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Por mais preocupada que Jihye parecesse, Hanbin não conseguia se sentir tão pressionado a voltar para casa como deveria. É lógico, ele havia se levantando, fazendo o mínimo que podia de barulho enquanto se arrumava para não acordar o mais velho, mas fazia algum tempo desde a última vez que tinha se sentido daquela forma.

E quando dizia "daquela forma", queria dizer "tão idiota". E a intensidade da situação em que estava se dava pelo fato de que ele não estava incomodado em se sentir assim. Tudo que fazia era na menor velocidade que seu corpo alcançava diferente de zero só para garantir que pudesse observar pela milionésima vez observar os dentinhos do mais velho sendo a coisa mais fofa existente na face da terra enquanto ele dormia.

Parou por um segundo e deu alguns tapas no próprio rosto com as duas mãos para tentar acordar. “Foco, Hanbin, você se fodeu na pior das formas. Foco em resolver isso.” repetiu como um mantra as últimas palavras, respirando fundo e virando-se de forma que não fosse possível se desconcentrar com a imagem do hyung.

Recolheu suas coisas, o presente recebido no dia anterior e, antes de sair da casa, mandou uma mensagem avisando que mais tarde se falavam, esperando que o celular do maior não o acordasse com notificações barulhentas naquele mesmo momento. Se despediu por o observar mais um pouco, repetindo "tchau's" e acenos de mão não correspondidos enquanto sorria sozinho.

Assim que abriu a porta, seu coração parou por tempo suficiente para que visse a imagem de Deus o buscando para a vida após a morte. Em torno da porta encontravam-se alguns homens de terno preto e escutas. Uma parte que lhe confirmava por dentro que aquilo era um sequestro queriam que Hanbin pulasse de volta para dentro da casa, trancadas tudo e gritasse até que sua manager o salvasse. A outra era o Hanbin real, que não sabia o que estava acontecendo ou o que fazer, então continuou parado entre a porta e os homens, as pernas trêmulas.

― Ele está aqui, seguro. ― um deles entortou a cabeça para falar, o outro em seguida empurrou um celular para o modelo. Na tela, a manager tinha uma expressão enfurecida.

Não confio mais em você, também não confio no resto do mundo, e sei que provavelmente há uma zona em volta desse lugar, então você será acompanhado até aqui por eles. Não me pergunte sobre a segurança do seu namorado, esse não é um assunto meu. Não converse com ninguém até chegar aqui, ninguém. ― Jihye falou de vez, desligando logo em seguida.

Talvez tivesse que se preocupar um pouco mais com a possibilidade de levar um esporro. Ela parecia mais irritada que o normal.

Dispensou o celular, agradecendo em voz baixa, e seguiu andando lentamente pelo corredor. A escolta o acompanhou sem reclamar nem mesmo um segundo pelo caminho até onde encontrava-se o carro. E, por mais que eles estivessem profissionalmente olhando em volta com suas expressões sérias para o proteger de qualquer paparazzi ou pessoa louca que decidisse o atacar, ele ainda podia sentir o olhar das pessoas de longe por onde passava.

Parou para pensar pela primeira vez no dia realmente qual poderia ser o conteúdo das fotos, o motivo de todos os olhares e broncas da manager. Como elas seriam tão piores que as primeiras fotos, as que tinham iniciado tudo aquilo? Pensou no que havia acontecido no dia seguinte que poderia ser tão ruim.

Então sentiu o rosto queimar, a respiração pesar, as imagens em sua frente a borrar. Sentiu o chão sumir e, depois disso, mais nada.

•••

― Está acordado? ― ouviu primeiro a voz e em seguida abriu os olhos para uma mão se sacudindo diante seus olhos ― Vamos, você está acordado?

― O que aconteceu? ― Hanbin perguntou confuso. Esfregou os olhos e os manteu quase fechados por um tempo até se acostumar com a claridade.

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