateu na porta e entrou. Pude perceber que estava muito empolgada, então resolvi perguntar o que havia acontecido e ela me disse o seguinte:
-"Filha, você não vai acreditar! Eu encontrei o lago!"
Eu não acreditei, mas no momento eu que eu olhei nos olhos dela, eu percebi que ela não estava mentindo. Então ela perguntou:
-"O que você acha de eu te mostrar mais tarde? Podemos ir de bicicleta!"
Isso parecia uma ótima ideia. Então eu disse que sim, podíamos ir mais tarde. Minha mãe foi fazer o almoço, e a propósito, eu odeio quando me interrompem quando estou prestes a descobrir algo. Imediatamente peguei a caixa; estava cheio de fitas, apesar de parecer velha, provavelmente era da última família que morou nesta casa, cerca de 30 anos atrás. Sim, esta casa ficou abandonada por um bom tempo, só não sei o motivo... esta casa é perfeita! Enfim, não estava com paciência para ir pegar a tesoura, então eu só rasguei a caixa agressivamente, e para a minha surpresa, havia um álbum de fotos da família e mais algumas fotos. Mas bem no fundo da caixa, havia uma caixinha de música, aquelas que quando abertas, tocam uma musiquinha e uma bailarina começa a dançar. Mas eu imagino que já estivesse quebrada, pois era muito velha; não funcionava. Abri o álbum, apesar de muito empoeirado. Todas as fotos havia uma família modesta, os homens sempre de terno e bengala, e as mulheres com lindos vestidos longos e sofisticados, porém todos tinham uma expressão séria. Confesso que as fotos eram um tanto quanto assustadoras, sempre havia um borrão atrás, ou um defeito em suas faces. Mas o que mais me chamou atenção foi uma foto, a única foto em que aparecia uma garotinha, ela era a única em que não havia um borrão sequer em sua face. O que quer dizer que ela estaria morta, porque a foto foi tirada com as câmeras antigas e demoradas. E, isso me deixou arrepiada. Imediatamente guardei o álbum de fotos e a caixinha e empurrei para debaixo da cama. Depois do almoço, minha mãe e eu fomos ao lago. Por incrível que pareça, eu não estava tão animada. Poderia ser apenas mais um sonho. O sol estava muito forte, embora houvesse muitas árvores ao redor. Passamos pelo mesmo caminho que eu havia feito quando estava a procura do lago; mas não disse uma palavra sequer. Pouco tempo depois, minha mãe disse:
-"Aqui está o lago, minha filha."
Não. Isso não poderia ser. O lugar onde era a casa do senhor, nosso antigo vizinho não estava mais lá. Agora era o lago. Minha mãe ficou me encarando, provavelmente deve ter percebido que algo de estranho havia acontecido, afinal, ela me conhece desde os meus 8 anos de idade. Ela perguntou o que havia acontecido, mas eu não sabia se iria dizer ou não a verdade. Então apenas respondi: "não é nada." Ficamos por um bom tempo batendo papo, até que ouvimos um barulho, como se fosse uma pedrinha sendo jogada no lago. Será um peixe? Ilusão? Não sabemos. Resolvi me aproximar, enquanto minha mãe enchia sua garrafa de água do outro lado da estrada, bem longe. Quando dei um passo à frente, pude ouvir a mesma frase: "ajude-me, tire-me daqui." Sim, a mesma que ouvi ontem quando estava sozinha em casa. Pedi para que voltássemos logo para casa, porque eu já estava começando a ficar assustada. Será que eu estava sendo amaldiçoada? Alguém mais sabia disso? E o nosso vizinho?
-"Não aguento mais! Tenho que contar para alguém sobre o lago."
Desci e chamei minha mãe. Ela não estava. Provavelmente foi até o supermercado, e meu pai estava trabalhando no computador; como sempre...
    Percebi que não dava mais. Ou eu fazia o que essa tal assombração queria ou eu me protegia com sal, cruzes e água benta (talvez até com o Colt* HAHA) .

              ~"~"~"~"~"~"~"~"~

*Colt: é uma arma poderosa que possui suas treze balas feitas somente para o Colt, não podendo ser usada em outra arma. John Winchester afirma que qualquer ser que seja atingido por uma bala dessas, morrerá, incluindo criaturas que são imunes a balas.

•A Maldição do Lago•Onde histórias criam vida. Descubra agora