prólogo: mundos opostos

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Por Manu:
  
      Procuro entender o que exatamente é a minha vida, sempre tive tudo que quis, claro que na medida do possível, não me tornei mimada e nem antipática, porém, um vazio quando estou sozinha me atinge, faz um tempo que sinto isso, mas falar em voz alta é difícil! 

      Meus pais são legais e nada tão péssimo acontece. Estamos de pé, como em um jogo de estratégia.
   
      Nós somos uma família no padrão social da mídia capitalista, eu, uma consumidora das "tendências" de cada estação, meu irmão Caleb, (pois é um nome estrangeiro, essa era a tal influencia que eu disse) que é apaixonado "pelos avanços tecnológicos", minha mãe, que está de bem com tudo e meu pai, sempre se escondendo ao receber seus telefonemas, também tem a amora, a buldogue francês de cinco meses.  

      Esse era o padrão perfeito, a família de classe média que não tinha nenhum problema sério, embora critique tudo isso, eu faço parte e até gosto. Um pouco irônico não é mesmo? E meu nome, Manuela!

Por Nicolas: 

     Era estranho não ter amigos e ser o idiota da turma, minha vida foi assim por um bom tempo, quando a Manu, minha ex- vizinha/melhor amiga se mudou pro litoral de são Paulo, eu virei esse cara. 

      Tá! Mas isso já foi há uns cinco anos, hoje levo o troféu de popular, os anos se passaram e as coisas mudaram. 

      Nós éramos os nerds, óculos grandes (na verdade era só eu que usava), cabelos e roupas arrumadas, notas excelentes e histórico perfeito, mas chega uma hora que os certinho querem "quebrar as regras", meu caso não foi diferente, só não mudei muito, "baguncei" apenas o visual  Sei que ainda sou o "bobão". E a Manu?

     Perdemos o contato, não foi isso que prometemos, mas o tempo mudou muitas coisas.

Por Manu: 

      Eu me sentia excluída, "a garota legal que estava de figurante". Não sabia se isso era minha culpa, eu só penso demais antes de socializar.
    
      A única pessoa que realmente estava ao meu lado, era o Nicolas, ele capturava(literalmente) minha verdadeira essência e me via como a Manuela que ninguém enxergava, mas com o tempo esquecemos um do outro.

       Foi difícil abandonar amigos, escola e família. Por um momento achei que tudo tinha acabado, eu era uma criança difícil de se socializar em uma vida nova, pessoas novas e em uma escola nova.

      Porém de um lado, foi primoroso, amadureci e pude perceber as verdadeiras máscaras que as pessoas usavam. Tanta coisa mudou desde os cinco anos atrás que eu até prefiro a minha vida atual, afirmo com toda certeza que sou uma nova pessoa!
      
       - Manu - Caleb entrou no meu quarto - você já tá atrasada!

       - me deixa ficar só mais cinco minutos, vai? - minha voz ainda era sonolenta.

       - Para com isso - ele me puxou e sentou ao meu lado na cama - Ansiosa?

       - Só sei que o primeiro ano vai ser mais difícil que o nono, então não! - finalmente despertei, peguei meu uniforme, a toalha e fui me arrumar para a ir a escola.

       Sim! Era o primeiro dia de aula, um pouco clichê o frio na barriga e esperar por pessoas novas em uma cidade pequena.

Por Nicolas:

       Era um sensação boa chegar na escola e ser conhecido por todos, essa ótima "fase" me deixava no topo, eu só não entendia como o idiota virou "o popular hipócrita”.

       - Bom dia meu amor! - a Eliza me beijou.

       - Bom dia Liza! - recuei o beijo.

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