8 de Setembro de 1976, 7:00am - Vega
Já era quarta-feira novamente, e infelizmente eu tinha que me arrumar para o café da manhã e mais um dia de aulas. Me levantei me sentindo como se as carruagens do colégio tivessem passado por cima de mim enquanto eu dormia, Austra estava descansando em seu lugar de sempre e ficaria ali provavelmente o resto do dia, como ela vinha fazendo desde que chegamos. Tateei minha cômoda a procura das minhas lentes, quase derrubando minha vela já meio derretida no processo. Finalmente com o potinho das lentes em mãos me sentei na cama e as coloquei com cuidado, eu sempre tive medo de derruba-las enquanto colocava, porque eu sabia o quanto era difícil consegui-las, principalmente durante meu ano letivo, onde eu quase nunca tinha contato com a minha mãe.
Quando eu estava calçando minhas pantufas e pegando meu uniforme, que já tinha o símbolo e as cores da minha casa, captei um movimento na cama perto do banheiro e me apressei para dentro do mesmo. Eu admito, estava evitando minhas colegas de quarto ao máximo, mas elas também não faziam questão de me procurar, o que era de certa forma um alívio. Liguei a banheira enquanto tirava as pantufas e peguei o papelzinho que tinha toda a minha grade anotada e gemi de desagrado quando vi minhas primeiras aulas do dia.
- Aula dupla de poções seguida de História da Magia e para fechar a manhã com chave de ouro, aula de Feitiços compartilhada com a Grifinória, maravilha - murmurei enquanto guardava novamente o papel e tirava o resto do meu pijama e entrava na água quente da banheira.
Não me entenda mal, poções é interessante mas eu sou péssima, algo sempre da errado quando eu tento misturar os ingredientes, mesmo que tudo esteja na quantidade certa, já História da Magia todos podemos concordar que é um sonífero com a voz monótona daquele fantasma, e olha que eu sempre amei história. Agora feitiços...bem, eu particularmente sempre fui ótima na matéria assim como sempre fui fascinada por ela, mas o que a tornou uma tortura foi o fato de ser compartilhada com a Grifinória, e consequentemente com o meu irmão. Não tenho nada contra a casa, apesar de ter chegado a conclusão que existe alguns membros bem estúpidos, vulgo Sirius Black e alguns agregados, mas tem pessoas estupidas em todos os lugares então não tem porque generalizar. Mas aparentemente a casa dele odeia a minha como se fossemos todos os vilões dos contos de fadas heroicos deles. Acredito que nesse contexto a Sonserina seria a bruxa má que não foi convidada ao batizado, a Lufa-lufa a princesa que furou o dedo em uma roca de fiar, a Corvinal seria as fadinhas e a santa Grifinória seria o príncipe encantado que salva a princesa e casa com ela.
- Sem querer defende-la - murmurei terminando de me enxaguar, me levantando em seguida para alcançar minha toalha - mas ela sendo quem era, era de se esperar que tivesse uma reação bem negativa ao ser a única no reino todo a não ser convidada.
- Vai demorar muito? - uma voz suave e feminina falou do outro lado da porta depois de bater levemente três vezes.
- Não, já estou saindo - respondi terminando de me secar e enrolando a toalha no meu cabelo em seguida para não molhar o uniforme enquanto eu me vestia rapidamente. Por mais que eu ainda não tivesse saído do meu quarto e visto o céu, eu tinha a impressão de que choveria, então ao invés de dispensar a capa como usualmente fazia, a ajeitei nos meus ombros. Já vestida tirei a toalha e passei a escova o mais rápido que consegui enquanto secava o cabelo com a ajuda da minha varinha.
- Você esperou demais? - perguntei abrindo a porta e dando de cara com uma das minhas colegas de quarto. Ela parecia um fantasma sonolento, seu rosto era pálido assim como seu cabelo liso, a única cor em seu rosto eram os olhos lilás levemente ocultos pela espessa massa de cílios quase transparentes e as bochechas rosadas.
- Não, você foi bem rápida até - ela falou analisando o meu rosto tranquilamente - ainda não fomos apresentadas apropriadamente não é?
- Sim, mas não... - eu comecei a falar, querendo acabar com o dialogo antes que começasse e seguir meu caminho rapidamente, mas ela me interrompeu como se nem tivesse me ouvido.
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A Bastarda dos Black
FanficAnos atrás minha mãe, ainda na flor da idade, conheceu um homem importante de outro país, assim como ela, um bruxo. Depois de um incidente, em que ele a ajudou, os dois se envolvem amorosamente e no meio disso, eu sou gerada. Acreditando que minha...