Dark Moonlight

Uma amizade Improvável

Em meio à tempestade de areia noturna, agora duas silhuetas andavam lado a lado com os passos em sincronia. Lilith e Mephisto já haviam andado por algumas horas em silêncio pela imensidão arenosa da terra demoníaca. Mas aquele silêncio todo estava deixando Mephisto irritado, e foi quando Lilith puxou seu capuz resolveu falar depois de horas:
- Então Mephisto, me diga: o que diferencia você dos outros demônios da sua terra? Agora que paro para pensar, estamos andando juntos mas ainda não sei nada sobre você ou suas habilidades... – Lilith encarava Mephisto curiosa.
- É incrível como você consegue falar tanto em tão pouco tempo. Quase fiquei com enxaqueca... – Mephisto coçava a cabeça como se estivesse com dor – E me impressiona tu ter começado essa conversa, mas também não ter me mostrado habilidade nenhuma.
- Ah, sem problemas. Lembrarei de suas palavras quando eu tentar iniciar outra conversa. – A elfa recolocou seu capuz.
Mephisto sentia vontade de afundar sua espada na cabeça da elfa impertinente, mas sentia curiosidade sobre a personalidade dela. Ela era brutal usando palavras suaves, e provavelmente suave em uma luta brutal. Ele se rendeu:
- Certo. Observe aquela pedra e como ela vira pó...
Lilith parou de andar enquanto Mephisto deu mais alguns passos. Ele puxou sua espada das costas e a mesma começou a emanar um intenso breu. Mephisto então a balançou para frente e um poder negro foi lançado em direção a uma pedra. O raio negro atravessou a pedra, que se partiu em duas. Quando Lilith se aproximou viu que a energia negra permaneceu por mais alguns segundos na pedra antes de desaparecer. Ela então se virou para Mephisto:
- Nada mal, é de fato um poder especial. Creio que reflete sua personalidade.
Mephisto se sentiu orgulhoso mais uma vez por usar sua habilidade e pelas palavras de Lilith.
- Obrigado. Mas agora quero ver as suas habilidades. Não sei se essa lâmina não é pra bonito. E se ela se partir em uma pedra, eu te pago quando encontrar um ferreiro! – Mephisto debochou da fina lâmina que a elfa carregava.
Quando puxou a lâmina da bainha, a expressão de Lilith se intensificou da casual calma para uma face de descontrole: ela sorria de forma maníaca e emanava uma aura assassina.
- Vai se arrepender de zombar da Onimaru. – Lilith encarou Mephisto, em seguida encarando a pedra alta em sua frente. Então correu na direção da mesma.
A fina lâmina brilhava em vermelho quando saiu da bainha. A intenção assassina não vinha de Lilith, mas sim de sua katana. Lilith atacou a pedra com um corte limpo. Um segundo se passou. A expressão de Lilith voltara tão rápido quanto havia sumido. O brilho da katana também havia desaparecido, revelando uma lâmina vermelha.
A pedra, de repente se parte ao meio da mesma maneira que Mephisto havia feito alguns segundos atrás.
- Me desculpe se te assustei, Mephisto. Realmente não era minha intenção usar aquele olhar com você. É que não consigo evitar quando puxo a Onimaru da bainha. – Disse Lilith, um pouco desanimada.
- Ora, e eu pensando que tu era só uma elfa que falava demais! E olhe pra si mesma. Puro descontrole assim que ergue sua espada! Hahahahaha! Sabia que tinha um bom motivo pra gostar de você. Demônios fazem aliados medindo sua força em combates, mas você nem precisou brigar pra conseguir meu companheirismo. Vamos, Lilith. Não há tempo a perder! Tem muita gente pra inspirar e muita gente pra colocar medo nesse mundo.
Lilith olhou Mephisto, sem entender a reação do demônio ao seu lado. E começou a rir.
- Bem, não é todo mundo que começa a rir depois de ver uma pedra ser cortada em duas por mim! Hahahaha! E você tem razão. Pretendo encontrar outros como você: diferentes de mim em sangue e raça, mas que estejam dispostos a andar ao meu lado como iguais. Obrigado, Mephisto.
A tempestade havia passado. Em frente, uma floresta se erguia depois de algumas dunas de areia. Sem mais palavras necessárias, os dois estranhos aliados, agora amigos, seguem na direção da floresta, com um destino em mente: a terra dos humanos.