Todas as dores dos testes ao qual passara competiam pra decidir qual poderia ser mais violenta, entretanto havia acabado de decidir que não houvera em todo seu tempo de cativeiro sensação mais desesperadora do que ter suas veias invadidas por o que quer que fosse aquele veneno. Sentia-se afogar e sufocar em simultâneo, cada sinapse parecia desligar e ligar em velocidade avassaladora e tinha certeza de que seu sistema nervoso entraria em colapso a qualquer momento.
Não fazia ideia se estava gritando, mas sabia pelos olhares apreensivos e falta de aproximação que devia estar se debatendo e lutando contra essa dor que parecia tomar conta de cada parte de seu corpo. Não porque estava preocupados ou comovidos por seu interminável sofrimento, mas porque possuíam medo de que ela fosse mais uma falha e então teriam que lidar com a ira de Doutora Thirwall, algo que ninguém em sã consciência gostaria de encarar.
Essa inclusive era a única pessoa que observava a luta desesperada de Perrie totalmente impassível, braços cruzados e olhos focados. Seu brinquedo daria ou não o resultado esperado? Tentativa, falha, tentativa, falha.
Falha. Não seria muito mais fácil sê-la? Entregar-se a escuridão que vinha vagarosamente cercando-a, desistir? Ninguém a julgaria, disso Perrie tinha certeza, não há ser humano, se é que ainda possuía o direito de se autodenominar um, seria capaz de suportar tata dor e manter-se são. Ninguém a julgaria por desistir além dela mesma.
E Perrie acreditava que não precisava ser uma heroína, que dignidade precisava preservar quando já a haviam roubado toda que um dia tivera?
Dignidade, humanidade e respeito eram palavras que não acreditava poder adjetivar-se.
Percebeu, embora muito longe, quando Doutora Thirwall se aproximou. Ela cerrou os olhos exatamente quando Perrie sentiu os músculos enfraquecerem e a batida de seu próprio coração diminuir. Ela queria morrer para que a cientista não tivesse o que quer que estivesse procurando, ao menos não por ela.
Mas isso não estava em seus domínios. Ela não estava em um romance em que podia decidir se queria ou não lutar pela vida. Entregar-se pra morte não era um direito. Assim como havia aprendido já há algum tempo, essa era apenas mais uma das tantas vezes em que suas vontades eram descartadas, seja por mãos cobertas de luvas ensanguentadas, seja pelo próprio sarcasmo amargo do destino.
Seus pulmões repuxaram ar e cada parte de seu corpo latejou, tossiu por longos segundos enquanto sentia o suor escorrer pela face cansada. A sala era cheia de olhares surpresos, o relógio na parede dizia que havia passado quase uma hora desde que deitara-se ali.
Doutora Thirwall foi a primeira a se aproximar, com mãos assustadoramente delicadas acariciou o rosto gelado de uma Perrie trêmula. A jovem cientista se aproximou, seus lábios sussurrando para que apenas a loira escutasse.
— Você sobreviveu, 042. Isso te torna um formidável Némesis.
Sua consciência não tinha força o suficiente pra processar o significado daquelas palavras, mas o tom venenoso da garota castanha sugeria que definitivamente seria melhor ter morrido.
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Hi guys, vou ficar uns dias sem net então quero deixar essa att aqui <3
Se eu nnão morrer de sono na proxima hora eu atualizo LMM tbm <3 xoxo
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The Experiment ☣ [Jerrie]
FanfictionPerrie era apenas mais uma garota no meio de tantas outras que esperava pra entrar naquela sala mais uma vez e ter sua humanidade destroçada um pouco mais. Jade era uma brilhante e impiedosa cientista, responsável pela grande maioria das experiência...