Capítulo 24

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POV'S LAUREN JAUREGUI

Sabe quando tudo que você faz parece que nunca agrada ninguém e você se sente meio inútil? É exatamente assim que eu me sinto em todos esses dias que se passaram. Brasil é um país lindo e quente, eu estou no Rio de Janeiro faz um mês, tudo o que eu fiz até agora foi tirar umas fotos para uma espécie de revista chamada "Cara", Lucy disse que daqui uns dias eu vou gravar o comercial das Havaianas e nesse mesmo tempo eu vou passar a frequentar uma instalação como a Universal Estúdios, mas se chama Projaque, eu já fui lá e é enorme. Até agora eu pareço bem e feliz, mas eu não estou, eu estou totalmente destruída por dentro e acho que estou ficando doente, talvez seja o calor ou o clima do país no qual eu estou me adaptando, eu já fiz amizade com uma atriz que por ventura nos conhecemos na revista no dia em que eu fiz as fotos quando desembarquei no Brasil, ela é muito educada e engraçada, já me ensinou algumas palavras em "português" e hoje vamos sair para tomar um suco à tarde.

Nesse tempo, eu consegui fazer com que Harry me perdoasse, na verdade foi mais a Keana do que eu, antes de virmos para cá, Keana conversou com Harry e disse que ele estava sendo muito egoísta em apenas me julgar por não "ser leal na sua amizade" do que em "me entender por não ter contado nada", nós conversamos três dias depois que cheguei no Brasil, ele disse que era melhor esquecermos de tudo que aconteceu em New York, eu não tinha muita saída, então eu aceitei e nós simplesmente fingimos até que não tivemos em York. Lucy tem me tratado com um pouco mais de dureza por causa da carreira, mas ela ainda é minha amiga e eu entendo ela, Edgar é apenas um babaca que eu tenho que suportar na minha vida por algum tempo, ele apenas me trata bem na frente dos outros e mal dirige uma palavra à mim, o que não faz muita diferença na minha vida, mas às vezes eu tenho vontade de esganar ele com as minhas mãos quando ele "indiretamente" faz algum comentário sobre homossexuais, quer dizer, ele ainda não esqueceu que eu posso "ser lésbica", a verdade é que nem eu sei, afinal eu fiquei com a Camila e ela tem um pênis. Eu também não tento explicar isso à ele porque é perda de tempo, Harry pelo menos argumenta alguma coisa à meu favor quando eu passo por esse tipo de conversa com Edgar.

- Lauren?

- Entra! - Falei ainda na frente do espelho e a porta se abriu revelando a Lucy, ela estava mais solta por aqui, ultimamente ela tem saído e tudo, o que eu sei é que ela sai com algum brasileiro, isso me deixou um pouco tranquila porque assim ela se ocupa e me vigia menos.

- Eu trouxe um remédio para o seu mal estar, espero que melhore, ficar doente agora não vai ser nada bom e você não precisa sair se não estiver se sentindo bem. - Falou e caminhou até a cabeceira da cama deixando o remédio lá em cima.

- Eu já estou melhor, obrigada pelo remédio e eu quero sair, eu ainda não visitei o Rio. - Isso era muito verdade, desde que eu cheguei o que eu mais quero é passear e conhecer essa cidade, o que ainda não aconteceu, eu penso que posso me ocupar um pouco com isso, penso que posso ficar bem, nem que seja por uns minutos.

- Certo... - Ela ficou me analisando, seu olhar veio de cima a baixo enquanto eu ainda estava na frente do espelho - Você está bonita, parece mais... - Ela negou com a cabeça e sorriu como se pensasse em algo mas não quisesse fala-lo. Eu estava encarando seu reflexo pelo espelho.

- Mais? - Perguntei e ajeitei meu cabelo me virando pra ela.

- Não sei... Acho que está bem mesmo. - Desconversou e se virou saindo do quarto, dei de ombros e voltei a me encarar na frente do espelho. Lucy não estava errada, eu estava mesmo diferente, mas eu não sabia dizer como, eu estava triste e quebrada por dentro, mas ao mesmo tempo eu me sentia mais animada com a vida, e faz uns dias em que eu me sinto tonta às vezes e talvez seja isso.

Desde que eu tive que deixar a Camila naquele quarto de hotel eu nunca mais soube dela, nem o comercial que eu fiz eu vi, Harry acha que eu tenho que me desligar de tudo que me lembre ela para o meu próprio bem, e ele até tem razão porque é doloroso você saber aonde a pessoa que ama está e não poder fazer nada para ficar com ela porque as circunstâncias não permitem. Nossos mundos eram totalmente diferentes, mas de alguma forma eu queria que desse certo, eu queria que tivéssemos 16 anos de novo e que nos amassemos como fazíamos, queria poder passar o dia vendo ela estudar e corar quando lhe beijasse, mas eu tinha uma nova memória agora, eu tinha os seus castanhos brilhando por mim naquele dia, eu tinha seu sorriso presunçoso e sua mão firme me segurando em minha cintura, me amando. Isso era tão torturante.

Never Tear Us ApartOnde histórias criam vida. Descubra agora