Nove

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—Eu te amo e nada vai mudar isso!— ouvir ele dizer aquilo sem hesitar me fez querer voar de volta para Recife

—Dante, eu também te amo!— eu soluçava

—Meu amor, como eu sinto sua falta...— aparentemente ele sorriu enquanto falava

—E-eu sei que você não vive sem mim!— ri mesmo estando sob o efeito dos soluços

—Que bom que você sabe.— falou suavemente

—Saiba você que eu te culpo totalmente por ser um fora da lei, mas isso nós resolvemos quando eu voltar!— falei um pouco brava

—Enquanto a isso... Eu não acho que devemos deixar isso interferir na nossa relação. Eu sei que eu errei, mas...— ele parecia apreensivo, por tanto cortei o papinho

—Lá vem você. Estávamos bem e você vem inventar desculpas.— revirei os olhos— Adivinha só... Não existem desculpas para isso! Você errou! Errou e eu tenho áudio de você dizendo que errou!— me exaltei, mas logo respirei fundo— Apesar de você ter feito e ainda fazer uma coisa dessas eu só quero dizer que: Eu te amo e não é por você fazer isso que eu te afastei!—  tentei não soar fraca

—Então foi porque?— ele me desafiou

—Não vou te contar por telefone e nem muito menos enquanto você estiver no meu apartamento. Na segunda eu te conto, beijos te amo!— deliguei e corri até o quarto do meu irmão

Ele está na cama assistindo Friends, então pulei ao seu lado e me aconcheguei em seus braços.

—Você ainda está na segunda temporada?— fingi nojo dele

—Não, Peste, eu já acabei, mas quis assistir de novo. Posso?— ele revirou os olhos

—Ok, desculpa!— calei a boca antes de levar um grito

Nós costumávamos fazer muitas coisas juntos tipo: Ir para a escola, comprar pão, assistir séries, sair com amigos até mesmo dormir. Ele sempre foi muito próximo a mim porque meus pais sempre davam plantão longos e tudo o que Renato queria era estudar, então eu que cuidava de Marcos e ele de mim.

Se um tinha algum problema na escola o outro ajudava, se alguma menina puxava meu cabelo ele puxava os dela, se algum menino chutava a bola de futebol no rosto dele de propósito eu jogava a de vôlei na dele, e por aí vai.

—Marcos, você lembra quando a Isabela colocou o pé para eu cair?— chamei sua atenção

—Foi quando eu dei água de privada para ela beber?— rimos juntos

—Aquela vez a sua popularidade foi útil. Por anos as pessoas chamavam ela de "desentupidora de vaso"!— rimos mais uma vez— Bom, agora eu vejo como isso foi vil e que era  bullying— dei de ombros.

—A desgraçada mereceu— ele riu.

—Eu gostava dos nossos momentos juntos. As vezes nós íamos para uma lanchonete e eu ficava com algum amigo seu e você passava semanas dizendo que eu quebrasse a cara você não estaria ali para mim...

—Mas toda vez você vinha correndo para meu quarto e a gente só assistia Um Maluco no Pedaço juntos e esqueciamos de todos— ele beijou minha cabeça.

—E depois você tirava satisfações com o cara e nunca mais falava com ele!— eu devo muito ao meu irmão

—Como poderia falar com caras que forçaram a barra ou que te traíram?— ele falou como se não fosse nada

—Eu sempre agradeço a deus por ter um irmão como você...— abracei ele

—Também te amo, maninha!— ele me abraçou de volta

Amor QuiméricoOnde histórias criam vida. Descubra agora