Capítulo 28

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Alfonso: Como? – Perguntou, incrédulo – Mas porque?


Anahí: Eu não quero. Não posso. Me perdoe. – Disse, quieta.



Alfonso: Você tem noção do que eu terei que enfrentar por ter escolhido você? E você me diz não? – Perguntou, exasperado – Há outro? 



Anahí: Não! – Disse, na mesma hora – Nunca houve outro, nem vai haver. Eu amo você. Só você.



Alfonso: Eu não consigo entender, se me ama porque está me dizendo não? – Perguntou, incrédulo. 



Anahí: Porque eu tenho medo. – Disse, em um murmúrio.



E ela sabia que este era o único modo de fazê-lo aceitar a negativa: Machucando-o. Estava matando-a por dentro, lenta e dolorosamente, mas ela precisava fazer.



Alfonso: Medo? Medo de que, em nome de Deus?



Anahí: Medo de aceitar ser sua rainha e terminar como Dulce María terminou. – Jogou. Um silencio pesado se sobrepôs ali. Ela pode ver a dor cruzando os olhos dele.



Alfonso: Anahí, eu vou morrer antes de permitir que algum mal lhe atinja. Eu prometo. – Disse, a voz séria, encarando-a. Ele interpretou a dor nos olhos dela como medo, e isso o machucou mais.



Anahí: Prometeu isso a Dulce também, não prometeu? – Ela queria chorar. Queria morrer, queria sumir. Estava machucando-o, rasgando as feridas dele, podia ver. – Entretanto não conseguiu protegê-la da morte. – Ela precisou se virar, dando-lhe as costas.


Alfonso: Porque está fazendo isso comigo, Anahí? – Perguntou, e sua voz era baixa, sem o tom energético da objeção. - Eu te ofereci o meu amor, minha confiança, minha fidelidade, meu reino... Eu te ofereci minha vida. Porque está fazendo isso?



Anahí: Uma coisa é ser sua amasia, outra bem diferente é dar a cara ao mundo e assumir que sou sua mulher. Sua esposa. Sua rainha. – A primeira lagrima desceu pelo rosto dela. Como ela estava de costas, ele não viu – A ultima mulher que teve coragem de fazer isso, a essa altura, já se decompôs em seu tumulo. Eu não tenho coragem. Me perdoe. – O choro estava subindo. Ela secou o rosto, respirando fundo.



Alfonso: Sua resposta final é não? – Perguntou, parecendo tão abatido quanto podia estar.



Anahí: Não. – Disse, se virando – Quando a guerra acabar... Quando isso tudo terminar, se você ainda me quiser, eu vou ser sua até que meu tempo expire. Se voltar a me fazer esse pedido, direi sim antes que termine de fazê-lo. Mas agora não posso. Eu amo você, Alfonso. Mas não posso. – Disse, encarando-o – Eu sinto muito.



Alfonso a encarou por longos instantes. Estava machucado, magoado, destruído. Esperara tudo menos isso. Quando viu que ela não ia voltar atrás, deu as costas e saiu. Assim que a porta bateu Anahí desmoronou no chão, o choro vindo a tona, os soluços de dor saindo livremente. Ela queria ir atrás dele, abraçá-lo, dizer que o amava e que o queria, e apagar aquela dor do olhar dele. Mas se aceitasse se casar morreria, e conquistaria o ódio dele. Porque a vida precisava ser tão cruel? O que ela havia feito para merecer tudo isso?

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