Capítulo 18

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“A dor é apenas uma consequência do amor, assim como a confusão.”

Adele

POV'S POV'S LAUREN JAUREGUI

Quando eu tinha 9 anos de idade me lembro de ir numa loja de costuras com minha mãe, não era uma loja qualquer quase todas as donas de casa iam lá, a dona era amiga de minha mãe e também fornecia os melhores tecidos que qualquer pessoa de Miami Beach poderia ter, me lembro também que naquele dia no caminho para casa eu vi dois mendigos na rua e perguntei da minha mãe "por que eles não tinham uma casa ou família" ela apenas se virou pra mim e disse de forma séria "talvez eles não mereçam", e quando eu cheguei em casa perguntei ao meu pai se eles mereciam o amor porque no mínino eu via que era algo grátis, e ele falou; "todo mundo merece amor, mas poucas pessoas o tem", eu nunca entendi, até que um dia eu conheci o amor e não mereci ele, mas me lembro que naquela noite durante uma discussão dos meus pais, o meu pai me disse mais tarde em meu quarto; "se um dia o amor lhe der a mão segure, ele é o amor não tem o que temer".

Quando eu descia as escadas do hotel segurando ainda na mão gelada e firme que prendia meus dedos, me deixei pensar nas palavras do meu pai que eu recebera anos atrás.

"Segure na mão do amor"

Desciamos as escadas de emergência tão rápido que eu não sei como não cai e muito menos questionei o porquê de não descermos de elevador, e talvez a adrenalina estivesse tão presente em mim que eu nem percebi quando meus pés tocaram o piso do estacionamento e então como se a consciência me pegasse novamente, instantâneamente eu soltei de sua mão e parei de andar, o que eu realmente estava fazendo? Abracei meu corpo de braços cruzados e vi os olhos profundos me encararem com dúvida.

- Eu acho que não quero ir com você, seja lá pra onde. - Falei.

- Mas você disse que iria... - Sua voz estava tão embargada. Neguei levemente com a cabeça.

- Estou precipitando as coisas... - Me virei para sair dali - Vá procurar algum médico ou vai pra sua casa.

- Lauren! - Senti o aperto em meu braço me fazendo parar. - Você vem...

- Qual o seu problema afinal? - Me virei - É de madrugada e você está aqui confundindo toda a minha cabeça, vai embora!

- Eu estou aqui... Aqui justamente por isso! - Passou a mão no rosto - Vem comigo agora!

- Eu vou voltar para o quarto.

- Lauren! - Senti o tom sério e alto de sua voz, mas senti também o puxão que me deu me arrastando até um carro que estava estacionado lá.

- Camila! Me solta! - Protestei e puxei meu braço a olhando.

- Só entra... - Vi uma lágrima descer de seu olho, a face abatida, a voz embargada, o jeito impulsivo e bagunçado, ela estava bêbada ou pelo menos constatava isso. - Vamos sair daqui, anda... Eu preciso te levar num lugar.

- Eu...

- Você vai gostar! - Me cortou e abriu a porta do carro - Vai!

Eu ponderei aquilo, o que poderia realmente acontecer? Ela não me machucaria não é? Mas ela está bêbada ou nervosa demais, e a pior parte era ela dirigindo, dirigindo do jeito que estava.

Faça uma ação social e leve-a para a casa dela.

Não ousei responder, mas andei até o outro lado do carro e abri a porta do motorista, ela juntou as sobrancelhas.

- Eu dirijo, é só falar pra onde quer ir! - Disse entrando no carro e me sentando, coloquei o cinto de segurança e logo Camila entrou no carro se sentando no banco do passageiro, ela me deu um olhar questionador e colocou o cinto também, menos mal, agora eu só tenho que dirigir sabe lá pra onde ela mora. Ahr!

Never Tear Us ApartOnde histórias criam vida. Descubra agora