Nunca imaginei que minha vida mudaria de um dia para o outro, e papai fez questão de afirmar que não tínhamos escolha, simplesmente nos informou sua súbita decisão e ponto final, sem choro e nem vela. E então me despeço do meu antigo quarto, até me proponho a dizer que fui feliz aqui! Fecho a porta com um aperto no peito, pois deixar certezas para trás machuca a alma. Espero que meus amigos nunca se esqueçam de mim, não são muitos, mas me resumo a dizer que são os melhores que já encontrei. E deixar Diogo, Nora e tantos outros para seguir um mundo desconhecido me parte o coração.
Mas mamãe afirmou com todas as palavras. "Erik meu filho, isso é um passo para simplesmente desvendar e desbravar o futuro incerto!" Claro que ela apenas estava tentando se conformar com a novidade, mas o importante que é importante. E então partimos ao novo!
_Me ligue assim que puder! _Grita Nora enquanto papai dava partida no carro.
_Não esqueça os amigos! _Diz em seguida Diogo.
_Pode deixar, vou ligar todos os dias. _Digo esticando o pescoço pela janela do carro.
Meu pai trabalha em uma grande empresa de mineração e quando menos podíamos esperar ele chegou em casa contando todo feliz uma novidade, foi promovido! Comemoramos todos os serelepes sua promoção, mas como alegria de pobre dura pouco! O cargo estava disponível, mas teríamos que nos mudar para uma pequena cidade no interior chamada de Alto Monte Sobral. Minha irmã Suzi pirou e saiu gritando pela casa, a cena seria cômica se o conteúdo da conversa não tivesse me assustado também, ela berrava a plenos pulmões como iria deixar o namorado e ir embora para o meio do nada, mamãe ficou receosa e a minha irmãzinha caçula Paty. Bom, ela possui apenas três anos, tudo que ela quer é a fralda limpa e chupeta. E eu nem me arrisquei á falar nada, o susto foi tão grande que fiquei paralisado, e meu pai já tinha se decidido, então não há nada a ser feito, só nos resta enfrentar e desvendar o desconhecido.
O caminho foi silencioso, apenas mamãe e papai trocaram algumas palavras enquanto Suzi chorava de saudades ao som de melancolia, Paty curtia um cochilo bem tranquilo com direito a chupeta, e eu observava a vista que era magnifica por sinal.
_Estamos quase chegando meus amorécos. _mamãe se vira dizendo.
_Bem que me disseram que o nome da cidade faz jus a sua aparência. _Papai diz observando o enorme morro á nossa volta. _ O que vocês acham crianças? _Diz solícito.
_O sobral também faz jus ao nome! _Afirma Suzi retirando os fones de ouvido e fazendo bico. _Me dá arrepios esse lugar. – Ela cruza os braços esfregando-os com as mãos.
_O que você achou meu filho? _Diz mamãe a mim, mas eu estava tão enfeitiçado olhando um enorme casarão no alto do morro que quase não dei conta que era comigo.
_Cabeção mamãe está falando com você, alô cabeção, base falando com o Mané do mundo da lua. _ Provoca Suzy.
_Não sou mané! _Retruco esbravecido.
_Não fala assim com seu irmão Suzi! _Papai me defende, e minha irmã maduramente me mostra a língua e em seguida vira-se para o outro lado.
_Pois não mãe. _Pergunto colocando a cabeça no meio dos bancos da frente.
_Só perguntei o que você estava achando da paisagem Erik. _Diz ao se virar para trás.
_ Magnifico mãe! _Respondo.
_ Fiquei sabendo que tem um rio que corta a floresta, e é um ótimo lugar para pescar e nadar nos fins de semana. _Diz papai sem tirar o olho da estrada.
_Deve ser cheio de caipiras do interior. _Fala minha irmã fazendo cara de pouco caso.
O resto do caminho durou cerca de meia hora e permaneceu um silêncio promissor, mas ao chegarmos à pequena cidade fomos saudados por uma enorme placa que dizia "Bem-vindos á Alto monte Sobral". Eu observava atentamente o lugar, possuía uma autêntica cara de interior, pessoas passeando calmamente nas ruas ou conversando na frente das casas e um monte de crianças e jovens jogando conversa fora em uma praça toda arborizada, que por sorte é bem perto de casa, duas quadras e meia para ser bem exato.
_Chegamos ao nosso novo lar! - Diz papai apoiando suas mãos á cintura.
Paramos em frente a casa, e enquanto a olhávamos por fora o caminhão encostou para descarregar nossos pertences. Era até que agradável a casa, possuía um lindo jardim na frente com uma enorme árvore cheia de galhos.
_Está precisando de uma limpeza bem grande essa cassa! _Exclama mamãe passando o dedo na ponta da escadaria.
_Vamos ao piso superior conhecer os quartos crianças? _Diz meu pai abrindo caminho para subirmos.
Acho que ele estava fazendo o seu melhor para agradar a todos, pois ele também estava sentindo saudade da nossa vizinhança antiga, ele e mamãe eram amigos de infância e sempre moraram naquela região, tinham o dobro de história naquele lugar.
Subimos aos quartos e o último do corredor perto do armário de bagunça é o meu, e comparado ao que dividia com Suzi, esse é bem espaçoso, vou até sentir saudade de compartilhar o espaço. Quando éramos pequenos em noite de chuvas fortes ou quando tínhamos pesadelos corríamos um para cama do outro, o ruim era quando Suzi ficava de papo no telefone até tarde e eu não conseguia dormir ouvindo-a de flerte com o safado e aproveitador de meninas, Jorge.
Olá, o que acharam do início da história? E do nosso Erik/logan lerman
*Não esqueça de votar e comentar.
Até a próxima....
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SIMPLESMENTE ERIK
AventureMudanças repentinas podem assustar muito, principalmente se você for um adolescente tímido, sonhador e com forte atração para encrenca. SIMPLESMENTE ERIK relata a história de um adolescente que precisou deixar sua zona de conforto ao se mudar com s...