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― Como você acha que eu fui? ― a voz nervosa do mais velho assustou Hanbin. Apesar de ter noção da presença dele ao seu lado enquanto entravam no restaurante de mãos dadas, os dois estavam em silêncio entre si durante todo o caminho. O "nervoso" que o outro sentia o fazia soar tanto como alguém preocupado ou envergonhado quanto como uma criança ansiosa para receber aprovação dos pais.

― Você sabe que não sei nada sobre hip-hop, rap, todas essas coisas ― o ator respondeu com poucas palavras. Fez de propósito, ele via a agitação do outro e tinha que se controlar para não demonstrar nenhum sorrisinho que acabasse com sua atuação. Bobby o apertou sua mão e o olhou frenético, aquilo com certeza não era o suficiente, não era uma resposta digna. Hanbin cedeu, apesar de ser algo engraçado de observar, aumentar os níveis de estresse do namorado não era algo que pretendia fazer ― Foi bem. A apresentação foi agradável aos ouvidos, as músicas eram boas, você é carismático e bonito, tudo ok. Só precisa ser mais confiante no palco, mas isso não é nada que experiência não resolva. Eu estou orgulhoso.

― Eu acho que só estava tão nervoso porque a maioria das músicas que cantei eram covers, não as minhas, mas em breve eu vou estar mais confiante. Não acha? ― Bobby respondeu de imediado, provocando no outro uma risada baixa.

― Por que está se explicando para mim como se devesse? Eu não sua equipe de produção ou sei lá quem te acompanha nisso.

― Porque você age como um! E eu deixei claro que apresentar em sua frente causaria algum transtorno em mim, só não tinha certeza se era interno ou externo ― reclamou ainda com tom de ansiedade.

― Você não parecia... ― Hanbin foi interrompido por gritos entusiasmados chamando os nomes dos dois.

Em uma mesa extensa, todas as pessoas que participariam do "vamos sair e comer na conta de alguém para comemorar o primeiro evento solo do nosso rapper" comiam, bebiam, conversavam alto e se empolgavam demasiadamente sobre a chegada do rapper em si e seu "acompanhante" apesar de ambos não serem as coisas mais empolgantes ali. O que é a a pessoa-causa de uma comemoração perto da carne comida quando ela acontecia?

Havia um fato que Hanbin tinha acabado de perceber sobre o maior, no momento em que finalmente se sentaram em um canto após o rapper passar de pessoa em pessoa para os cumprimentar com um sorriso enorme e aconchegante no rosto, tendo até mini diálogos com esta. Bobby era uma pessoa educada - não que ele não fosse, deu boa noite a todos os presente, mas o sorriso amarelo em seu rosto não era tão sincero quanto -, e não ficava transbordando ansiedade quando estava perto de pessoas que conhecia ou ao menos estava mais acostumado a ponto de suar pelas mãos ou recorrer ao Kim mais novo de qualquer forma a qualquer segundo para se sentir menos estranho na situação ou ambiente. Hanbin sabia que o namorado não era tímido, lógico que não, percebia pelas atitudes que tinha consigo a ponto de amolecer um pouco seu coração romanticamente, mas era a primeira vez que o via daquele mesmo modo com várias pessoas ao seu redor.

"Veja pelo lado bom", pensou ligeiramente, "não um lado ruim. Toda mãe iria querer conhecer o namorado do filho ou filha se fosse uma pessoa como Kim Jiwon. Pelo lado melhor ainda, apesar de toda a educação, ele demonstrou estranheza nenhuma ao falar com Junhoe, que encontrava-se, como sempre, ao lado do projeto satânico em forma de beleza e talento, Jinhwan."

Quer dizer, era reconfortante saber que era mesmo a pessoa que Jiwon gostava ou tinha alguma intenção. Tanto ao ponto de a pessoa que ele gostava antes (esta pessoa sendo o monumento de homem que era Koo Junhoe), não o afetar de modo algum.

Aquilo já era uma informação boa o suficiente naquela noite para Hanbin se contentar com receber a mínima atenção de quem queria mas responder perguntas das outras pessoas na mesa sobre sua vida, o relacionamento com rapper, como era ser ator, o que fazia com seu dinheiro e como tratava sua pele enquanto comia carne satisfeito por não ter que pagar nada. Semanas atrás talvez teria que encenar lágrimas durante o agradecimento de Bobby e a pequena parte dedicada a si, mas nas circunstâncias do tempo em que viviam naquele momento, era um sacrifício não fazer um desenho de listras com lágrimas na base que havia em seu rosto. Preferiu esconder o rosto para que ninguém fosse obrigado a ver as expressões que fazia enquanto se segurava para não chorar.

FAKING IT | DOUBLE BOnde histórias criam vida. Descubra agora