10 | maya

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Deixei uma rosa branca em cima do túmulo de meu noivo assim que terminei de me despedir.

Voltei caminhando pelo mesmo caminho que fazia todo ano e por um descuido acabei esbarrando em um menino.

- Desculpa. - Olhou para mim e reconheci Connor.

- Ei Con, o que você está fazendo na rua tão cedo? - Repousei minha mão em seu ombro.

- Apenas andando. - Sorriu fraco e percebi seus olhos um pouco vermelhos.

- Está tudo bem?. - Franzi a sobrancelha e ele negou. - Vem, vamos sentar, aí você me conta o que está acontecendo.

Puxei sua mão para um banco na pequena praça perto do cemitério. Sentamos e ele deitou no meu colo fazendo eu acariciar seus cabelos.

- Começa bebê.

- Eu tenho ansiedade e não me sinto muito a vontade em sair mundo a fora. - Abraçou minhas coxas e suspirou. - Sei lá, não me sinto seguro.

- Você se sente mais seguro em Londres, certo?.

- Como você sabe? - Olhou para mim de repente.

- Eu recebi um convite um pouco antes da entrevista que Mila teve com vocês, esse convite era pra eu me apresentar em uma tour na Ásia, de dança. - Suspirei e ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas. - Mas, como dá de perceber eu neguei, por mais que Mila e mamãe tenham quase me levado a força.

- Quando isso começou? - Fungou.

- Um ano atrás, depois da morte do meu namorado. - Sorri fraco. - Fossa é pouco para definir como eu fiquei.

- Como você faz para lutar contra isso?. - Sentou e me olhou com esperança que eu fosse o ajudar.

- Na verdade eu não faço muita coisa. - Dei de ombros e comecei a brincar com os dedos. - Só tento focar nas coisas boas que essas viagens me trariam.

- Tipo conhecer as fãs?

- Vocês amam fazer isso né?. - Assentiu com a minha pergunta. - Então tenta fazer com que esse medo seja só um detalhe.

- Como você está em relação à tour?. - Voltou a deitar em meu colo.

- Pra ser bem sincera, não era só o Studio que me impedia. - Suspirei. - Mas cara, eu não poderia impedir minha irmã a conquistar os sonhos dela, seria um egoísmo enorme da minha parte.

- Você está certa. - Um pequeno sorriso brotou em seus lábios. - Não posso fazer isso com os meninos.

- Mas caso você ver que não vai conseguir, aposto que eles vão entender. Não deixa esse medo chegar ao limite, okay? - Acariciei sua bochecha e ele sorriu.

- Nunca mais, deixei chegar apenas uma vez e eu achava que iria morrer, eu não conseguia respirar. - Negou com a cabeça com o se tentasse esquecer o que passou.

- Eu imagino. - Peguei em suas mãos e apertei.

- Posso te pedir uma coisa?.

Dream [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora